Edição: 281

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/4/19

Obra cofinanciada pelo Fundo Ambiental

Trabalhos de adaptação do Ribeiro de Aveiras às alterações climáticas continuam a avançar

Intervenção na Ribeira de Aveiras

Continuam a avançar os trabalhos de adaptação do Ribeiro de Aveiras. A intervenção está enquadrada no projeto “Valorização e Adaptação do Ribeiro de Aveiras às Alterações Climáticas” e é da responsabilidade do Município de Azambuja, sendo cofinanciada pelo Fundo Ambiental.

Este ribeiro está a ser intervencionado utilizando várias técnicas de engenharia natural, fazendo um controle das espécies invasoras e respeitando as espécies nativas já existentes. A área atravessa os terrenos dos antigos viveiros do ICNF, em Aveiras de Baixo, onde a autarquia visa criar o futuro Parque Biológico e Ambiental de Azambuja. Com este projeto, Azambuja terá, também, o primeiro Laboratório de Rio funcional na zona sul do país, onde poderá ser observada a intervenção realizada e as diversas técnicas utilizadas.

Nesta intervenção, foram implementadas várias técnicas de engenharia natural ao longo da ribeira, tais como os travessões/micro-açudes que consiste na construção de uma estrutura de pedra e madeira no leito da ribeira que é fundamental para promover uma diversificação das velocidades de corrente e de diferentes tipos de movimento de água que ocorrem no leito; a técnica do enrocamento vivo que é a colocação de pedra nas margens de forma a evitar a erosão; o entrançado vivo que é uma técnica utilizada para proteção e estabilização das margens em erosão; o muro vivo com base em enrocamento, pedras e no topo uma caixa feita com troncos; a técnica conhecida por faxina viva que consiste na construção de um feixe com ramagem dos sobrantes, que servirão como estruturas de habitat para várias espécies; a grande viva que consiste na construção de uma grade em madeira colocada nas margens para consolidar as mesmas; a estacaria viva que utiliza estacas de árvores existentes para reparar pequenos deslizamentos e/ou assentamentos de terra devido ao excesso de humidade; também, foi aplicada a técnica das pilhas de compostagem como aproveitamento dos sobrantes das podas e das árvores em risco de queda ou não nativas, com o objetivo de criar abrigos no solo para criptofauna (micromamíferos, vertebrados e artrópodes); a técnica conhecida por biorolo que diminui a velocidade da água de escoamento que permite a sedimentação de material erodido nas margens; e por fim, as paliçadas que é a execução de uma estrutura linear vertical para sustentação, constituída por troncos de madeira, para suster as margens e evitar a erosão da mesma.

A juntar às técnicas de engenharia natural, foi ainda, executado o corte da vegetação invasora – como as canas, e a plantação de espécies autóctones (nativas) no Parque Ambiental. Segue-se numa próxima etapa, a modelação das margens da ribeira, a realização de um anfiteatro e a concretização do caminho ao longo da ribeira no Parque Ambiental.

De referir que esta intervenção, representa um investimento global de 200 mil euros, dos quais a Câmara Municipal conseguiu um financiamento de 170 mil euros, no âmbito da candidatura aprovada pelo Fundo Ambiental enquadrada no objetivo “Adaptar o território às alterações climáticas – concretizar o P3AC”. A concretização desta “Valorização e Adaptação do Ribeiro de Aveiras às Alterações Climáticas” irá tornar toda a área envolvente à intervenção mais resiliente e preparada para os riscos associados a fenómenos de cheias e de inundações, bem como recuperará o corredor ribeirinho ao longo da linha de água, fomentando a criação de refúgios e corredores ecológicos para espécies vulneráveis.

No currículo desta obra do Município de Azambuja, constam a empresa Floponor, ligada às áreas do ambiente e da floresta, que está a executar a empreitada, e também a empresa Engenho e Rio, que é responsável pela elaboração do projeto e especializada em reabilitação fluvial com recurso a “engenharia natural”.

     Fonte: TC|GC|CMA

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