Edição: 296

Diretor: Mário Lopes

Data: 2025/7/1

Cistermúsica abriu com casa cheia e prossegue com mais propostas imperdíveis

Festival de Música de Alcobaça celebra Ravel e traz grandes orquestras à Cerca do Mosteiro

Orquestra do Algarve

Foi um começo em cheio e com casa cheia: o concerto inaugural da 33.ª edição do Festival de Música de Alcobaça trouxe à monumental Nave Central do Mosteiro de Alcobaça a luminosa Messa di Gloria, de Giacomo Puccini, interpretada pelo Coro Ricercare, os solistas João
Rodrigues e Armando Possante, e a Orquestra Sinfonietta de Lisboa, sob a direção de Vasco Pearce de Azevedo. Lotação esgotada teve também as Variações Goldberg, de J.S. Bach , uma das mais importantes obras escritas para teclas que foi sublimemente tocada pelo pianista Pedro Burmester no Claustro D. Dinis do Mosteiro de Alcobaça.

Mas há mais, muito mais, para ouvir nos próximos dias: desde logo música cisterciense, com o programa Divinum Misterium pelo Ars Choralis Coeln. O grupo sediado em Colónia (Alemanha), regressa ao Festival com um programa dedicado à música e ao mundo das freiras de Cister.

Segue-se a inauguração do grande palco da Cerca do Mosteiro, com a atuação da Baltimore Symphony Youth Orchestra, destacada orquestra juvenil dos Estados Unidos, cuja digressão internacional The Places You’ll Go passa por Alcobaça em parceria com o Lisbon Music Fest. Sob a direção do maestro Christopher Cicconi este concerto traz-nos um programa ecléctico: desde excertos do repertório operático — com Carmen, de Georges Bizet e a Danse Bacchanale de Camille Saint-Saëns (da ópera Sansão e Dalila) — passando pela música cinematográfica de StarWars, de John Williams, mas também pelo universo de Liszt. A orquestra apresenta ainda algumas obras contemporâneas, destacando-se a estreia mundial de uma obra de James Lee III.

No mesmo espaço, a Orquestra do Algarve, dirigida por Pablo Urbina, viaja em torno da emblemática Suite Ma Mère l’Oye. A obra revela o fascínio e a inspiração de Ravel pelo exotismo oriental, pelos contos franceses do século XVII e pelas danças arcaicas de corte, numa evocação moderna do passado. O programa percorre ainda outros compositores que moldaram a expressão musical francesa, com destaque para as Gymnopédies, de Erik Satie, com orquestração de Claude Debussy.

Este será o primeiro concerto da programação Ravel Essencial, que celebra o 150.º aniversário de Maurice Ravel (1875–1937), figura essencial da modernidade musical europeia. Até ao final do Festival ouviremos algumas das suas obras mais emblemáticas em diversas formações e abordagens interpretativas, da música de câmara à orquestral, incluindo dança. É precisamente na dança que teremos a Companhia Paulo Ribeiro a prestar a sua homenagem a Ravel — em diálogo com a obra de Luís de Freitas Branco — através do bailado Maurice Accompagné, no Cine-Teatro de Alcobaça – João d’Oliva Monteiro (CTA).

Da sede do concelho para as freguesias, o Mosteiro de Cós recebe o Ensemble São Bernardo que interpretará a Petite Messe Solennelle de Gioachino Rossini, uma obra-prima da música sacra composta em 1863 que mistura a solenidade da missa com a leveza e elegância características do compositor.

Fonte: DM|AMA

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