Município continua com intervenções para recuperar monumentos do concelho
Câmara de Porto de Mós recupera Via Romana de Alqueidão da Serra
2022-02-24 11:45:48
O Município de Porto de Mós já concluiu a obra de requalificação e restauro da Via Romana do Alqueidão da Serra e assinalou esse feito no dia 23 de fevereiro, com uma visita ao local, que contou com a presença da diretora Regional de Cultura do Centro, Susana Menezes, do presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós, Jorge Vala e do arqueólogo Jorge Figueiredo. A intervenção visou recuperar as zonas destruídas há cerca de 20 anos, além de ter sido feita uma leitura arqueológica da via, que permitiu confirmar o método de construção e a datação mais exata da via.
A obra esteve a cargo da empresa Arquehoje e contou com uma duração 90 dias e um custo a rondar os 28 mil euros. Segundo o arqueólogo Jorge Figueiredo, a intervenção foi efetuada numa extensão de 200 m, numa zona que “apresentava mais deterioração e risco de cair”, tendo sido efetuado o reforço da estrutura da via e o restauro de partes do troço. A via não foi toda intervencionada, faltando uma extensão de outros 200 m, que está estabilizada e foi mantida como original.
Segundo o Município de Porto de Mós, a Via Romana do Alqueidão da Serra acusava um processo de degradação acelerado. A emergência de investir neste monumento classificado como Imóvel de Interesse Público era, desde o início do século, por demais evidente. Em 2001, uma intervenção de emergência e provisória permitiu conter o avanço do processo destrutivo, tendo ficado em suspenso um projeto de restauro que acabou por só agora ter lugar, fruto de um trabalho conjunto com a Direção Regional de Cultura do Centro.
O restauro da Via Romana é resultado de uma estratégia que visa a preservação do património, encetada por este Executivo desde 2018. O Castelo de Porto de Mós, a Igreja de São João, o Posto de Turismo, a Central Termoelétrica, o antigo Centro de Atividades ao Ar Livre de Alvados, a talha dourada da antiga Igreja de Mira de Aire, a Fonte do Castelo ou a Ermida de Santo António, são outros exemplos de requalificação.
Este é um projeto continuado que, segundo Jorge Vala, se estenderá em breve ao Edifício dos Paços do Concelho, à Casa dos Calados, Igreja de São Miguel e ao Arco da Memória, que já falhou por duas vezes a tentativa de ser classificado como monumento nacional, mas que a “pressão das pedreiras vai exigir que seja rapidamente requalificado.”
Para o autarca portomosense, o concelho tem um “conjunto vasto de património que queremos recuperar, tornar funcional e, sobretudo, devolver à comunidade”.
Segundo Jorge Vala, a estratégia de recuperação dos monumentos do concelho, iniciada com a recuperação do Castelo de Porto de Mós é também “impulsionadora da economia local”, porque aquele monumento “vende a Via Romana, as Grutas de Mira de Aire ou o Parque Natural” mas “é também potenciador para dinamizar a economia”.
No entender de Suzana Menezes, o caminho para a preservação do património é um trabalho em contínuo, sendo este “um projeto emblemático no concelho” e um bom exemplo do que se pode fazer quando há uma forte relação de trabalho entre os municípios e a Direção Regional de Cultura, que “acrescenta um valor muito significativo do ponto de vista cultural, patrimonial e dos interesses da defesa do património na nossa região”, além de “transformar um monumento num bem de desenvolvimento da região”.
A partir desta data, e além da vertente turística da via Romana, também o serviço educativo do município proporcionará aos estudantes do concelho de Porto de Mós a oportunidade de visitar, estudar e participar em atividades temáticas relacionadas mais uma memória viva do concelho, porque segundo Jorge Vala este é “um meio de enriquecer os nossos alunos” e que “trabalhem pedagogicamente o concelho de Porto de Mós”.
Mónica Alexandre
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