Edição: 288

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/11/21

Presidentes das Câmaras de Caldas da Rainha, Óbidos e Rio Maior recusam conclusões do estudo da Universidade Nova

Presidente da Assembleia Intermunicipal critica oposição à localização do novo hospital do Oeste

Rui José Prudêncio

Rui José Prudêncio, presidente da Assembleia Intermunicipal da OesteCim, considera extemporâneas as tomadas de posição dos presidentes das Câmaras Municipais de Caldas da Rainha, Óbidos e Rio Maior contra as duas localizações apontadas pelo estudo da Universidade Nova IMS – Information Management School: o primeiro junto da saída sul para o Bombarral e um segundo junto da saída para os Campelos.

O autarca recorda, em comunicado de 13 de fevereiro, que ao longo dos últimos 20 anos muito se tem dito e escrito sobre a construção de um novo hospital para o Oeste. Argumentou-se intensamente a necessidade de um hospital nas Caldas da Rainha, em Torres Vedras, em Peniche ou Alcobaça, alertando que “esta discussão em torno de um hospital para cada concelho, impediu durante 20 anos que todos os Oestinos tivessem acesso a cuidados de saúde com qualidade e em tempo.”

Por outro lado, “todos aqueles que ao longo destes 20 anos andaram a discutir e argumentar um hospital para o seu concelho, nunca perceberam que os cuidados hospitalares evoluíram de tal forma que os pequenos hospitais concelhios não servem as populações que deles necessitam. Hoje vemo-nos confrontados no Oeste com cuidados hospitalares iníquos, porque continuamos divididos em 3 hospitais (Torres Vedras, Caldas da Rainha e Peniche) que por terem de dividir recursos não dão resposta às nossas necessidades”, acrescenta.

Por isso, defende “queremos um hospital de final de linha, que não nos obrigue a sermos transferidos de hospital em hospital, porque os nossos não têm recurso de última linha. Não queremos continuar a dar entrada em Torres Vedras, Caldas da Rainha ou Peniche, para depois sermos transferidos para Lisboa ou Leiria. Esse não é um hospital concelhio, tem de ser um Hospital para toda a nossa região Oeste.”

Em resposta a esta exigência de todos nós, o executivo da OesteCim (entidade que agrupa os 12 concelhos da região Oeste), protocolou com o governo a realização de um estudo técnico que desse resposta não só à futura localização do novo Hospital do Oeste, mas também à sua dimensão, serviços e perfil assistencial. Uma deliberação por unanimidade, ou seja, também pelos presidentes de Caldas da Rainha e de Óbidos.

Foi criada uma comissão para acompanhamento da sua realização composta pela OesteCim/ARS/CHO. O estudo foi adjudicado a uma entidade externa e independente, de reconhecida reputação académica e técnica, Universidade Nova IMS – Information Management School com o apoio da Nova Data-Driven Public Policies Lab. e da Nova Health&Analytics Lab.

Rui José Prudêncio sublinha que “a construção e localização de um Hospital que abarque toda a população de uma região, como é de simples bom senso, apoia-se em critérios absolutamente técnicos, tais como tempo de acesso á urgência, acessibilidades, centralidade geográfica e populacional na região que serve, entre outros. Critérios bem diferentes da construção de uma outra qualquer infraestrutura cultural ou social.”

Este estudo analisou todas as propostas de localização sugeridas por todos os municípios do Oeste e com base nesses critérios apontou as duas melhores localizações para a sua implementação. O primeiro junto da saída sul para o Bombarral e um segundo junto da saída para os Campelos. Ou seja, cumprindo todos os critérios técnico-científicos para a localização de um Hospital regional.

“O estudo foi entregue em mão ao sr. Ministro da Saúde, na presença de todos os Presidentes de Câmara e por mim, e, por conseguinte, também pelos Srs. Presidentes da Câmara das Caldas da Rainha e de Óbidos, que nada argumentaram nesse momento, mas todos nós ouvimos o Sr. Ministro dizer que estava muito satisfeito por finalmente o Oeste ter encontrado consensos para ultrapassar esta lacuna e que esta é a última oportunidade para a nossa região ter um Hospital de fim de linha, que nos sirva a todos e não apenas a alguns”, recorda o presidente da Assembleia Intermunicipal da OesteCim

No entanto a localização final é da competência exclusiva do Ministério da Saúde, que já criou e já está a trabalhar no seu seio, uma comissão que irá apresentar as suas conclusões até final de março, tal como foi compromisso público do ministro da Saúde.

Também na última Assembleia Intermunicipal da OesteCim, com mais uma vez a presença de todos os presidentes de Câmara e todos os deputados do Oeste, o estudo foi apresentado publicamente e com transmissão em direto para as redes sociais, permitindo desta forma que todos os Oestinos tivessem acesso as conclusões do estudo, tendo sido aprovada por unanimidade uma moção de congratulação pela realização do respetivo estudo, que foi enviada para o primeiro-ministro, ministro da Saúde, Assembleias Municipais e comunicação social.

“Por tudo isto, muito estranho a incoerência, dos Srs. Presidentes da Câmara das Caldas da Rainha e de Óbidos, aos quais se juntou o Presidente da Câmara da Rio Maior (que pasme-se, não faz parte do Oeste nem tão pouco da OesteCim), venham mais uma vez com os velhos argumentos de um Hospital para o seu Concelho, não percebendo que com esses argumentos e posições não estão a defender os seu concidadãos e tão pouco defender o direito a uma saúde de qualidade e em tempo”, critica Rui José Prudêncio.

Para o presidente da Assembleia Intermunicipal da OesteCim, “são argumentos assentes numa visão egoísta, desfasada da realidade e de total desprezo por todos os restantes cidadão do Oeste.”

Rui José Prudêncio conclui repudiando também, firmemente, “que este processo esteja a ser objeto de qualquer tipo de influências de qualquer partido, porque como vimos ao longo deste processo, todas os partidos políticos se empenharam e continuam empenhados na construção do novo Hospital do Oeste. O Novo Hospital do Oeste tem de servir todos os Oestinos e não apenas alguns.”

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