Os deputados socialistas eleitos pelo círculo de Leiria questionaram esta quarta-feira, dia 25 de setembro, a ministra da Saúde sobre as novas Unidades de Saúde Familiar (USF) Tipo C no distrito de Leiria e sobre a falta de médico de família na Unidade de Cuidados de Saúde Primários local de Castanheira de Pera.

“Depois de um Verão pior que o ano passado, onde as grávidas do distrito foram abandonadas, percorrendo mais de 200 km para ter os seus filhos, o outono começa com falta de médicos de família e com a incerteza das medidas anunciadas, de que não se conhece nenhum estudo de viabilidade. É um desnorte, a que não é alheia a voragem com que, sem preparação, foi substituído o Dr. Fernando Araújo como Diretor Executivo do SNS. Se continuar a colocar os lugares à frente do interesse das populações vamos por mau caminho”, sublinha o deputado Eurico Brilhante Dias.

Relativamente às novas USF Tipo C, os deputados consideram que o distrito foi ”fortemente prejudicado pela forma como o Governo e a Direção Executiva do SNS geriram as urgências obstétricas durante o mês de agosto”, acrescentando que o ano de 2024 foi pior que o ano de 2023, considerando a “gestão do período estival ineficaz e problemática”, deteriorando uma situação já si difícil.

Tendo em conta esta conjuntura, os deputados perguntam à ministra qual a avaliação foi realizada quanto à implementação das USF Tipo B no Distrito de Leiria, que estudos foram realizados – desde ponto de vista do serviço e dos custos de operação – para determinar a localização e a edificação das USF Tipo C e em que concelhos e freguesias serão edificadas e/ou operar as USF Tipo C?

Os deputados Eurico Brilhante Dias, Walter Chicharro e Ana Sofia Antunes confessam a sua surpresa com esta situação: “Se no quadro das urgências esta tem vindo a ser a resposta, foi com surpresa que vimos o anúncio, no âmbito dos Serviços de Saúde Primários, perante a difícil situação – que precisa de melhor gestão e de uma adequada avaliação da implementação das USF Tipo B -, da criação de 5 USF Tipo C”.

A falta de médico de família na UCSP da Castanheira de Pera motivou também uma pergunta dirigida à ministra da Saúde para obtenção de mais informação quanto ao processo de colocação na UCSP de Médico de Saúde Familiar para atender esta população, que se encontra sem recursos médicos desde 9 de setembro, como é público pela nota de imprensa do Município de Castanheira de Pera.

Apesar do enorme esforço da autarquia, reconhecem os deputados, que assume por si custos relevantes para contribuir para a fixação de pessoal médico, tais esforços não conseguem ser por si só suficientes para resolver a carência de cuidados médicos.

Os parlamentares sublinham a sua preocupação pelo impacto esperado na população residente no concelho, nomeadamente a mais vulnerável. “Este município, cujo órgão autárquico em devido momento já manifestou à ULS Coimbra o seu desconforto, tem um conjunto de características que fazem com que este cenário tenha uma relevância redobrada. O conhecido envelhecimento da população local, naturalmente com enfermidades crónicas, a escassez de transportes públicos, a que se soma a inexistência de qualquer oferta complementar de natureza social ou privada, são aspetos que acentuam a natureza da necessidade em ser rapidamente colocado um médico do SNS neste concelho”, defendem.

      Fonte: GI|GPPS