Edição: 288

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/11/21

Caldas da Rainha

Incêndio nos Pavilhões do Parque D. Carlos I terão ocorrido por “intervenção humana”

Pavilhões do Parque

Como é do conhecimento público, ocorreu no dia 25 de setembro, cerca das 16h40, um incidente de incêndio que deflagrou no último piso de um dos Pavilhões do Parque D. Carlos I (corpo noroeste), nas Caldas da Rainha.

Ao tomarem conhecimento da ocorrência, de imediato responderam, com elevada prontidão, competência e profissionalismo, os Serviços Municipais de Proteção Civil, as Divisões de Infraestruturas e Edifícios Municipais, as corporações dos Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha, de Óbidos, de Alcobaça e da Benedita.

Em menos de três horas, as entidades de Proteção Civil e corporações de Bombeiros citadas conseguiram controlar e debelar o fogo, dando o mesmo como extinto e resolvido, cerca das 19h30 min;

Segundo o presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, Vítor Marques, “as causas prováveis desta ocorrência, não estando ainda totalmente apuradas, e continuando em investigação por parte das entidades policiais competentes, remetem indiciariamente para a possibilidade de “intervenção humana”, segundo os peritos e operacionais que intervieram no local.”

No “rescaldo” e “remoção” de entulhos, em vistoria pericial realizada, foi determinado pela Câmara Municipal a implementação de um conjunto de medidas preventivas, desde já, a vedação do perímetro do edifício de modo a salvaguardar o risco de queda de revestimentos, empenas ou elementos estruturais constituintes dos vãos das mansardas (já executado pelos serviços municipais).

Será ainda realizada a limpeza dos detritos resultantes do incêndio, que podiam constituir uma sobrecarga para a laje, salvaguardando as necessárias condições de segurança, suportadas em plano de trabalhos de riscos especiais, que devem ter em consideração os danos causados no piso de esteira, que embora não apresentando evidências de eminente colapso global, apresenta danos pontuais dos elementos cerâmicos que constituem o respetivo piso, mais acentuados nos tetos das duas salas mais próximas do parque.

Por fim, será realizada a consolidação estrutural temporária das mansardas e da laje suportada em estudo/parecer técnico, bem como medidas de proteção contra as ações erosivas dos agentes atmosféricos suportada em estudo/parecer técnico, efetuado para o efeito.

Estas medidas foram já implementadas e solicitada a colaboração técnica e científica do LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil, IP, para colaborar com o Município na “avaliação de anomalias no edifício consequentes da ocorrência de incêndio ocorrido”.

Em simultâneo ao descrito, a Câmara Municipal esteve em permanente contacto com a Administração do Grupo Visabeira, que acompanhou o processo e se deslocou a Caldas da Rainha para uma reunião de trabalho (realizada no dia 26 de setembro), em que, para além de outros assuntos, tratou de analisar a ocorrência e de imediato desencadeou a intervenção da companhia seguradora contratada para proteção daquele património histórico, cuja cobertura de danos comportam o tipo de ocorrência registada;

Importa lembrar que o Património Histórico e Monumental dos Pavilhões do Parque D. Carlos I, apesar de integrar o domínio do Estado, foi concessionado à Autarquia por 50 anos, e desde 2017, está concessionado pelo Município de Caldas da Rainha ao Grupo Visabeira, para que esta entidade empresarial ali promova a reabilitação do edificado e a sua adequação a uma unidade hoteleira de cinco estrelas, num investimento estimado em cerca de 15 milhões de euros já candidatado ao programa Revive/Turismo;

Em função do exposto, o presidente da Câmara Municipal informou e tranquilizou a população, no dia 29 de setembro, reiterando o seu empenho em continuar vigilante e atuante, em permanente diálogo com o Grupo Visabeira, na prossecução dos objetivos de reabilitação e valorização patrimonial dos Pavilhões do Parque D. Carlos I;

Finalmente, Vítor Marques louva e reitera os seus agradecimentos aos técnicos municipais e às corporações de Bombeiros acima identificadas, envolvidas nesta ocorrência, pela elevada prontidão, competência e profissionalismo demonstrados.

Os Pavilhões do Parque

Vista dos Pavilhões do Parque D. Carlos I

Os Pavilhões do Parque foram projetados nos finais do século XIX pelo arquiteto Rodrigo Berquó para serem o novo hospital D. Carlos I. O então diretor do Hospital Termal, que chegou a acumular as funções de presidente da Câmara, queria fazer das Caldas da Rainha uma estância termal de dimensão europeia, mas os “Pavilhões do Parque” nunca chegaram a cumprir qualquer função na área da saúde. Berquó morreu de ataque cardíaco em 1896, antes das obras estarem concluídas, servindo os edifícios nos 100 anos seguintes de quartel, esquadra da polícia e de escola secundária.

Desde 2005, que as instalações estavam devolutas. Em 2016, o Governo concordou em ceder a gestão deste património à Câmara Municipal das Caldas da Rainha, que posteriormente o concessionou ao Grupo Visabeira, para servir de unidade hoteleira de 5 estrelas.

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