Edição: 288

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/11/21

Ex-diretora do serviço de gestão e Planeamento do Hospital Distrital de Santarém

Tatiana Silvestre é a nova diretora da Unidade Local de Saúde da Lezíria

Hospital Distrital de Santarém

Tatiana Silvestre, até agora diretora do serviço de gestão e Planeamento do Hospital Distrital de Santarém, é a nova diretora da Unidade Local de Saúde (ULS) da Lezíria. Na mensagem de despedida, Ana Infante, que presidiu ao Conselho de Administração do Hospital Distrital de Santarém nos últimos 6 anos admite que “as dificuldades foram grandes, mas as realizações muito mais significativas e gratificantes. No início da nossa missão em agosto de 2018, a conclusão das obras do Bloco Operatório Central e de Partos, grande constrangimento à prestação de cuidados foi, sem dúvida, um desafio para todos nós que, com grande empenho de todos os intervenientes, foi possível concretizar.”

Depois, “os desafios continuaram e respondemos de forma efetiva à pandemia COVID 19 utilizando todos os recursos humanos, financeiros e estruturais disponíveis e que possibilitaram vencer, porventura, o maior desafio do SNS desde a sua existência”, assegura.

A nível organizativo, área importante para a concretização dos objetivos a que se propuseram, é de salientar a criação do Gabinete de Comunicação e Imagem, o Gabinete de Formação e o Gabinete de Investigação Clínica.

Implementou-se ainda a contratualização interna com os serviços clínicos, peça essencial para o controlo das metas assistenciais e qualidade da atividade, promovendo uma cultura organizacional de compromisso. Reforçou-se a organização, a celeridade e o rigor na gestão dos processos administrativos.

Com a assinatura do Protocolo com a Universidade Europeia deu-se mais um passo na consolidação da diferenciação técnica e clínica, promovendo o exercício profissional especializado e a prática integrada com as atividades de ensino, formação e investigação clínica.

“Em termos assistenciais, área fundamental da nossa missão, a estratégia assumida e o desenvolvimento da nossa política foi clara: criar diferenciação clínica, melhorar as condições técnicas de trabalho, garantir um melhor acesso e maior conforto para os utentes, desenvolver uma maior ligação aos cuidados de saúde primários e melhorar a qualidade da prestação de cuidados de saúde prestados à população”, sublinha Ana Infante.

Com a implementação de medidas, como o recurso à telemonitorização de doentes crónicos, foi possível diminuir o número de utilizadores frequentes que recorrem à nossa Urgência Geral.

O número de Consultas anual aumentou, durante o mandato de Ana Infante, na ordem das 50 000, realizando-se agora cerca de 194 mil, efeito positivo do reforço das capacidades estruturais e da criação de novas especialidades.

Reduziram-se as listas de esperas cirúrgicas, com exceção da Ortopedia, muito devido à grande carga de traumatologia na região.

Implementou-se a Hospitalização Domiciliária, alternativa ao internamento convencional, com grande satisfação demonstrada pelos 760 utilizadores desta Unidade.

Na área da saúde mental, destaque para a criação da Equipa Comunitária de Saúde Mental que aproximou os profissionais de Saúde Mental da Comunidade, com enfoque na prevenção da doença e promoção da saúde.

Uma referência ainda para a dinamização de projetos de reabilitação psicossocial de pessoas com doença mental, mobilizando a arte como ferramenta terapêutica, e para o trabalho meritório desenvolvido pela Associação r.INseRIR.

Criaram-se novas especialidades médicas: Cirurgia Torácica, Neurorradiologia, Reumatologia, Cirurgia Plástica e Imunoalergologia.

“Num contexto de dificuldades financeiras, com muitas restrições devidas ao evidente subfinanciamento crónico, foi possível ter uma gestão financeira eficiente que permitiu diminuir o prazo médio de pagamento a fornecedores para 110 dias (bem inferior ao que encontrámos no início do nosso mandato) e concluir o ano de 2023 com um EBITDA previsto na ordem dos 10 ME negativos, valor que nos coloca numa posição privilegiada no confronto com os restantes Hospitais de referência”, realça.

De 2018 a 2023 foram investidos cerca de 25 milhões de euros: em infraestruturas, num hospital com quase 40 anos de existência nomeadamente: na pintura do edifício, rede de águas, quadro elétrico, elevadores, enfermarias, na requalificação dos Serviços de Medicina Física e Reabilitação, Unidade de Cirurgia de Ambulatório, da Unidade de Cuidados Intensivos, Anatomia Patológica e na construção do Gabinete Médico Legal da Comarca de Santarém (pronto a inaugurar); em equipamentos médicos; em tecnologias da informação e informática – remodelação da Rede Informática, desmaterialização do papel, criação da aplicação “MyHDS – Hospital Digital” e implementação dos Quiosques Interativos.

A ULS Lezíria, cujo Plano de Negócios e Plano de Desenvolvimento Organizacional foi elaborado em conjunto entre o HDS e o ACES, apresenta um enorme potencial na melhoria da resposta assistencial às 200 000 pessoas que serve.

“Empenhámo-nos em transmitir, de forma enérgica e genuína, a ideia de que a ULS Lezíria terá de garantir a integração de cuidados de proximidade, de promoção da saúde e prevenção da doença e a importância dos rastreios. Temos a noção de termos dado o nosso melhor, de termos cá estado, todos os dias, com sentido de missão e com o recurso a todas as nossas capacidades”, frisa.

“Estou certa que a nova equipa, que irá dirigir esta recente realidade, terá a oportunidade de fazer melhor do que foi feito nos últimos anos, em benefício da vasta população que servimos. Resta uma palavra final de gratidão e apreço a todos os colaboradores do HDS que, muitas vezes em condições de grande adversidade e dificuldade, tudo fizeram para dar mais e melhores cuidados de saúde aos nossos concidadãos. Um agradecimento ainda para a colaboração que me foi prestada pelas mais diversas Instituições e pessoas individuais que, desse modo, me ajudaram nesta árdua tarefa”, conclui.

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