Edição: 286

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/9/8

Carina Félix, do MARE, recebeu bolsa de 25 mil euros pelo projeto OCEANFIRE que usa uma alga marinha invasora para combater fogo bacteriano

Investigadora do Politécnico de Leiria recebe Prémio Alfredo da Silva para proteger fruta do Oeste

Carina Félix

A investigadora do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) do Politécnico de Leiria Carina Félix ganhou o Prémio de Investigação Alfredo da Silva e o Empreendedorismo, pelo projeto OCEANFIRE. O prémio, uma bolsa de 25 mil euros, foi atribuído pela Fundação Amélia de Mello e a BCSD Portugal, a COTEC Portugal e a Universidade Nova de Lisboa.

O professor da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM) do Politécnico de Leiria, em Peniche, Marco Lemos, os investigadores Rafael Félix e Eloísa Toledo, ambos do MARE, unidade de investigação da ESTM, e os investigadores Patrícia Valentão, da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, e Bernardo Duarte, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, são os outros membros da equipa envolvida no OCEANFIRE, e agora distinguidos. O projeto conta também com o apoio da empresa de hortofrutícolas Campotec.

O projeto ‘OCEANFIRE – Apagar o fogo bacteriano com o mar: potencial da alga invasora Asparagopsis armata contra Erwinia amylovora’ pretende contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas sustentáveis de origem marinha no combate ao fogo bacteriano, uma doença causada pela bactéria Erwinia amylovora, conhecida por provocar grandes perdas na produção, e consequentemente económicas, em culturas como a pêra-rocha, a maçã de Alcobaça e o marmelo. Um problema sentido pela empresa portuguesa de hortofrutícolas Campotec, com um vasto conhecimento de campo e dos problemas agrícolas atuais.

«O risco iminente do fogo bacteriano é uma chama que ameaça consumir os preciosos pomares do Oeste, causando destruição onde antes havia um oásis de frutas e vida e colocando em perigo uma das joias da região, a pêra-rocha», refere Délio Raimundo, da Campotec. «Com características únicas e com um único local de produção no mundo, a ameaça de desaparecimento é real, a menos que nos unamos num esforço coletivo, científico e técnico, para proteger e preservar sua singularidade para as gerações futuras».

“O consórcio multidisciplinar constituído pela ESTM, através do MARE, a Universidade do Porto e a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa propõe abordar este problema através da exploração do já comprovado potencial biotecnológico da alga marinha Asparagopsis armata como agente de controlo do agente causador do fogo bacteriano, contribuindo simultaneamente para a mitigação desta espécie invasora dos ambientes afetados e consequentemente para a redução do seu impacto nos ecossistemas em questão», explica a líder do projeto OCEANFIRE e investigadora do MARE Carina Félix.

«O projeto OCEANFIRE continua a colocar a ESTM e o MARE como referências no domínio da utilização dos recursos marinhos para resolver desafios da sociedade», sublinha também o professor da ESTM e investigador do projeto Marco Lemos.  «Nomeadamente», concretiza, «aqueles que mais impacto têm nas empresas da região Oeste e Leiria, mas também, neste caso, com graves impactos no resto do país e na Europa, traduzindo-se em quebras de produção de muitos de milhões de euros».

Um problema «gravíssimo», reconhecido pela Fundação Amélia de Mello e pela BCSD Portugal, congratula-se Carina Félix. «Deram um claro sinal do potencial desta solução sustentável, baseada num recurso marinho, para contribuir para uma solução para o fogo bacteriano».

    Fonte: Midlandcom

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