Edição: 288

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/11/21

Hermínio Rodrigues (PSD), Carlos Guerra (PS), António Vieira (CDS), Clementina Henriques (CDU), Miguel Silvestre (IL), Rui Alexandre (NC) e Isabel Ventura (Chega)

Sete candidatos debateram propostas políticas para o Município de Alcobaça

Isabel Ventura (Chega), Hermínio Rodrigues (PSD), Carlos Guerra (PS), Sara Vieira, Mónica Alexandre, António Vieira (CDS), Clementina Henriques (CDU) , Rui Alexandre (NC) e Miguel Silvestre (IL)

Fixação de população, desenvolvimento económico e turismo foram os temas discutidos entre os sete candidatos à Câmara Municipal de Alcobaça, no debate que se realizou no dia 12 de Setembro, no auditório da Biblioteca Municipal de Alcobaça. Hermínio Rodrigues (PSD), Carlos Guerra (PS), António Vieira (CDS), Clementina Henriques (CDU), Miguel Silvestre (IL), Rui Alexandre (Nós Cidadãos) e Isabel Ventura (Chega), apresentaram as suas ideias, trocaram algumas picardias e até elogios à gestão PSD dos últimos anos.

No que se referiu à fixação de população, a candidata do Chega Isabel Ventura, apontou como principal prioridade à habitação para poder fixar pessoas no concelho. A candidata preconiza ainda “uma boa gestão autárquica” que se reflita depois “na boa qualidade de vida dos munícipes”.

Já Hermínio Rodrigues, afirmou que “a preocupação da candidatura do PSD é “fixar os jovens no concelho e não só na cidade” e que para isso irão “criar um Programa de habitação jovem com rendas acessíveis nas freguesias”. Mas, além da habitação, o candidato afirmou que a “educação também é um fator de atratividade”, revelando que pretende “criar um Campus de investigação e experimentação na área agrícola, gastronómica e tecnológica, de forma a que as instituições de ensino e investigação possam trabalhar com as nossas empresas.” O candidato revelou que o “primeiro doutoramento em património gastronómico na cidade de Alcobaça” será ministrado pela Universidade de Coimbra.

Por sua vez, Carlos Guerra acusou o PSD de ser responsável pela perda habitantes no concelho “por políticas erradas ou por falta de políticas para essa fixação” O PS propõe quatro vetores fundamentais para a fixação de população: habitação, emprego, saúde e educação. Segundo o candidato, as medidas vão desde “o apoio ao arrendamento jovem de 100 euros por mês durante os dois primeiros anos”, à “requalificação dos centros de saúde”, à “atribuição de subsídios para os frequentadores das creches e vales de educação mensais” até à “internet grátis para todo o concelho”.

Por seu turno, António Vieira (CDS-PP) apontou como factores de fixação de população, as acessibilidades, saúde, educação, cultura e empregabilidade, defendendo ainda “uma aposta séria nos cursos profissionais. Segundo o candidato do CDS, “o potencial do nosso concelho tem estado adormecido”, porque, por exemplo, “o município não tem sabido atrair empresas” que “vão para outros concelhos, que lhes oferecem mais incentivos”.

Já a candidata da CDU defendeu como prioridade para fixar população o investimento na habitação, com “arrendamento do património municipal recuperado, a jovens e pessoas com dificuldades, a custos razoáveis”. Clementina Henriques aponta ainda o emprego de qualidade, a saúde, as condições de vida e o ambiente de qualidade como políticas decisivas.

Por sua vez, Rui Alexandre considerou que a “fixação de população pressupõe desenvolvimento económico”, sendo necessário haver a “requalificação de zonas mais degradadas em todo o concelho, ajustando o ordenamento do território ao ordenamento ambiental”. Para o candidato do Nós Cidadãos, o “ensino superior e profissional também são agentes de dinamismo e promoção do território”.

A finalizar o primeiro tema, Miguel Silvestre, candidato da Iniciativa Liberal, apontou como prioridades ter “projectos que permitam a instalação do ensino superior no concelho”, referindo a adaptação dos mesmos às principais indústrias do concelho, como por exemplo a  “mecatrónica, pedra e economia circular”. Outro fator que segundo o candidato do IL pode fixar população é a criação de “residências e estúdios até 6 meses para quem quer vir para cá trabalhar”.

No que se refere ao desenvolvimento económico Hermínio Rodrigues (PSD) e Rui Alexandre (Nós Cidadãos) apontaram a necessidade de ampliação das zonas industriais de Pataias, da Martingança e dos Calços e a melhoria das acessibilidades do concelho. Neste tema Hermínio Rodrigues apontou, em conjunto com Clementina Henriques (CDU) ser essencial “a criação de um Gabinete de Apoio ao Empresário, que estude as necessidades reais dos empresários alcobacenses.

Por outro lado o Chega defendeu o uso de “transportes ambientalmente sustentáveis” e a “agilização dos processos de licenciamento”, que permitam às empresas e munícipes concluir mais rapidamente os seus projectos.

Rui Alexandre (Nós Cidadãos) defendeu a “criação de um conselho de sábios que reúna de 6 em 6 meses”, constituído por elementos de todos os sectores da sociedade. Já Carlos Guerra (PS) apontou como soluções “a criação de um conselho económico e social” e a “redução de impostos com o objectivo de criar emprego”.

Clementina Henriques (CDU) apontou ainda como factores de desenvolvimento económico “o apoio às micro, pequenas e médias empresas” e o “apoio à economia social”. O candidato do CDS, António Vieira, considerou fundamental “a ligação do IC9 a Aljubarrota” e Miguel Silvestre (IL) lembrou a necessidade de requalificação da Linha do Oeste, que poderá servir o concelho não só a nível turístico como industrial.

Em relação ao turismo Carlos Guerra (PS) defendeu que o turista ao vir até Alcobaça deve experienciar o concelho, com visitas a Cós, aos pomares, a visitar as nossas indústrias. Por outro lado o candidato defende que o município deve ter um portal que “divulgue e venda o nosso turismo”, admitindo que Alcobaça “tem investido e bem nos grandes eventos”, mas é necessário “fazer mais”.

Já Clementina Henriques afirmou ser necessário “promover eventos com artistas locais”. Para a candidata da CDU, “o turismo precisa de ser dinamizado, de uma nova configuração”, defendendo que “é preciso materializar as complementaridades das diversas áreas turísticas constituindo um cluster para o turismo”.

Isabel Ventura (Chega) aponta como essencial a ligação dos “pontos fortes em património”, com “circuitos turísticos com um marketing digital até feroz”, adiantando que esses circuitos devem ligar “o turismo de património, com transportes ambientalmente sustentáveis, a percursos pedestres, à paisagem e à costa que são um potencial enorme”. Segundo a candidata, “temos que despertar o interesse do turista” e aponta ainda como medidas a “criação de um Museu de Alcobaça com produtos de excelência na zona histórica, nomeadamente na Rua D. Pedro V” e a “criação de um centro de estudos cistercienses”.

Já Hermínio Rodrigues admitiu que é necessário concentrar mais a informação turística do concelho, acrescentando que o “projecto de mobilidade suave que vai ligar Alcobaça à Nazaré será importante para o concelho” e apresentando a ambição do PSD em “criar a festa da Maçã de Alcobaça”.

Miguel Silvestre (IL) aponta como principais factores de dinamização turística o projecto São Martinho – Um Porto de Descobertas, promovendo a vila “como destino orientado para as famílias”, a aposta no eixo “Alpedriz, Montes e Cós”, bem como a “criação do Museu de Faiança Nacional”.

A finalizar, António Vieira (CDS) sugeriu a criação de uma Casa das Culturas, para promover eventos como “Moda Alcobaça” ou os “Carnavais de outros tempos”. Já Rui Alexandre (Nós Cidadãos) defendeu a realização de “um grande evento nacional sobre o tema do amor”, a realizar no mês de fevereiro, e a aposta “no turismo desportivo na freguesia da Benedita”.

O debate, que contou com casa cheia, foi organizado pelo Região de Cister, Tinta Fresca, Benedita FM e Jornal de Leiria e transmitido em direto pela Benedita FM, onde pode ser ainda escutado através de podcast, sendo moderado pelas jornalistas Mónica Alexandre e Sara Vieira.

    Mónica Alexandre

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