Ministra da Cultura presente na assinatura dos contratos interadministrativos de cooperação com as autarquias
PRR consagra 6,2 milhões para a requalificação dos Mosteiros de Alcobaça e da Batalha
2021-11-21 17:31:02
A ministra da Cultura, Graça Fonseca, e a secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira, deslocaram-se no dia 13 de novembro, aos concelhos da Batalha e de Alcobaça, onde participaram nas cerimónias de assinatura dos contratos interadministrativos de cooperação para as intervenções previstas no Mosteiro da Batalha e no Mosteiro de Alcobaça, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Na Batalha, foi assinado o contrato entre o Ministério da Cultura, através da Direção Geral do Património Cultural e do Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais, e o Município para a intervenção prevista para o Mosteiro da Batalha, num investimento global de cerca de 1,8 milhão de euros, que inclui a conservação de fachadas, a reabilitação das coberturas da Sala do Capítulo, a instalação de sistema de climatização no auditório, a revisão do sistema elétrico e de equipamentos de segurança, assim como a requalificação do jardim do Claustro, e a instalação de rede wifi. A obra deverá iniciar-se no segundo trimestre de 2023 e estar concluída no final de 2024.
Em Alcobaça, foi assinado o contrato entre o Ministério da Cultura, através da Direção Geral do Património Cultural e do Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais, e o Município para a intervenção prevista para o Mosteiro de Alcobaça, que deverá começar no terceiro trimestre de 2023 e estar terminada no fim de 2024. A intervenção, que conta com um investimento na ordem dos 4,4 milhões de euros, abrange a reabilitação da zona superior do antigo Paço Baçal, a ala norte do cardeal, a requalificação de espaços exteriores, do claustro D. Diniz e do Jardim do Obelisco, e também a reabilitação do auditório e a instalação de rede wifi.
Em Alcobaça, a cerimónia contou ainda com as presenças do presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, Hermínio Rodrigues, e da diretora do Mosteiro de Alcobaça, Ana Pagará. O protocolo foi assinado pelo Arquiteto João Carlos Santos da DGPC, por Fernanda Heitor, do Gabinete Estratégico de Planeamento e Avaliação Culturais, e pelo presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, Hermínio Rodrigues.
Na sua intervenção, Ana Pagará considerou que “hoje é um dia extremamente feliz porque o contrato no âmbito de execução do PRR vai viabilizar o Plano Diretor do Mosteiro de Alcobaça 2016 – 2026, tendo a primeira fase de execução sido concretizada de 2019 a 2021, financiado pelo programa Portugal 2020.” A obra contemplou “a constituição da nova Portaria e da nova Loja e inversão do circuito de visita, com vantagens clara no domínio do usufruto cultural do monumento e do uso cultual da igreja e também a intervenção de conservação e restauro da fachada do monumento.”
A diretora do Mosteiro de Alcobaça recordou que “o Plano Diretor tem como objetivo a conservação deste magnífico património e paisagístico, mas também procura colocar ao usufruto público todo o monumento em toda a sua dimensão nas melhores condições possíveis de segurança, acessibilidade e interpretação.”
Ana Pagará anunciou ainda que, “no âmbito do PRR, vai ser constituído o núcleo museológico do Mosteiro, com a sua magnífica coleção de pintura e, sobretudo, da escultura de terracota, herdada dos monges de Cister e também o centro interpretativo do monumento património mundial para explicar a evolução do monumento e dos território dos Coutos de Alcobaça e o seu entendimento na contemporaneidade, sendo um dos mosteiros da Ordem de Cister mais importantes em toda a Europa.”
Além disso, “as obras previstas vão permitir melhorar as condições dos espaços para a criação artística e para a potenciação da programação cultural de excelência de âmbito internacional que já acolhemos no Mosteiro de Alcobaça, procurando uma ocupação ao longo de todo o ano e não apenas com os festivais de verão, como o Cistermúsica e o Gravíssimo.”
Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, Hermínio Rodrigues, realçou também “este importante investimento no Mosteiro de Alcobaça, símbolo maior não apenas da região, mas de todo o país. Esperamos que este sinal de confiança mútua entre o Município e o Governo seja o primeiro de muitos. A Câmara Municipal de Alcobaça será sempre um parceiro proativo do Governo da República para o desenvolvimento do país, no qual a cultura desempenha um papel fundamental. Para isso é necessária uma sólida estrutura de apoio. A assinatura deste contrato é por certo um momento histórico ao nível da simbologia do espaço onde nos encontramos. Erguido no século XII, o Mosteiro de Alcobaça mantém a sua posição de centralidade em relação ao concelho, que continua a desenvolver práticas herdadas do saber e do conhecimento da Ordem de Cister.”
Hermínio Rodrigues alertou ainda para a “necessidade de realização de obras de recuperação do Mosteiro de Coz, um património cisterciense do concelho de Alcobaça, que foi recentemente foi reclassificado como Monumento Nacional. O Mosteiro “necessita urgentemente de obras de conservação, nomeadamente, no que diz respeito à sua cobertura, que irão devolver a dignidade que este monumento merece.”
O autarca assegurou que as obras no Mosteiro vão permitir a recuperação de vários espaços exteriores, como o Jardim do Obelisco, que muito diz à população de Alcobaça que passará a ser “um cartão de visita para quem nos visita e aos futuros hóspedes do singular hotel que está a ser construído numa das alas do Mosteiro.”
A finalizar, a ministra da Cultura sublinhou que “o Mosteiro de Alcobaça é um conjunto único no mundo, uma das primeiras formações monásticas cistercienses em território português e um tesouro arquitetónico que nos recorda os momentos iniciais da nossa nacionalidade. Uma singularidade fabulosa que surpreende pela construção austera e límpida, constitui o primeiro ensaio do estilo gótico em Portugal e uma jóia da história da arquitetura portuguesa. O Mosteiro de alcobaça é testemunha privilegiada da nossa história, dos tempos da I Dinastia até à atualidade.”
Graça Fonseca recordou que o PRR para a Cultura ascende a 243 milhões de euros, estando focado em duas áreas específicas: valorização, salvaguarda e dinamização do património cultural, no sentido mais amplo: imaterial, material e natural, e promoção da transição digital e das redes culturais, através da sua vertente tecnológica e da digitalização de artes, literatura e património. O programa para a Cultura abrange a requalificação e conservação de 46 monumentos, museus e palácios nacionais.
Mário Lopes
Com DGPC e GRPP|CMA)
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