Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha
ESAD desafia estudantes a construírem peças de mobiliário para o novo auditório
2022-04-04 11:57:38
Os estudantes da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (ESAD.CR) do Politécnico de Leiria colocaram as “mãos à obra” na criação de um novo auditório na Escola, através da construção de algumas das peças de mobiliário mais relevantes na História do Design, nomeadamente mesas e cadeiras, projetadas em regime “Open Source”. As peças de mobiliário, feitas em madeira, foram construídas na Oficina Comunitária DYI, que decorreu no dia 30 de março, no âmbito do projeto “Design para Debate”, premiado na esfera do Incentivo a Projetos de Inovação Pedagógica do Politécnico de Leiria e pelos Serviços de Ação Social do Politécnico de Leiria.
«Tomando como mote de inspiração o projeto “Autoprogettazione”, de Enzo Mari, e as suas subsequentes atualizações por designers contemporâneos, propusemos aplicar uma metodologia de aprendizagem no fazer através do envolvimento da/os estudante/s na construção de espaços de encontro pós-covid, recorrendo a materiais de baixo custo. Para o efeito, as/os estudantes pesquisaram, selecionaram, planearam e construíram algumas das peças de mobiliário mais relevantes na História do Design e que tenham sido projetadas em regime “Open Source”», explicam as professoras Teresa Fradique e Carla Cardoso, responsáveis pelo projeto.
O novo auditório, cuja conclusão está prevista para o próximo dia 6 de abril, destina-se a acolher atividades do Seminário Design para Debate, já a partir do dia 20 de abril. Até ao final do semestre terão lugar no auditório cinco atividades que consistem em conferências, conversas e encontros com quatro convidados, seguidas de um grande debate final da responsabilidade dos estudantes dos 2.º e 3.º anos de Design Industrial e do 1.º ano de Design de Produto – Cerâmica e Vidro.
«O tema “Design para Debate” foca-se, em particular, nas mudanças de pensamento sobre a disciplina do design, questionando as suas implicações no mundo contemporâneo e usando o design e as suas criações como inspiradores de reflexões urgentes. O modo como propomos fazê-lo passa por colocar questões e provocar debates sobre a consequência de existirem determinados modos de fazer design e as suas implicações em diferentes contextos», explica Teresa Fradique.
Cada seminário pretende ser um espaço de encontro, escuta e descoberta dos convidados e dos seus trabalhos, mas também de projeção dessas contribuições para um debate mais vasto sobre as múltiplas realidades, desafios e potencialidades de um designer industrial nos nossos dias, e para o pensamento de possibilidades futuras de investigação em design e questionamento de modelos e realidades de ensino nesta área.
O projeto “Design para Debate” inscreve-se «num trabalho continuado de experimentação na criação de espaços pedagógicos alternativos. Um trabalho que procura, por um lado, desenvolver uma reflexão sobre as práticas projetuais em design, face às exigências de uma sociedade que repensa o próprio papel desta disciplina na sua relação com o mundo; e, por outro, colocar em prática formas distintas de conceber o espaço da sala de aula, encarado aqui como um lugar de debate, com o objetivo de ativar a capacidade da/os aluna/os para tomarem em mãos essa mesma reflexão».
«Para além da criação de um auditório pensado propositadamente para este fim e que, tendencialmente, ocupa e recupera diferentes espaços do campus menos óbvios, ou mesmo esquecidos, os debates contam com a presença de especialistas na área do design ou afins com quem os estudantes partilham momentos de análise, de pensamento e de aprendizagem de forma horizontal e altamente produtiva», refere a docente.
«Faz, assim, parte deste projeto que propomos o conhecer, pensar e construir espaços que se apresentem como alternativas à lógica convencional da sala de aula e que utilizem essa disrupção como elemento ativo no tipo de escola que queremos construir num futuro pós-covid. Este projeto adquire, a nosso ver, uma pertinência reforçada na medida em que consideramos ter chegado o momento de refletir sobre o espaço da ESAD.CR num futuro próximo que é, em termos globais, incerto e problemático. Das alterações climáticas, às crises humanitárias e pandémicas, os tempos de incerteza em que vivemos serão inspiração para promover um trabalho que lança o desafio de pensar as formas como habitamos a escola e, simultaneamente, que possam refletir sobre o papel do Design neste contexto», conclui Teresa Fradique.
Fonte: Midlandcom
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