Edição: 288

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/11/21

Morreu o fadista Carlos do Carmo

Carlos do Carmo

Carlos do Carmo morreu esta sexta-feira, dia 1 de Janeiro de 2021, aos 81 anos, vítima de um aneurisma. O fadista, autor de grandes clássicos da música portuguesa como “Canoas do Tejo”, “Lisboa, Menina e Moça”, “Bairro Alto”, “Os Putos”, “Um Homem na Cidade” ou “Uma Flor de Verde Pinho”, começou a cantar em 1964, na casa de fados “O Faia”, propriedade dos pais, a fadista Lucília do Carmo e o livreiro Alfredo Almeida. Em 2005, atuou no recém-requalificado Cine-Teatro de Alcobaça, um concerto memorável na cidade onde a sua mulher, Maria Judite de Sousa Leal, tem raízes familiares, que, seguramente, todos os que o puderam presenciar não esquecerão.

Estudou na Suíça, onde se formou em Gestão Hoteleira e se tornou fluente em Francês, Inglês, Alemão, Italiano e Espanhol.

Em 1964 casou com Maria Judite de Sousa Leal, de quem teve três filhos: Cília, Becas e Gil do Carmo.

Já depois dos 50 anos, sobreviveu à queda de um palco, em Bordéus (França), a um grave acidente de automóvel em Portugal, a uma infeção por tuberculose e a vários problemas cardíacos, que o obrigaram a múltiplas cirurgias, tendo terminado a carreira a conselho médico em 2019, após 55 anos de carreira, com dois concertos nos coliseus de Lisboa e do Porto. Carlos do Carmo anunciou para o final de novembro de 2020 o seu último álbum de originais ‘E Ainda…”, com poemas de José Saramago, Herberto Hélder, Sophia de Mello Breyner, Hélia Correia, Vasco Graça Moura, Jorge Palma e Júlio Pomar e músicas e António Victorino D’Almeida, Mário Pacheco, Paulo de Carvalho e José Manuel Neto.

Prémios:

Em 1967, a Casa da Imprensa distinguiu-o com o prémio Melhor Intérprete
Em 1970, a mesma Casa da Imprensa atribuiu-lhe o prémio Pozal Domingues de Melhor Disco do Ano, para o seu primeiro álbum, intitulado O Fado de Carlos do Carmo, editado pela Alvorada em 1969.
Em 1997, o Presidente Jorge Sampaio atribuiu-lhe o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique
Em 2004, a Câmara Municipal de Lisboa atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Municipal, de grau ouro, o mais elevado.
Em 2008, recebeu o Prémio Goya, em Espanha, em conjunto com o poeta Fernando Pinto do Amaral, na categoria de Melhor Canção Original, com o Fado da Saudade.
Em 2013, recebeu o Grammy Latino de Carreira.
Em 2016, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa fê-lo Grande-Oficial da Ordem do Mérito.

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