Edição: 281

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/4/24

André Ventura e Gabriel Mithá Ribeiro participaram em arruada na Batalha

Chega escolhe Leiria para propor um Ministério da Família e menos impostos para as empresas

Arruada do Chega na Batalha

O Chega iniciou as suas ações de campanha para as eleições de 30 de janeiro no distrito de Leiria, com uma arruda na Batalha. Acompanhado pelo cabeça de lista por Leiria, Gabriel Mithá Ribeiro, pelo presidente da Distrital de Leiria, Luís Paulo Fernandes, e por mais de uma centena de simpatizantes e militantes, André Ventura visitou o Mosteiro da Batalha no seu dia de aniversário e durante cerca de duas horas contactou com a população local. O líder do Chega destacou o forte tecido empresarial do distrito e defendeu a redução do IVA da restauração, a redução da TSU e a redução do IRC.

Em declarações aos jornalistas, André Ventura revelou que o partido iniciou a sua campanha em Leiria porque “Leiria é um dos distritos com mais empreendedorismo, com mais empresas, com mais comércio e nós entendemos que devíamos dar um sinal que estamos ao lado do nosso comércio, da nossa economia, dos comerciantes, da restauração”.

Segundo o líder do Chega, o partido tem “três bandeiras muito fortes”, defendendo “a redução do IVA da restauração, a redução da TSU e a redução do IRC”, por isso, acrescenta, “estamos aqui para dizer aos nossos empresários que este sufoco fiscal que António Costa nos trouxe, está a acabar. As sondagens mostram que pode acabar e que só depende do voto no dia 30”.

André Ventura cortou o bolo do seu aniversário

Questionado sobre as últimas posições de Rui Rio, André Ventura defendeu que este apenas tem “dois caminhos” nestas legislativas, ou seja “aceita governar com o Chega” ou “pôr-se nos braços” do Partido Socialista. André Ventura classificou ainda como “lamentável e desespero final” do PSD, a abertura de Rui Rio para dialogar com o PAN, após as legislativas de 30 de janeiro.

André Ventura criticou o presidente do PSD, referindo que “primeiro, queria apoiar um Governo do PS e António Costa virou-lhe as costas. Depois, disse que faria um Governo com o CDS-PP e a Iniciativa Liberal, […] mas infelizmente o CDS-PP estava com 1,3% nas sondagens e a IL com 3% e qualquer coisa. Isto significa que Rui Rio sabe muito bem que só tem dois caminhos: governar com o Chega ou pôr-se nos braços do PS”.

Cartaz do Chega junto ao Mosteiro da Batalha

André Ventura criticou o que considerou “manobras de Rui Rio a dizer que sim a toda a gente, ao PAN, à Iniciativa Liberal…” e ironizou, referindo que “ainda vamos ver até ao fim desta campanha Rui Rio dizer que admite governar com o PCP, com jeitinho, se as coisas correrem bem”.

Para o líder do Chega, se Rui Rio não aceitar governar à direita “para afastar António Costa”, o líder dos sociais-democratas tem “que se demitir” da liderança “e dar lugar a outro no PSD para poder fazer isso”.

A finalizar, André Ventura realçou que não interessa o Chega “crescer, se todo o espaço de direita continuar a baixar”, acreditando que a principal luta será pelo terceiro lugar, entre o partido que lidera e o Bloco de Esquerda, sendo esse o fator que poderá determinar a composição do parlamento.

Cabeça de lista por Leiria quer diminuir diferenças entre mundo rural e mundo urbano

Gabriel Mithá Ribeiro

Gabriel Mithá Ribeiro referiu ao Tinta Fresca que além das medidas principais do programa eleitoral do Chega para o distrito de Leiria, onde se destaca a defesa da eletrificação da totalidade da Linha do Oeste, a construção do novo hospital do Oeste, a requalificação do IC8 e a abertura da Base Aérea de Monte Real ao tráfego aéreo civil, “o Chega tem um programa que é um chapéu de aba larga. Não foi feito para Lisboa, foi feito para qualquer distrito do país”.

Segundo o cabeça de lista por Leiria, “é fundamental a questão da família, temos uma aposta forte na família enquanto unidade económica, no direito da família à educação dos filhos, na questão da recuperação da natalidade”, pelo que “por isso vamos propor a criação do Ministério da Família”, acrescentando que “aqui no distrito de Leiria isso faz muito sentido tendo em conta a diminuição da natalidade e a saída dos jovens para outros locais”.

O candidato do Chega assegura que o partido pretende dar uma “atenção muito forte ao mundo rural. Fala-se em desequilíbrios, em diferenças entre ricos, pobres, negros e brancos, mas não se fala da diferença entre o mundo rural e o mundo urbano. Em termos de rendimentos, de qualidade de vida, de acesso a serviços. Estamos a defender a diminuição do desequilíbrio entre o mundo rural e o urbano. Leiria é um exemplo disso”.

Por isso, “estamos a propor que o Estado lute para ter direito a produção agrícola de nível mínimo e isso depois reflete-se a outros níveis, como por exemplo a eletrificação da Linha do Oeste. Se se vai incentivar a produção agrícola, se se vai incentivar que a família se transforme numa unidade económica muito mais rentável, é preciso escoar essa produção. A aposta na Linha do Oeste, no IC8 vem integrada nestas ideias”, referiu Gabriel Mithá Ribeiro, acrescentando que estas “são apostas de coesão nacional”.

Em relação à educação, Gabriel Mithá Ribeiro defendeu “uma escola de qualidade. A escola atual faliu enquanto instituição. Nós sabemos que uma escola de qualidade é um pólo fundamental para fixar as populações”, pelo que “uma escola de qualidade, ou mais, em cada sede de concelho é uma forma de dinamizar esse concelho”.

Outro tema é a falta de mão de obra no distrito de Leiria. Segundo o candidato esta “é suprimida com a imigração. Nós não somos contra a imigração. Queremos que ela seja rentável para a economia, mas que também dê um projeto de vida sólido aos imigrantes sem estarem associados à subsídio-dependência”.

A finalizar, Gabriel Mithá Ribeiro revelou que o distrito de Leiria “foi considerado pela direcção nacional do partido, um distrito absolutamente estratégico, por várias razões. É um distrito muito relevante para o próprio país, com um tecido empresarial dos mais sólidos a nível nacional. Mas também por razões culturais, uma vez que o Chega está a recuperar aquilo que é a força da identidade portuguesa, que no distrito nos remete para vários monumentos e momentos da nossa história”.

      Mónica Alexandre

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