Edição: 288

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/11/21

No âmbito do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia

Leiria partilhou com Calvia (Espanha) estratégias adotadas no combate às alterações climáticas

Reunião entre os representantes de Calvia e Leiria

No âmbito do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia (Covenant of Mayors for Climate  Energy Europe), o Município de Leiria recebeu, na qualidade de mentor, nos dias 22 e 23 de fevereiro, uma delegação de Calvia (Espanha), com o objetivo de promover a partilha de conhecimentos e experiências que apoiem a cidade parceira espanhola na implementação e desenvolvimento de ações em matéria de energia e clima.

Os trabalhos, coordenados pelo vereador do Ambiente e Proteção Civil, Luís Lopes, em colaboração com técnicos municipais e dos SMAS de Leiria, e representante do CEDRU (Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano, Lda.), decorreram numa lógica de partilha e intercâmbio, com reuniões e visitas, nomeadamente às Piscinas Municipais e Jardim da Almoinha Grande e a apresentação do Concerto “Nascente”.

As sessões de partilha foram remotamente acompanhadas por Arthur Hinsch, facilitador do Gabinete do Pacto de Autarcas para este programa.

Dia 22, terça-feira, falou-se sobretudo das diferenças e semelhanças entre Calvia e Leiria, incidindo sobre os territórios, as suas gentes e os riscos associados às Alterações Climáticas para as duas regiões.

Neste sentido, Leiria partilhou as diretrizes do Plano Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas, bem como as estratégias definidas para colocar este plano em prática.

Foram promovidas visitas ao complexo das piscinas municipais, no âmbito das adaptações a que esta infraestrutura foi sujeita para ir ao encontro das necessidades inerentes às alterações climáticas, e ao Jardim da Almoinha Grande, acompanhada pelo arquiteto responsável pelo projeto, que foi pensado para dar resposta às alterações climáticas, mas também à gestão de riscos.

A Água e os problemas associados a este tema dominaram os trabalhos de dia 23, quarta-feira, com o contributo da partilha de experiências dos SMAS, numa mesa-redonda em que foram focadas as boas práticas assentes nas novas tecnologias, nomeadamente ao nível dos sistemas de informação geográfica.

Foi apresentado o Plano Municipal de Gestão da Água, recentemente criado, mas já replicado por outros municípios e entidades intermunicipais. Este é um plano previsto a curto, médio e longo prazo, que se caracteriza, acima de tudo, como um compromisso na lógica da boa gestão da água e no qual o “Projeto Nascente”, apresentado no encerramento dos trabalhos, encaixa na perfeição, dado tratar-se de uma experiência sensorial, diferenciadora e impactante, criada pelos SMAS com o objetivo de alertar para as alterações climáticas e educar para a importância de valorizar a água enquanto recurso escasso e indispensável à vida.

Na sessão de encerramento, Luís Lopes destacou o facto de Leiria ter sido um dos primeiros municípios a dar passos no sentido de ter uma estratégia e um plano de adaptação às alterações climáticas, o qual tem vindo a ser implementado ao longo do tempo.

Para o vereador do Ambiente, para que o resultado dos planos seja o ideal, é fundamental a existência de sinergias entre os setores público e privado, escola e sociedade em geral, o que em Leiria tem estado a ser construído. “Sensibilizar é importante, mas a nossa aposta deve ser na educação, precisamente porque  esta é uma questão que atravessa  gerações.

Não é algo que se consiga resolver com uma campanha de sensibilização que demore um ou vários meses. É algo que tem de se incutir nas gerações futuras e também nas atuais” afirmou Luís Lopes.

Outro dos pontos focados por Luís Lopes foi a necessidade de aliar o planeamento à capacitação porque, os planos podem ser excelentes, mas se não prepararmos as pessoas para a sua execução, a taxa de sucesso, será na prática muito baixa.

“Como tal, este mesmo plano que nos trouxe aqui é um bom exemplo de capacitação, de partilha e de construção de boas medidas  para a adaptação e combate às alterações climáticas, porque estas e os eventos naturais a que temos vindo a assistir não se cingem a fronteiras nem a credos ou países mais ou menos desenvolvidos e é importante perceber que existem soluções, que às vezes não são assim tão obvias, mas podem ser excelentes noutros locais do mundo e para os riscos que partilhamos atualmente”, conclui Luís Lopes.

Quando às estratégias adotadas por Leiria e apresentadas aos representantes de Calvia, Luís Lopes referiu, desde o início dos trabalhos, que “não queríamos só mostrar tudo o que Leiria tem de bom, mas também os problemas que identificámos  e as dificuldades que atravessámos até chegarmos ao momento em que estamos e  que ainda não é perfeito”.

Uma das preocupações inerentes ao Município de Leiria baseia-se, essencialmente, no aumento da resiliência às temperaturas elevadas, ondas de calor e inundações, principalmente nas áreas urbanas.

    Fonte: GRPG|CML

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