Edição: 288

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/11/21

Nos dias 13 e 14 de agosto

Rede Cultural Aljubarrota 1385 apresenta espetáculo teatral “Margens da Batalha: As Mulheres de Aljubarrota”

Cartaz

Nos dias 13 e 14 de agosto, terá lugar na Estalagem de Aljubarrota, o espetáculo teatral “Margens da Batalha: As Mulheres de Aljubarrota”, um espetáculo inserido na iniciativa “Rede Cultural – Aljubarrota 1385”, uma candidatura conjunta dos municípios de Alcobaça, de Batalha e de Porto de Mós, apresentada ao programa CENTRO 2020.

O espetáculo tem entrada gratuita (mediante apresentação de bilhete) e é uma produção conjunta das companhias locais S.A. Marionetas, A Corda e Companhia Livre, com dramaturgia de Elsa Maurício Childs.

O Município de Alcobaça é o parceiro líder das iniciativas que concretizam o projeto em rede, sob a designação “Programação Cultural em Rede” do Programa Operacional Regional do Centro POR), que concede apoios financeiros aos investimentos que visem promover a dinamização, promoção e desenvolvimento do património cultural, enquanto instrumento de diferenciação e competitividade dos territórios designadamente através da sua qualificação e valorização turística.

Como parceiros, surge a companhia S.A. Marionetas – Teatro & Bonecos, de Alcobaça, na qualidade de copromotor e a Fundação Batalha de Aljubarrota, enquanto parceiro institucional.

INFORMAÇÃO SOBRE O ESPETÁCULO

13 e 14 de agosto | 21h00
Vila de Aljubarrota
Aljubarrota 2021
“Margens da Batalha: As Mulheres de Aljubarrota”
Texto/ Dramaturgia/ Narração: Elsa Maurício Childs
Pelas companhias: A Corda | Companhia Livre | S.A. Marionetas

As páginas da História escreveram o nome dos heróis da Batalha de Aljubarrota – os incontornáveis D. João I, Mestre de Avis, e o Santo Condestável, D. Nuno Álvares Pereira, tantas vezes silenciando, pelo olhar quase sempre patriarcal da História, as mulheres que também definiram essa luta de bastardos.

Este novo texto sobre os acontecimentos de Aljubarrota, escrito de propósito para esta celebração, procura, através da reconstrução da leitura que as mulheres guerreiras da Batalha terão tido desta luta, conferir centralidade à sua participação na luta.

Através de diferentes textos literários que recontam a Batalha em si e os heróis e heroínas que a ela se entregaram – de Camões, no Canto IV dos Lusíadas, à Mensagem de Pessoa, passando, centralmente, por poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen e de Fiama Hasse de Paes Brandão e por vários textos poéticos escritos para deliberadamente para esta ocasião pela autora do texto dramatúrgico –, Margens da Batalha: As Mulheres de Aljubarrota procura tornar protagonistas da Batalha as filhas lusitanas de Atena – Maria de Sousa, Joana Fernandes e Brites de Almeida (a já mítica Padeira de Aljubarrota) –, que nela lutaram.

Sem esquecer os papéis essenciais desempenhados por Filipa de Lencastre e pela figura da Nossa Senhora Virgem de Oliveira, a quem D. João I, dedica a sua vitória, ao longo de 3 atos procura-se dar conta não apenas da Batalha em si, mas dos caminhos que a ela conduziram e dos que dela emergem.

O texto procura, assim, retirar estas personagens femininas das margens da História, dando-lhes o espaço e o tempo necessários para que sobre elas brilhe o foco dos acontecimentos de Aljubarrota.

Para esta tarefa, contribui, ainda, a poesia de Safo (a mais famosa mulher poeta da Antiguidade), que serve de mote para o texto, pelo olhar de centralização do feminino que a define.

Bilhetes|Reservas

Abertura de portas 1 hora antes do espetáculo.
Entrada gratuita, com acesso condicionado mediante apresentação de bilhete.
Devido às medidas de segurança determinadas pelas autoridades de saúde, o recinto terá a lotação limitada.
Os bilhetes poderão ser levantados na Tesouraria dos Paços do Concelho, no Centro Cultural Gonçalves Sapinho, Benedita (até dia 13 de agosto) e também no próprio dia 2 horas antes do início do espetáculo.
Bilhetes disponíveis 15 dias antes do espetáculo.

Cada pessoa poderá levantar um máximo de quatro bilhetes.
Caso não seja possível levantar o bilhete presencialmente poderá efetuar a sua reserva através dos seguintes contactos: T. 262 580 857 | cultura@cm-alcobaca.pt
NOTA: reservas até dia 11 de agosto às 16h00.
#Aculturaésegura
Nota: Espetáculos sujeitos a confirmação mediante avaliação da situação pandémica

    Informação sobre as companhias

   A Corda

A Corda nasceu em 2018 e apresenta-se como uma plataforma de criação artística multidisciplinar centrada, primordialmente, no Teatro, na Música e na Literatura, assim como na exploração de diferentes linguagens cénicas.

Pretende funcionar como uma rede em expansão permanente, através da colaboração com outros membros da comunidade artística, fomentando a interação e a ligação das diversas formas de trabalho inerentes às artes. A Corda tem como princípio basilar exercer uma atividade ligada à comunidade, quer pela produção artística supracitada, quer pela formação nas áreas teatral e musical.

Na sua produção artística, destaca a criação e a apresentação de espetáculos que visam a exploração de linguagens cénicas e que se situam na interligação entre o Teatro, a Música e a Literatura – são exemplo disso os espetáculos “Epopeia”, “Jogo de Espelhos – Um Reflexo de Pessoa”, “Quadraginta dies Silentio”, “Ad Lucem”, “Sobre o Cristal Transparente”, as Tertúlias Literárias Encenadas sobre diferentes poetas portugueses, dos espetáculos para a infância “Babar” e “Fala Bicho” e do projeto In Verso (projeto de Teatro Playback da associação).

A Corda tem exercido uma atividade contínua, tanto na zona Oeste (Alcobaça, Porto de Mós e Rio Maior), como em Lisboa (nas Caves do Liceu Camões, no Centro Cultural da Malaposta e no Auditório Camões), tendo integrado, ainda, a programação de alguns festivais de teatro, como o Festival Internacional de Teatro de Setúbal (“Epopeia”, 2018), o Festival Books & Movies (com as tertúlias encenadas “Tempus Fugit: Os Horizontes do Tempo em Camilo Pessanha” e “Walt Whitman e os poetas portugueses”, 2018 e 2019, respetivamente, em Alcobaça), o Festival Novo Palco (“Jogo de Espelhos”, 2020, em Alcobaça) e o Festival Avesso (“Sobre o Cristal Transparente”, 2020, na Madeira).

     Ficha Artística

Direção de Atores: Ruben Saints
Texto/ Dramaturgia/ Narração: Elsa Maurício Childs
Interpretação: Diogo Bach, Inês Lucas, Lea Managil, Rita Carolina Silva, Ruben Saints, Tiago Bôto e Mestre André (músico)
Música e Sonoplastia: Mestre André
Figurinos: Ruben Saints
Adereços: Marinel Matos
Apoio à Produção: Joana Bastos
Agradecimentos: Ana Castanhito, Helena Raposo, Maria do Carmo Rebelo, António Santos, Margarida Guerreiro, Ana Costa e Vitor Lucas

S.A. Marionetas – Teatro & Bonecos

É uma estrutura profissional de criação em teatro de marionetas composta por autores, construtores e marionetistas que produzem originais e em português, com o objetivo de promover e divulgar o Teatro de Marionetas. Nessa perspetiva, o seu trabalho passa pela investigação e a procura de novas soluções estéticas, bem como a preservação da tradição popular portuguesa através da pesquisa e continuidade na realização do Teatro D. Roberto.

Em ambos os casos, privilegia-se a itinerância dos espetáculos como melhor forma de divulgar a arte da marioneta.

Ainda no cumprimento destes objetivos, a companhia organiza, desde 1998, o Festival Nacional de Teatro de Marionetas “Marionetas na Cidade” em Alcobaça, onde está sediada. Em 2015 o festival foi distinguido com o “EFFE Label”. Tem participado em diversos Festivais em Portugal, tendo também representado o país em Itália, Alemanha, França, Espanha, Inglaterra, País de Gales, Escócia, Itália, República Checa, China, Eslováquia, Macau, Cazaquistão, Indonésia, Coreia do Sul, Turquia, Áustria, Irão, Tailândia. Já foi distinguida com mais de uma dezena de prémios nacionais e internacionais pelas suas produções e desde 1997 já criou 51 produções originais.

Ficha Artística:

Direção de Cena: José Gil
Manipulação: Natacha Costa Pereira, Henrique Bértolo, Rodrigo Moreira, Luis Gil, Tomé Simão, Diogo Rainho
Escultura das Marionetas: Natacha Costa Pereira
Construção das Marionetas: Natacha Costa Pereira, José Gil, Sofia Olivença Vinagre e Luis Gil
Estruturas: Luis Gil
Desenho de Luz: José Gil e Óbidos Produções
Produção: Sofia Olivença Vinagre

Companhia Livre

A Companhia Livre é uma associação sem fins lucrativos, criada em 2008 e que tem como objetivo promover atividades de caráter cultural e educativo, contribuir para a divulgação, valorização e prestígio da história de Portugal.

Estudamos, pesquisamos e recriamos o quotidiano civil e militar de diversos períodos da história de Portugal.

É nossa missão divulgar a História de Portugal.

Somos um grupo de atores e animadores socioculturais com vasta experiência em interpretação e recreação histórica.

Interpretamos momentos, personagens e aventuras, sempre contadas na primeira pessoa, recorrendo a trajes e adereços de cada época.

Somos contadores de histórias, somos narradores de factos históricos e intérpretes.

Personificando personagens da História de Portugal, proporcionamos uma viagem pedagógica e estimulamos a imaginação, o interesse e a motivação pela História e cultura de Portugal – uma aula de história ao vivo, uma aprendizagem lúdica e divertida.

Lista de participantes:

Nuno Marques; Vera Pinto; Nuno Cardo; Luis Gomes; Nuno Esteves; Nuno Figueiredo; Nuno Gonçalves; José Carvalho; Fernando Brecha; Vera Rebelo; Carla Alves; Maria do Céu Sotta; João Conrado; Vitor Mendes; Paulo Polido; Martim Antunes; José Marcos; Luis França; Vasco Alves; Rui Simões; António Serra; Guida Santos; Maria José Vicente; Beatriz Figueira; Olga Figueira; Pedro Fortunado; André Inácio; Belarmino Figueiredo; Luis Figueiredo; Justina Silva; David Santos; Francisco Camacho; Luis Ferreira; José Pereira; Manuel Lobo; Ângelo Lobo; Miguel Rocha; Jorge Nunes; Joaquim Silva e Nuno Rodrigues.

SOBRE A BATALHA DE ALJUBARROTA

Este ano comemora-se o 636º aniversário da Batalha de Aljubarrota, um momento decisivo para a independência de Portugal, decorrido a 14 de agosto de 1385.

Nesta época, em plena Idade Média, Portugal vivia um clima de tensão política e social. Por um lado, durante a Crise de 1383, subsistia dentro da corte o desejo da união a Castela. Por outro, muitos lutavam para defender a independência de Portugal. O povo português não aceitava perder a nacionalidade.

O rei, D. João I, Mestre de Avis, há muito que preparava a defesa de Portugal. Do lado de Castela, D. Juan I planeava tomar o trono português e opta por fazer um cerco a Lisboa. E assim foi. O cerco durou 3 longos meses e só terminou quando Almada se rendeu por falta de água.

A Batalha foi-se aproximando dos Coutos de Alcobaça e viria a decorrer entre os campos de S. Jorge e os de Aljubarrota. Frei João de Ornelas, Abade do Mosteiro de Alcobaça, foi uma preciosa ajuda para o exército de D. João I. Enviou cerca de 300 homens para combater os castelhanos e, defendendo a ponte de Chiqueda, fez com que o exército de D. Juan I se atrasasse.

Mesmo em desvantagem numérica no número de cavaleiros e com a população fragilizada, D. João I decidiu avançar e elegeu D. Nuno Álvares Pereira como o estratega para comandar o destino dos portugueses.

Para este combate, D. Nuno criou uma prática militar, a técnica do quadrado, que impulsionou a vitória portuguesa.

Para esse dia, na charneca de S. Jorge, posicionou os cavaleiros em quadrado para criar uma ilusão de que existiam mais homens. Conseguiram assim atrair os invasores para dentro do quadrado atacando-os de todas as frentes. Os numerosos fossos e covas-de-lobo, cobertos com abatises foram autênticas armadilhas. Portugal venceu quando estava em clara desvantagem. A diferença numérica não ditou o seu destino.

Esta Batalha representa a afirmação da independência de Portugal e da sua gente.

Sobre a Padeira de Aljubarrota

Após a Batalha, depois de vencidos, muitos castelhanos fugiram temendo pelas suas vidas.

Conta a lenda que sete fugitivos ao tentar encontrar abrigo e mantimentos, entraram em casa de Brites de Almeida, a Padeira de Aljubarrota. Os homens encontraram a casa vazia, quando Brites teria ido ajudar a população de Aljubarrota a expulsar os invasores que ficaram depois da Batalha.

Brites de Almeida, mulher forte, alta, feia de aspeto, com uma força e coragem admirável, ao chegar a casa naquela noite, encontrou a porta fechada e desconfiou. Deu de caras com sete castelhanos famintos dentro do seu forno e não esteve com meias medidas. A Padeira e a sua gente, com a pá apontada pelo ferro afiado do raer, que utilizava para afastar as brasas do forno, mataram os sete castelhanos de uma só vez.

Assim se eternizou a lenda Padeira de Aljubarrota: heroína e mulher do povo, símbolo do patriotismo e do nacionalismo português. Defendeu a independência nacional com as suas próprias mãos, e, por isso, permanecerá no imaginário dos portugueses.

   Fonte: GRPP|CMA

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