Edição: 288

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/11/21

Contactless fecha o ano a atingir cerca de 75% das transações em Portugal

Faturação dos negócios cresce 33% em 2022, e consumo estrangeiro dispara 101%

Multibanco

A faturação dos negócios em Portugal aumentou 33% em 2022 face a 2021, de acordo com o REDUNIQ Insights, o relatório da REDUNIQ, maior acquirer nacional e marca da UNICRE, que analisa a evolução dos pagamentos por cartão efetuados no país. Depois de dois anos (2020 e 2021) fortemente impactados pela pandemia, o acquirer português revela que o consumo originado por cartões nacionais cresceu 23% em comparação com o período homólogo.

Contudo, foi o regresso dos turistas estrangeiros a Portugal que proporcionou uma melhor performance dos negócios, tendo a faturação por cartões estrangeiros disparado para mais 101% quando comparado com os valores de 2021.

Deste grupo, o destaque vai para os franceses, que representam a maior fatia do consumo estrangeiro em Portugal (14% do total da faturação estrangeira), seguidos pelo Reino Unido (13%), Estados Unidos (10%), Irlanda (9%) e Espanha (7%). Sendo que, entre 2019 e 2022, existiu uma redução da expressão dos turistas ingleses (em parte por força do BREXIT) e alemães (impactados pela crise energética interna) em território nacional.

Olhando para a evolução ao longo do ano, verificou-se no primeiro semestre do ano um impressionante crescimento da faturação da REDUNIQ de 45% face ao período homólogo, resultado justificado pelo significativo impacto da pandemia na contração do consumo nos primeiros seis meses de 2021.

Já os números do segundo semestre mostram que o abrandamento expectável do consumo não se verificou, apesar da inflação e da subida de taxas de juro. Contudo, houve uma desaceleração dos ritmos de crescimento face a 2021.

Relativamente às épocas especiais de consumo, o Verão de 2022 ficou marcado pela quase total recuperação da atividade turística face ao período pré-pandemia, com um aumento de mais de 30% na faturação total face a 2021.

No Natal verificou-se também um aumento de 25% da faturação e o gasto médio foi de 231€ comparado com 207€ em 2021 – em parte, dir-se-ia que terá derivado ao efeito da inflação.

Paralelamente a este aumento global da faturação dos negócios, também o contactless terminou 2022 a atingir valores históricos, com cerca de 75% das transações em Portugal a serem efetuadas através desta tecnologia.

Dados que, segundo Tiago Oom, chief commercial officer da UNICRE e porta-voz oficial do REDUNIQ Insights, “se tivermos em consideração que, em 2019, o contactless representava apenas 16% do peso das transações, conseguimos chegar à conclusão de que os meios de pagamentos digitais não só vieram para ficar, como continuarão a crescer. A mudança do perfil de consumo dos portugueses, muito impulsionada pelas restrições impostas durante a pandemia, está particularmente alinhada com esta retoma à normalidade, marcada, mesmo perante um período assinalado por relevantes complexidades macroeconómicas, por aumentos da faturação dos negócios, ou pelo menos das formas de pagamento, caindo muito o dinheiro físico e substituído pelo digital/cartões. “

Segundo o economista, “este cenário, em 2023, poderá ser ligeiramente diferente, se tivermos em conta, não só o impacto da inflação e da subida das taxas de juro, como a própria desaceleração dos ritmos de crescimento da economia identificados no segundo semestre de 2022 face a 2021”.

Ao nível da análise transacional por regiões, Lisboa, Beja, Guarda e Vila Real apresentam todos valores de faturação superiores a 2021, com crescimentos de 26%, 24%, 24% e 23% respetivamente, justificados pela normalização da realidade da vida dos portugueses depois de um período pandémico.

Quanto ao consumo estrangeiro nas regiões, o destaque vai para Lisboa, Açores, Porto e Madeira, que apresentam uma variação mais significativa, registando um aumento de faturação de 134%, 117%, 116% e 99%, respetivamente.

Já de forma global, e graças ao papel do turismo, os distritos que mais cresceram de um ano para o outro foram justamente as regiões mais turísticas: Faro (44%), Madeira (42%), Lisboa (41%), Açores (34%), e Porto (31%).

No que diz respeito à faturação total por setor de atividade, as categorias que apresentaram maiores crescimentos em 2022 são aquelas que no decurso de 2021 (sobretudo no 1º semestre) ainda foram fortemente impactados pela pandemia. Neste sentido, a Hotelaria e Atividades Turísticas (102%), a Restauração (71%) e as Perfumarias (45%) foram os que mais cresceram.

Por outro lado, os setores que mais cresceram durante a pandemia foram os que menos cresceram em 2022, como os Hiper&Supers (18%), a Saúde (11%) e os Eletrodomésticos & Tecnologia (4%).

Por fim, e quando analisado o valor da compra média em cada um destes setores, destaque para a Hotelaria & Atividades Turísticas, que apresenta o valor mais elevado (144€), Acessórios de Automóveis e Oficinas (119€) e Eletrodomésticos &Tecnologia (118€).

Os dados recolhidos têm como base o REDUNIQ Insights, a solução de conhecimento que analisa as transações registadas pela rede de aceitação de pagamentos da REDUNIQ.

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