Edição: 288

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/11/21

De 29 de outubro a 6 de novembro

Centro Cultural e de Congressos vai receber o Festival Internacional Caldas nice Jazz 2021

Cartaz

O Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha promove, de 29 de outubro a 6 de novembro, o Festival Internacional Caldas nice Jazz 2021, no Grande Auditório do CCC. Nik Bärtsch, Carlos Bica, Daniel Erdmann e Dj Illvibe, Orquestra Jazz de Matozinhos, Tord Gustavsen Trio, Samara Joy com Pasquale Grasso Trio. Em paralelo, vão realizar-se o Workshop “O Círculo da Voz II” com Manuel Linhares, a Conferência Os Grandes Standards do Jazz: Uma Viagem Sonora e Comentada, com João Moreira dos Santos e Cláudio Alves, terminando com a Sociedade Filarmónica Catarinense, no Terminal Rodoviário do Oeste.

    Programa

29 OUT | 21H30

NIK BÄRTSCH

Um dos pianistas mais proeminentes do mundo, Nik Bärtsch, um filósofo da música. A performance a solo de Nik Bärtsch éuma viagem não sóentre a clareza da música claśsica e a improvisaca̧ ̃o do jazz, mas também entre a harmonia ritual ancestral dos sons japoneses e o minimalismo moderno.

30 OUT | 21H30

CARLOS BICA, DANIEL ERDMANN E DJ ILLVIBE

Carlos Bica apresenta “I am the escaped one” com Daniel Erdmann e DJ

Illvibe. O contrabaixista e compositor Carlos Bica construiu um nicho musical de uma forte identidade com o seu estilo inventivo de um jazz ao mesmo tempo lírico e indie. Agora encontramo-lo com Daniel Erdmann (saxofone tenor) e DJ Illvibe (gira-discos).

Carlos Bica – Contrabaixo
Daniel Erdmann – Saxofone Tenor
DJ Illvibe – Gira-Discos

04 NOV | 21H30

ORQUESTRA JAZZ DE MATOZINHOS

Viagem ao Jazz Português: Novos Talentos

Direção Musical: Carlos Azevedo

Saxofonista convidado: Tomás Marques

“Viagem Pelo Jazz Português: Novos Talentos” é a quarta e última fase de um ciclo itinerante iniciado em 2018 com “Uma Viagem Pelos Tempos do Jazz I/II” – onde a Orquestra Jazz de Matosinhos apresentou dois repertórios: do chamado “período de ouro” das big bands nos EUA até aos dias de hoje – e que, em 2020, se debruçou sobre as criações originais em “Viagem Pelo Jazz Português: Compositores”.

05 NOV | 21H30

TORD GUSTAVSEN TRIO

Com 5 álbuns editados, o compositor e pianista Tord Gustavsen, regressa a Portugal para apresentar no festival Caldas Nice Jazz o aclamado último trabalho do seu trio ‘The Other Side’.

Depois de explorar outras bem-sucedidas formações, com particular destaque para o quarteto com o qual editou dois álbuns, ‘The Other Side’ (ECM Records) representa o regresso de Tord Gustavsen ao trio instrumental, formato clássico que levou a sua música a um amplo público internacional.

Tord Gustavsen – piano, electrónica
Ellen Brekken – contrabaixo
Jarle Vespestad – bateria

06 NOV | 21H30

SAMARA JOY COM PASQUALE GRASSO TRIO

Com uma voz suave como veludo, SAMARA JOY éuma estrela que parece subir a cada apresentaca̧ ̃o. Após ter vencido o Sarah Vaughan International Jazz Vocal Competition 2019, estáatualmente a gravar o aĺbum de estreia, que contarácom Samara e Pasquale Grasso Trio.

SAMARA JOY – Voz
PASQUALE GRASSO – Guitarra
DARIO DI LECCE – Contrabaixo
STEVE BROWN – Bateria

30 OUT | 17H00

Workshop “O Círculo da Voz II” com Manuel Linhares

Manuel Linhares vai orientar o workshop “O Círculo da Voz II”. Uma experiência a não perder, que visa impulsionar a improvisação e criatividade vocal!

05 NOV | 22H30

Conferência Os Grandes Standards do Jazz: Uma Viagem Sonora e Comentada

Nesta sessão, João Moreira dos Santos, investigador e autor do programa «Jazz A2» (Antena 2), e Cláudio Alves, compositor, guitarrista e cantor, propõem uma viagem histórica e musical pelos 25 standards do Jazz mais populares.

23 OUT | 11H00 | Terminal Rodoviário do Oeste

“AS FILARMÓNICAS TAMBÉM TOCAM JAZZ”

Sociedade Filarmónica Catarinense

A Sociedade Filarmónica Catarinense atua um pouco por todo o país, sendo presença mais frequente na região litoral centro. Além das participações em festividades religiosas, é muito solicitada para serviços oficiais, tais como inaugurações, desfiles e encontros culturais.

Caldas da Rainha volta a ser a cidade do jazz em 2021!

Fundado em 2012, o Caldas nice Jazz é provavelmente um dos festivais contemporâneos que contribuiu para influenciar a nova vaga de festivais do género em Portugal.

Na verdade, não nos comparamos aos de grande referência nacional como são os casos do Cascais Jazz, Guimarães Jazz e do Jazz em Agosto, na Fundação Gulbenkian ou mesmo a Festa do Jazz em Lisboa, entre outros.

O nosso objectivo foi, desde o início, apresentar músicos/projectos para conhecedores, mas também para novos públicos, que não estavam familiarizados com estas sonoridades. Na realidade, do Jazz aprende-se a gostar ouvindo e descobrindo sonoridades extraordinárias e temas verdadeiramente revolucionários.

O Caldas nice Jazz não é uma opção comercial nem popular. É um projeto que consagra a diversidade cultural, técnica e instrumental, proporcionando uma verdadeira oferta singular no panorama regional, a par de muito poucos que já fazem parte do panorama do “jazz” nacional.

Este festival tem procurado desde o início, proporcionar uma ideia de “globalização”, ou seja, possibilitar que uma comunidade como Caldas da Rainha (e região Oeste) pudesse usufruir, mesmo contra as lógicas pseudo-culturais “regionalistas/populistas”, de uma diversidade extraordinária de sonoridades. Este é um processo em construção, que faz história e que não está vinculado a nada que não seja à comunidade e a uma nova geração de músicos fantásticos.

Já vai para uma década a “impressão” de uma referência de abertura nas opções musicais que apresentamos (o histórico está registado em edições discográficas que são um marco importante para a cultura local), apesar de sermos ainda mal interpretados pelas opções que propomos.

Alguns não acreditaram neste caminho, dizendo que não éramos capazes de impor a marca “Caldas nice Jazz” e proporcionar uma abertura ímpar na fruição cultural da região.

Recordemos Jorge Lima Barreto que no seu livro “Revolução do Jazz” dizia a propósito…“A nota musical, no Jazz, é mais que um signo servindo um conceito, ela é evocativa dum complexo indefinido de imagens.

O seu antiformalismo retém a energia imperativa do acto, exprime um pensamento mais próximo da realidade concreta.”

Não, não queremos comparar o Festival Internacional Caldas nice Jazz a qualquer outro. Nenhum é melhor ou pior, possuem realmente características diferenciadoras que merecem, de públicos cada vez mais conhecedores e cosmopolitas, a atenção porque os seguem nacional e internacionalmente.

Também proporcionamos a transversalidade da fruição deste género musical levando-o a diversos espaços pela cidade, desde museus, escolas, cafés, terminais rodoviários, nunca esquecendo que o Jazz estabelece o princípio de uma linguagem partilhada com muitas outras formas artísticas e sonoras. Importante, também, a formação e conhecimento, que propomos todos os anos de forma a construir uma comunidade conhecedora e cada vez mais interessada, nunca nos afastando das práticas artísticas e partindo da noção da integralidade daquilo a que podemos estabelecer entre cultura, cidadania e desenvolvimento. Noção que se afirma no programa JazzOut e no projeto “Filarmónicas também tocam Jazz”, bem como no ciclo de conferências alusivas, porque acreditamos que a escola do Jazz está na comunicação directa e na convivência gerada com essa partilha.

Podemos mesmo afirmar que o nosso trabalho pretende ser um contributo para a criação de um património que tem como objeto a transmissão e disseminação dos bens materiais e imateriais de uma geração para outra.

Salientamos a coragem que o município, assim como algumas instituições e empresas da região tiveram desde a primeira hora, ao apoiarem este festival, ao contrário daqueles que estão sempre do outro lado da história, como resistentes ao novo.

Podemos e devemos manifestar uma gratidão pelo manifesto ato de coragem que demonstram contra a banalização demagógica das tendências “normalizantes” instaladas na cabeça de muito boa gente.

Procuramos fazer deste festival uma festa verdadeiramente singular, para que a sua afirmação seja um poderoso cartão cultural da cidade.

Venham daí para a festa, tal como Natália Correia escreveu a propósito do Jazz… “Poesia sem letras, magia sem esperança, assembleia de bacantes na festa do descobridor da vinha, limando as unhas para arrancar os olhos aos usurpadores do sonho. Porque no Jazz o que importa, acima de tudo, é não acordar.”

Carlos A. Ribeiro Mota
Director Artístico do Festival

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