Infraestrutura científico-tecnológica do IPL, em Peniche, é a sede do MARE-IPL
CETEMARES celebra 10 anos ao serviço da ciência, do mar e da inovação com mais de 40 investigadores integrados
2025-07-16 22:44:10

Sérgio Leandro e Maria Jorge Campos
O CETEMARES, edifício que acolhe o MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente do Politécnico de Leiria, em Peniche, está a celebrar uma década ao serviço da ciência, do mar e da inovação. Infraestrutura científica de excelência, que promove investigação aplicada, inovação tecnológica e uma forte ligação à sociedade e ao setor empresarial, o Cetemares tem vindo a desempenhar um papel fundamental na promoção da sustentabilidade marinha e no reforço da economia azul. A data foi assinalada esta segunda-feira, 14 de julho, com um momento de celebração e reflexão no auditório da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM).
“O CETEMARES é muito mais do que um edifício e uma infraestrutura científico-tecnológica. É, para todos nós, um símbolo de visão, de investimento estratégico e de ciência pensada, como compromisso para com a investigação ligada ao mar e aos seus recursos”, afirmou Maria Jorge Campos, coordenadora do MARE-IPLeiria, durante a celebração.
Construído em 2015 numa localização privilegiada no porto de Peniche, o CETEMARES conta com cerca de 2000 metros quadrados de modernos e totalmente equipados laboratórios de biologia, pescas, aquacultura, biotecnologia, química, microbiologia e marisco, para além de várias áreas dedicadas ao ensino e à transferência de conhecimento, sendo a única infraestrutura da região Oeste dedicada exclusivamente às ciências e tecnologias do mar.
Acolhe hoje um grupo de investigação dinâmico, multidisciplinar e comprometido com a investigação de excelência, possuindo mais de 40 investigadores integrados, que desenvolvem ciência em áreas como a biotecnologia marinha, a ecologia, a conservação, os recursos alimentares marinhos, a aquacultura e a literacia dos oceanos. É também um espaço de formação que recebe estudantes de licenciatura, mestrado e doutoramento, além de dezenas de bolseiros investigadores nacionais e internacionais.
“São as pessoas que fazem deste espaço um centro vivo, onde se constroem e desenvolvem projetos, se estabelecem parcerias e se partilham conhecimentos. A investigação que aqui desenvolvemos é aplicada, mas não só, e pretende responder aos desafios do presente e do futuro. Procuramos soluções para o aproveitamento sustentável dos recursos marinhos, isolamos compostos bioativos com valor para a alimentação, agricultura, saúde e cosmética, analisamos os impactos das alterações climáticas e da poluição, damos resposta à crise da perda de biodiversidade, e apoiamos a valorização económica e social das comunidades costeiras”, destacou Maria Jorge Campos, realçando ainda que o edifício é “uma ponte entre a academia e as empresas, e entre a ciência e a sociedade”.
Também Sérgio Leandro, diretor da ESTM, sublinhou o “importante trabalho de todos os que estiveram envolvidos no início do processo da construção coletiva de uma unidade de investigação que nos orgulha e de uma infraestrutura científico-tecnológica que é referência nacional e internacional”, bem como “o relevante trabalho daqueles que atualmente desenvolvem o seu trabalho de investigação neste edifício e que projetam o futuro do MARE-IPLeiria e do CETEMARES”.
“Volvida uma década, é o momento de pensarmos naquilo que foi o passado, de olharmos para o presente e de projetarmos o futuro, não só do CETEMARES e do MARE-IPLeiria, mas também da ESTM e da sua importância no contexto da economia azul, uma área em que temos vindo a apostar e a colocar a nossa marca”, afirmou.
Para Sérgio Leandro, os projetos que têm vindo a ser desenvolvidos no CETEMARES ao longo dos últimos 10 anos são “uma motivação para que os atuais investigadores associados ao MARE-IPLeiria possam olhar para a investigação com objetivo de criar impacto na sociedade, criar oportunidades para o desenvolvimento de ideias, colocar essas ideias na prática, para que possam gerar valor económico e, com isso, suportar o desenvolvimento da economia azul, gerando empregabilidade, atraindo investimento e dando resposta aos grandes desafios dos oceanos”.
Do CETEMARES saíram já vários produtos alimentares inovadores, concebidos a partir da valorização de recursos marinhos, como pão, gin, azeite, gelado e mel em pó confecionados à base de algas, paté de percebe com amora silvestre, hambúrgueres, salsichas e afiambrados com peixe e algas, entre outros.
As comemorações do 10.º aniversário do CETEMARES foram ainda uma oportunidade para destacar a importância estratégica do edifício no contexto da rede Hub Azul – Peniche e da iniciativa SmartOcean, contribuindo para o desenvolvimento de soluções integradas e colaborativas que unem ciência, comunidades costeiras e empresas em torno do mar e da sua sustentabilidade.
A sessão comemorativa contou ainda com as participações de Acácio Grandela, presidente da Associação de Mariscadores da Berlenga, que debateu o tema ‘Parcerias cientistas–mariscadores: parcerias para a sustentabilidade’, e de João Rito, sócio-fundador da SEAentia, que fez uma apresentação sobre ‘A importância do CETEMARES no tecido empresarial’.
Fonte: On-It!
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