O Departamento de Saúde Pública da Administração Regional de Saúde do Centro e a Equipa Regional de Monitorização e Intervenção na Resposta Sazonal em Saúde alertam para a previsão de elevação muito acentuada das temperaturas extremas a partir de dia 20 de agosto, domingo, mantendo-se elevadas durante toda a semana.

Esta situação é particularmente incidente no distrito de Castelo Branco, com temperaturas extremas muito elevadas (incluindo a mínima, compatível com “noites tropicais”) durante toda a semana. No concelho de Castelo Branco, as máximas serão superiores a 38ºC (38-42ºC) e as mínimas variarão entre 21º e 28ºC , o que dificultará o arrefecimento noturno das habitações e poderá impactar a saúde das populações mais vulneráveis (em concreto, idosos, doentes crónicos e acamados) face ao “stress térmico” decorrente.

Os distritos da Guarda e de Viseu também observarão aumentos acentuados das temperaturas extremas, à semelhança da generalidade dos distritos desta região. Em especial nos distritos do interior, alerta-se, de acordo com a Autoridade Nacional de Proteção Civil, para o risco elevado de incêndios florestais.

A ARS do Centro chama a atenção para o aumento previsível da mortalidade em todo o Continente (população em geral e, sobretudo, idosos com mais de 75 anos), obrigando à implementação das medidas de proteção da saúde e a um estado de prontidão por parte dos serviços de saúde.

Deve ser dada particular atenção aos grupos vulneráveis e de risco, com destaque para os idosos, acamados, doentes crónicos, crianças de tenra idade e indivíduos expostos a atividades ao ar livre. Em toda a região, observam-se índices de radiação UV muito elevados, obrigando, em especial nas crianças e quando no exterior, ao uso de chapéu de abas largas, protetor solar e, eventualmente, óculos com filtro UV.

Recomenda-se a hidratação oral frequente (mesmo na ausência de sede), a procura de sombras e de locais frescos/climatizados, refeições ligeiras e abstinência de atividade física intensa e ao ar livre.

Sempre que possível, deve-se promover o arrefecimento noturno das habitações, com abertura de janelas durante a noite, após prévio encerramento de portadas e persianas durante o dia.

Recomenda-se, às unidades funcionais da rede de cuidados primários, o reforço da visitação domiciliária de grupos vulneráveis e de risco.

Relativamente às unidades das redes de cuidados continuados integrados e de cuidados paliativos e às ERPI e lares/centros de vida, devem ser envidados todos os esforços no sentido de ser garantida a hidratação frequente dos idosos/institucionalizados, bem como o seu conforto térmico (idealmente, permanecendo em espaços climatizados, nos períodos de maior calor, 2-3 horas por dia).

As Autoridades de Saúde Locais/Delegados de Saúde deverão assegurar uma articulação efetiva com as entidades de proteção civil (autarquias, bombeiros, entre outros), bem como a vigilância da mortalidade e de eventos, como incêndios, com potencial impacto na saúde populacional. Deverão as entidades do SNS (ACeS e ULS) promover ativamente a divulgação das medidas de proteção da saúde, em especial junto dos grupos vulneráveis e de risco, como a procura de locais frescos e à sombra e a abstinência de atividade física mais intensa, além da hidratação oral frequente.

Recomenda-se o acionamento dos planos de contingência locais e institucionais, nos termos neles constantes. Em concreto, os serviços de urgência hospitalar deverão prever um aumento da procura médica (i.e., não cirúrgica).

Para informações adicionais, o Departamento de Saúde Pública da ARSC recomenda as seguintes fontes:

Direção-Geral da Saúde – este serviço de saúde pública de âmbito nacional disponibiliza material informativo, destinado à população em geral, no âmbito do Plano de Saúde Sazonal – Verão.

Centro de Atendimento do SNS 24 (808 24 24 24) – esta linha de apoio (custo de chamada local) fornece aconselhamento e orientação em saúde.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera – disponibiliza, no seu sítio institucional, informação relativa a temperaturas observadas e previstas no nosso país, bem como ao índice de raios ultraviolentas e à qualidade do ar.

Fonte: ARS|Centro