Edição: 281

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/4/19

Acordo visa continuar o trabalho desenvolvido desde 2016 na área da inclusão

Politécnico de Leiria renova protocolo com Associação Colmeia que apoia pessoas com deficiência em Cabo Verde

Célia Sousa, Isabel Moniz e Pedro Morouço

A Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) do Politécnico de Leiria acaba de renovar o protocolo com a Associação de Pais e Amigos de Crianças e Jovens com Necessidades Especiais de Cabo Verde (Colmeia), que estabelece formas de cooperação na área da inclusão e acessibilidade. A renovação da parceria visa dar continuidade ao trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelas duas instituições desde 2016, nomeadamente através do Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID) do Politécnico de Leiria, e assegurar respostas mais adequadas às crianças e adultos com deficiência em Cabo Verde.

Pedro Morouço, diretor da ESECS, e Isabel Moniz, presidente do Conselho Diretivo da Colmeia, oficializaram a renovação do protocolo no dia 7 de setembro. Uma das primeiras ações a serem promovidas no âmbito da renovação do protocolo será a realização de uma formação sobre Comunicação Alternativa e Aumentativa e Acessibilidade aos técnicos da Colmeia, na cidade da Praia, no decorrer durante o do mês de outubro.

A renovação do protocolo inclui ainda a avaliação de respostas mais adequadas às pessoas com deficiência, orientação e apoio na aquisição e utilização de equipamentos informáticos no âmbito da comunicação aumentativa/alternativa, bem como a prestação de serviços à comunidade, nomeadamente traduções, serviço docente e de formação, consultoria, auditorias e trabalhos de investigação e desenvolvimento. O protocolo prevê igualmente a realização de colóquios, seminários e outras ações da mesma natureza, estágios curriculares, científicos e técnicos, e o intercâmbio de informação técnica e científica.

A ESECS e a Colmeia acreditam que estas ações vão fazer a diferença na vida das pessoas com deficiência, e contribuir para uma sociedade mais inclusiva e equitativa, desmistificando a deficiência através da apresentação de soluções concretas que facilitam a vida quotidiana, ao nível das necessidades mais básicas, como o caso da comunicação.

«A comunicação aumentativa, aliada à tecnologia, tem como objetivo oferecer métodos de ampliação das capacidades remanescentes de comunicação, ou de substituição, no caso da ausência de qualquer forma de expressão comunicativa perceptível. E é por isso que é essencial para o desenvolvimento da comunicação nas Pessoas com Deficiência e Perturbações do Espetro de Autismo, especialmente as crianças, desde os primeiros meses de vida», refere Célia Sousa, coordenadora do CRID.

Com a renovação da parceria e o contributo do CRID, a Colmeia espera ainda desenvolver alguns conhecimentos básicos relacionados com os conceitos de comunicação verbal e não verbal, a importância da comunicação aumentativa, a identificação dos sistemas aumentativos de comunicação e as respetivas tecnologias de apoio, no sentido de apontar soluções concretas para problemas concretos de pessoas reais.

O início da colaboração entre a ESECS e a Colmeia remonta a 2016, quando Célia Sousa, docente e coordenadora do CRID, começou a colaborar com a Associação em áreas como a avaliação de crianças no âmbito da comunicação, e a formação de técnicos e apoio ao nível da consultoria nas áreas das Tecnologias de Apoio, Comunicação Alternativa e Aumentativa e Acessibilidade. No âmbito desta colaboração, em 2018, graças a uma campanha de angariação de cadeiras de rodas promovida pelo CRID, foram entregues à Colmeia quatro cadeiras, oferecidas pelo Rotary Club de Leiria.

A ESECS, através do CRID, tornou-se uma construtora de pontes nacionais e internacionais através dos seus múltiplos projetos. O Centro de Recursos para a Inclusão Digital é considerado uma referência internacional na área da inclusão, detendo um know-how único e trabalho feito a favor da sociedade, que apenas é possível encontrar em poucos locais no mundo.

Premiado nacional e internacionalmente, contribui ativamente para sagrar Leiria como a cidade mais inclusiva do país: criou a primeira biblioteca braille no ensino superior do país, adapta regularmente obras literárias para braille e criou o primeiro guião multiformato a nível mundial, para o Mosteiro da Batalha. Dotou todos os espaços de restauração da Praça Rodrigues Lobo, espaço histórico emblemático de Leiria, com ementas multiformato, e desenvolveu os folhetos inclusivos do Itinerário Jubilar de Fátima em 2017, iniciativa reconhecida pelo Papa Francisco através de uma carta de agradecimento pelo trabalho desenvolvido em prol das pessoas com deficiência.

      Fonte: Midlandcom

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