Edição: 289

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/12/3

GCEPP e PS tiveram ambos dois eleitos

Ângelo Marques justifica acordo PS - GCEPP com a necessidade de desenvolver Peniche

Ângelo Marques

Na primeira reunião da Câmara Municipal de Peniche, realizada a 20 de outubro, o presidente eleito, Henrique Bertino (GCEPP) anunciou um acordo entre o grupo de cidadãos que o elegeu e o Partido Socialista, cujo cabeça de lista às eleições de 26 de setembro foi Ângelo Marques. Em resposta, a CDU de Peniche veio acusar o PS de “abdicar do seu papel de oposição” e questionar a forma como foi feito o acordo. Em declarações ao Tinta Fresca, Ângelo Marques justifica o acordo e garante que vai trabalhar com “elevado sentido de responsabilidade e de determinação no sentido de valorizar as potencialidades” do concelho de Peniche.

Confrontado com a acusação da CDU de que, com o acordo que atribui aos dois vereadores do PS pelouros a tempo inteiro, “o PS abdica do seu papel de oposição que o seu cabeça de lista, Ângelo Marques, tanto advogou durante a campanha eleitoral”, Ângelo Marques afirmou que “o Partido Socialista nunca partiu de cenários com base nos resultados eleitorais e, portanto, essa afirmação é falsa”.

O autarca assegura que sempre afirmou que “ queremos ganhar as eleições, não para dar uma vitória ao Partido Socialista e muito menos para colocar na minha lapela o título de presidente de Câmara, queremos sim que seja Peniche a ganhar, progredindo para um concelho mais evoluído, com uma economia pujante, que permita o aumento da qualidade de vida das nossas gentes, assim como, sermos mais solidários com os mais necessitados”.

O vereador do PS afirmou que “a nossa candidatura tinha uma missão, fazer do nosso concelho, um lugar de excelência para viver, trabalhar, estudar e visitar. Sem mais perdas de tempo e de oportunidades para a nossa terra, e estamos empenhados em cumprir a nossa missão, animados de um espírito cívico de serviço ao bem comum, no respeito por valores de lealdade, de ética e de solidariedade para com as instituições e para com as pessoas”.

Confrontado com a periodicidade das reuniões do executivo municipal, que passou de semanal para quinzenal, e a centralização de poderes no presidente da câmara, Henrique Bertino, o vereador socialista afirmou que “a periodicidade das reuniões da Câmara Municipal de Peniche e as competências delegadas no presidente da Câmara Municipal são realidades similares em muitas Câmaras Municipais, presididas por diferentes forças politicas”, inclusive “em Câmaras governadas pela CDU”.

Questionado sobre se os eleitores que votaram no PS vão entender este acordo, Ângelo Marques referiu que “os resultados não enganam, os números são muito claros e concretos”, acrescentando que “o PS foi o único partido que subiu o número de eleitos e o número de votos”, tendo alcançado os 3 026 votos, situação que não ocorria desde as eleições de 2005.

Segundo Ângelo Marques, “estes resultados ilustram um Partido Socialista com espírito renovado. Ainda por cima, estes resultados foram conseguidos sem desrespeitar as outras candidaturas, com uma campanha pela positiva e com elevação, alicerçada num programa autárquico com uma visão estratégica para o nosso concelho, e apresentamos as melhores equipas para efetivar e executar essa visão em prol dos superiores interesses dos habitantes do Concelho de Peniche”.

O vereador socialista admite que “no âmbito de um acordo de governação entre o Grupo de Cidadãos Eleitores por Peniche e o Partido Socialista de Peniche para este mandato autárquico, os vereadores do Partido Socialista receberam pelouros a tempo inteiro”: a Ângelo Marques foram atribuídos os pelouros da Juventude; Economia e Desenvolvimento; Contrato Local de Segurança; Agricultura; Pescas; Desporto e Turismo. Já a vereadora Ana Batalha ficou com os pelouros da Educação; Associativismo; Geoparque e Cultura.

Ângelo Marques referiu que “neste tempo de grande dificuldade e exigência, mas também de oportunidades para o concelho de Peniche, o Partido Socialista assume as suas responsabilidades e garantimos a todos os habitantes do Concelho que não nos pouparemos a esforços para ir ao encontro dos seus anseios e das suas preocupações”.

Segundo o vereador, os socialistas de Peniche estão “convictos que aqueles que nos elegeram como aqueles que votaram noutras forças políticas exigem que o nosso compromisso vá muito para além das lógicas partidárias ou da lógica de medição de egos, e esse desígnio maior é o desenvolvimento de Peniche e a melhoria da qualidade de vida dos seus habitantes”.

A finalizar, Ângelo Marques reiterou que “legitimados pelo resultado eleitoral nas eleições autárquicas que obtivemos vamos trabalhar afincadamente com elevado sentido de responsabilidade e de determinação no sentido de valorizar as potencialidades do nosso concelho e que devem ser traduzidas em bem-estar social e económico para as nossas populações”.

Recorde-se que o GCEPP foi a força política mais votada no concelho de Peniche, com 30,0% e dois eleitos (menos um que em 2017), seguindo-se o PSD com 26,3% e dois eleitos, o PS com 24,5% e dois eleitos (mais um) e a CDU com 10,3% e um eleito.

Para a Assembleia Municipal, o PS venceu com 26,3% e 6 eleitos, seguindo-se o GCEPP com 25,9% e 6 eleitos, o PSD com 25,2% e 6 eleitos, a CDU com 11,4% e dois eleitos e o Chega, com 4,4% e um eleito.

Para as Assembleias de Freguesia, a votação foi também muito repartida: o GCEPP venceu na Freguesia de Peniche, o PS em Ferrel, o PSD em Atouguia da Baleia e a CDU em Serra d’El Rei.

Mónica Alexandre

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