Edição: 288

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/11/23

Em resposta ao comunicado da Concelhia do PS de Alcobaça

DGPC desmente colocação de rampa em betão na escadaria do Mosteiro de Alcobaça

Degraus vão ter um novo corrimão e ser cobertos por aço cortene

A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) desmentiu este sábado, dia 13 de fevereiro, o conteúdo do comunicado divulgado na quinta-feira, dia 11 de fevereiro, pelo PS Alcobaça, assinado por Rui Alexandre, considerando ser inteiramente falso que esteja a ser colocada uma rampa em betão na escadaria da antiga portaria do Mosteiro de Alcobaça.

Segundo a DGPC, “os trabalhos em curso na fachada do Mosteiro de Alcobaça integram a melhoria do acesso à nova entrada-bilheteira do edifício. Porque os degraus desta Portaria se apresentam muito desgastados e com uma perda muito significativa de material pétreo com riscos evidentes para a sua utilização, e tendo em conta o seu evidente valor patrimonial, optou-se por conservá-los, colocando uma chapa de aço cortene sobre parte dos degraus existentes, junto da parede. Desta forma facilita-se o acesso, em segurança e com um corrimão, desde a praça ao varandim superior da fachada.”

Novos degraus foram criados nas duas extremidades da escadaria

Ainda segundo a DGPC, “nas zonas em que a chapa vai ser colocada, a superfície dos degraus foi regularizada com recurso a uma argamassa de cal e areia separada da pedra por uma película geotêxtil, assegurando a sua reversibilidade. Esta empreitada faz parte de uma das duas componentes do Mosteiro de Alcobaça que a DGPC candidatou ao Programa de financiamento europeu CENTRO 2020.”

Portanto, a Direção-Geral do Património Cultural considera que não só está a preservar o património para as gerações vindouras, como também está a garantir o seu usufruto em condições de segurança no presente, à luz das Boas Práticas que se exigem num monumento inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO.

Contudo, a não utilização da pedra da Serra dos Candeeiros nesta intervenção na escadaria da Ala Norte, habitual desde sempre nos monges de Cister, foi a interrogação mais ouvida pelo Tinta Fresca por parte de muitos alcobacenses, quer no local quer nas redes sociais.

Notícia revista às 19 h de 13/01.

Comentários:

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Maria João

Não gosto de comentários anónimos, pensei que aparecia o nome, não VI que tinha de por, as letras estão muito pequenas, o comentário anónimo em baixo é meu # Maria João

Anónimo

Se estão a pôr e dizem que se pode tirar, eu não acredito, isso vai morrer assim, então é dinheiro jogado à rua pago pelos contribuintes. Para que põem? Arranjem outro local para vender bilhetes, andam a gozar com isto tudo. Só há iluminados em Portugal, quem projectou está obra devia estar bêbado. Os outros países preservam o patrimônio antigo, aqui é só para destruir. Estamos no país da bandalheira, que tristeza! D Pedro e D Inês até se devem ter virado nos túmulos a ver uma barbaridade destas!

Nuno Mendes

ah, ok, então afinal não era nada; vão ter que arranjar outro "grande tema" de debate político local.Que tal o histórico estacionamento à volta do mosteiro=? ou as ervas do rio baça? ou as tabuletas à entrada da "cidade"...

Rodrigo Banha da Silva

Esclareço que não sou técnico de conservação e restauro. Mas esclareço, de igual modo, que não sou cego ou completamente ignorante. E irrita-me profundamente quando, para defender uma intervenção, se mascara a realidade despudoradamente. O monumento é público. As entidades intervenientes como promotoras são públicas. O financiamento da obra é público, o que significa que sai dos bolsos dos cidadãos. Há níveis de respeito pelos cidadãos que as entidades públicas estão obrigadas a manter, e que aqui não foram, manifestamente, aplicadas. Passo a explicar: quando se refere no comunicado a aplicação de "argamassa de cal" (sic) esta não se traduz em português ou qualquer outra linguagem técnica por argamassa de cal com percentagem significativa de cimento. Noutro sentido, e mesmo admitindo o contacto pontual que necessariamente iria existir entre pontos da pedra e a manta geotextil, as várias fotos que me foram dadas observar documentam um cenário bem para além do pontual: a manta, é um material que não se confunde com uma pelicula, pelo que é manifesto que existem zonas amplas onde o enchimento assenta diretamente na pedra. Talvez que os responsáveis de conservação e restauro não sejam quem efetuou o trabalho. Ou que o contratualizado pelas entidades públicas donas de obra não corresponda ao que a DGPC escreveu no seu comunicado. É certo, também, que tudo é reversível, não o sendo somente... quando não o é. E esta é a dimensão real e maior do problema. A falta de ética de Conservação e Restauro na intervenção. Estou, infelizmente (e sublinho o advérbio), muito habituado a observar obra em património classificado promovida pelas tutelas centrais e municipais onde, quem projeta, quem planeia, quem calendariza, quem executa e quem faz o acompanhamento e fiscalização de obra não é técnico especializado em Conservação e Restauro, antes construtor civil, arquiteto ou engenheiro. Alguns serão decerto pessoas altamente qualificadas, não ponho isso de todo em causa (é mentira, nalguns casos ponho mesmo). Mas ponho em causa a ética da sua ação quando o resultado dado a observar é o que se vê em Alcobaça.

José Quitério

Um alarmismo injustificado e deliberado que nunca procurou esclarecimento nos locais adequados. Lamentável.

M Rita Ferro

A película geo-téxtil referida pela Direcção Geral do Patrimonio foi efectivamente colocada? A obra é efectivamente reversível e não destrói os degraus setecentistas? Não teria sido possível montar uma estrutura mais leve que nao interferisse com a escadaria e com o patamar superior, cujas lajes eram lindas?

antonio carmo

bom dia. o material que estão a aplicar, é igual ao que lá está? não é. chamem o nome que quiserem, será sempre betão armado tenha o nome que tiver. se existiu aquele material que lá está nas pedreiras portuguesas, poeque não agora, procurar do mesmo, que existirá em alguma pedreira, e fazer o mais igual possivel. nota-se, o trabalhado de cada degrau. o pormenor da excelencia do trabalho feito. o que mais parece, é o fugir há despesa, poupar no material e reduzir custos. e isso v~e-se actualmente com a saude. se não sabem fazer ou não querem fazer, não estraguem o que já lá está. como é possivel ser reversivel se, depois de aplicado o betão, só sairá a martelo? irá estragar o que já lá está. como é premissivel a mente humana.

Alexandre Barros Lopes

É bom saber que as alterações não são necessariamente permanentes embora não melhore o facto de ser betão num monumento com 800 anos.

André Freitas

Se assim é eu concordo com esta medida.

José Mário

Se foi assegurada a sua reversibilidade, não vejo problema algum.