Edição: 281

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/4/25

“Ocupação Humana Plistocénica nos Ecótonos do rio Lis – 2ª fase” e “O Abrigo do Lagar Velho e os primeiros humanos modernos do extremo ocidental europeu”

Projetos de investigação arqueológica desenvolvidos em Leiria recebem apoio financeiro extraordinário

Escavações arqueológicas

A Direção-Geral do Património Cultural atribuiu apoio financeiro extraordinário a 31 Projetos de Investigação Plurianual em Arqueologia, encontrando-se, entre as candidaturas elegíveis recebidas, dois projetos que mereceram financiamento a 100%, desenvolvidos no território de Leiria e apoiados pelo Município: o projeto “Ocupação Humana Plistocénica nos Ecótonos do rio Lis – Segunda fase. 2021-2025”, da responsabilidade científica de Telmo Jorge Ramos Pereira, e o projeto “O Abrigo do Lagar Velho e os primeiros humanos modernos do extremo ocidental europeu”, da responsabilidade científica de Joan Daura Lujan.

“Ocupação Humana Pleistocénica nos Ecótonos do Rio Lis” (EcoPLis) é um projeto de investigação arqueológica conjunto entre a Universidade Autónoma, a Câmara Municipal de Leiria e a University of Tulane (EUA), que procura compreender os modos de vida e os rituais de morte das populações pré-históricas que habitaram a bacia do Rio Lis, especialmente durante o Paleolítico.

Iniciado em 2015, o EcoPLis registou no seu primeiro ano de atividade 45 novos sítios arqueológicos e iniciou escavações em quatro sítios arqueológicos já conhecidos. Os resultados obtidos ao longo de 5 anos permitiram confirmar as expectativas, nomeadamente a identificação de ocupações com funcionalidades específicas, como o concheiro Epipaleolítico e oficina para exportação de peças em sílex Solutrense no Abrigo do Poço, ambas ligadas a momentos de crise climática, bem como explorar em maior profundidade o contexto Moustierense da Praia do Pedrógão, e ainda identificar contextos de necrópole do Neolítico ao Calcolítico no Abrigo da Buraca da Moira, para além de enriquecer o mapa de sítios arqueológicos pré-históricos a nível regional.

O projeto “O Abrigo do Lagar Velho e os primeiros humanos modernos do extremo ocidental europeu” é desenvolvido pela Universidade de Lisboa e pela Direção-Geral do Património Cultural – Laboratório de Arqueociências.

Iniciado em 2018, tem como objetivos principais: compreender a sucessão da ocupação humana do Abrigo do Lagar Velho, na sua relação com o espaço e a geometria do Vale do Lapedo; compreender e caracterizar a variabilidade/ diversidade funcional das ocupações, considerando os fatores Tempo e Espaço; caracterizar as estratégias líticas e económicas, numa perspetiva diacrónica; compreender o Abrigo do Lagar Velho enquanto parte integrante do Vale do Lapedo, considerando os recursos disponíveis e a sua relação com outros abrigos naturais.

As candidaturas aprovadas pela Direção-Geral do Património Cultural respeitaram o limite de financiamento máximo fixado (10.000€), perfazendo um total de 289.813,03 €. Na atribuição do financiamento a cada projeto foram considerados critérios como a avaliação atribuída ao projeto pelo Painel Nacional de Avaliação (de 3 a 5), o cumprimento pelo investigador responsável de obrigações definidas no Regulamento de Trabalhos Arqueológicos, a elegibilidade das despesas propostas e a conformidade das despesas com o projeto aprovado.

Segundo comunicado do Diretor-Geral do Património Cultural, João Carlos dos Santos, “a DGPC promoverá anualmente um concurso para financiamento de Projetos de Investigação Plurianual em Arqueologia (PIPA) (artigo 8.º do RTA). Assim, futuramente, a DGPC pretende que o apoio financeiro à investigação arqueológica decorra no âmbito de procedimento concursal público e universal, com periodicidade regular anual, assente em regras de funcionamento previamente definidas e claras, garantindo a estabilidade e previsibilidade necessárias ao planeamento, programação e implementação de projetos de investigação arqueológica em Portugal. Para tal encontra-se em curso a definição do respetivo modelo regulamentar e de funcionamento, no âmbito das atividades do Grupo de Trabalho “Estratégia Nacional para a Arqueologia”.

    Fonte: GRPG|CML

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