Segundo a FENPROF
Adesão à greve dos professores no distrito de Leiria atingiu os 97%
2023-01-31 22:34:35
A adesão à greve dos professores no distrito de Leiria atingiu os 97%, segundo a Federação Nacional dos Professores (FENPROF), sendo este o resultado dos problemas não resolvidos ao longo dos anos, que revolta os professores e que tem justificado a forte adesão às lutas que esta e outras oito organizações sindicais têm estado a promover. A jornada de luta culminou com uma concentração e manifestação dos professores no centro histórico da cidade de Leiria que, segundo os organizadores, juntou milhares de professores.
Contudo, “esta é uma luta dura e longa que não pode cair em aventureirismos que criem dificuldades à fruição dos direitos liberdades e garantias constitucionais. Esta é uma corrida de fundo e que não pode impedir ninguém de a fazer, porque todos seremos os necessários para a levar por diante”, ressalva o sindicato.
“A resposta dos professores une-se em torno da ideia de que é necessário que haja respeito da parte do governo para com esta classe profissional, de que chega de reuniões sem soluções e de que não vão calar a sua voz”, refere a FENPROF.
E alerta que “com as propostas até hoje apresentadas, quanto à alteração do regime de concursos, milhares de professores com muito tempo de serviço ficarão de fora dos processos extraordinários de vinculação e a regulamentação do regime de concursos, na lógica do governo, alarga a instabilidade do nível de agrupamento para o âmbito geográfico da zona pedagógica.”
Por outro lado, “dos esclarecimentos prestados pela equipa do ME, percebe-se que ao obrigar a que o concurso de afetação englobe 7 zonas pedagógicas, os professores alargam o grau de sujeição a colocação em escola numa mancha superior ao distrito ou mesmo, nalguns casos a dois distritos”, acrescenta.
Não há, ainda, também, quaisquer sinais de disponibilidade do governo para negociar outras matérias, para além dos concursos. Segundo a Federação Nacional dos Professores, “o alargamento do número de professores fora das vagas para o acesso aos 5.º e 7.º escalões é uma falácia” e “o Governo insiste na indisponibilidade para contar todo o tempo de serviço que tem estado a roubar aos professores”, pedindo ainda “a negociação de um regime específico de aposentação que crie boas condições para o rejuvenescimento da profissão.”
Por outro lado, “o direito ao salário justo para os professores independentemente do seu vinculo laboral foi transmutado numa proposta em que o governo não quer pagar acima do valor do 3.º escalão, quando temos professores que têm 20 e mais anos de serviço e que, segundo a Comissão Europeia, não podem por isso ser prejudicados. A inexistência de apoios à deslocação para zonas longe da sua residência familiar, como acontece noutras profissões, não é, sequer, considerada.”
A Federação Nacional dos Professores alerta, por fim, que “esta “sopa” de maus tratos profissionais traduz-se na inexistência de jovens interessados em seguir uma profissão que pode ser muito nobre, mas que não põe o pão na mesa nem garante um futuro cativante e aliciante.”
Fonte: FENPROF
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