Edição: 288

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/11/23

Paulo Batista Santos tomou posse mas anunciou a suspensão do mandato

Raul Castro toma posse como presidente da Câmara da Batalha para 'falar menos e fazer mais'

Raul Castro

A cerimónia de tomada de posse da Câmara Municipal da Batalha teve lugar este sábado, dia 16 de outubro, no Auditório da Câmara Municipal. Raul Castro volta a um lugar onde já foi feliz, 24 anos depois, tomando novamente posse como presidente da Câmara Municipal. Em vésperas de completar 73 anos, o até agora deputado do PS garantiu que “estamos cá para falar menos e fazer mais”, com a colaboração de munícipes, instituições e empresas porque “sozinhos não vamos chegar a lado nenhum”, um dos lemas do Movimento Independente “Batalha é de Todos” por que foi eleito.

Na sua intervenção, Paulo Batista Santos, presidente cessante da Câmara Municipal da Batalha, deu as boas vindas aos novos eleitos, sublinhando que “o vosso sucesso é o nosso sucesso.”

O autarca citou Agostinho da Silva dizendo que “nenhum político deve esperar que lhe agradeçam ou sequer reconheçam o que faz. No fim de contas, era ele quem devia agradecer pela ocasião que lhe ofereceram outros homens de pôr em jogo as suas qualidades e de dominar, se puder, os seus defeitos. Porque acredito profundamente neste pensamento, peço desculpa pelas minhas falhas e agradeço a todos os batalhenses a honra que me conferiram de ser presidente da Câmara Municipal da Batalha.”

Paulo Batista Santos

“Inicio agora uma nova etapa da minha vida, fora da atividade municipal, mas continuo a participar e, mais do que tudo, a acreditar na validade do acerto político aquilo que foram os projetos, as ideias e as ações que procurámos trazer para o concelho da Batalha. Ao contrário de outros, sei que só a história julgará com objetividade e a distância temporal indispensáveis a ação de cada um de nós enquanto agente político. Não pretendo, por isso, nesta ocasião proceder a qualquer avaliação dos meus mandatos, enquanto titular de funções autárquicas, primeiro como vereador de António Lucas, e mais recentemente, como presidente da Câmara Municipal da Batalha”, adiantou.

O autarca deixou, contudo, “um breve apontamento sobre alguns projetos realizados, nomeadamente, a ação no tempo de pandemia, que considerou “um tempo muito difícil, em que nenhum de nós enquanto autarcas, estava preparado para dar resposta aquilo que nos aconteceu. Creio que o fizemos com algum mérito no concelho da Batalha e agradeço muito às instituições, à sociedade civil que connosco nos ajudaram a proteger a população e seguramente a minimizar aquilo que foram os efeitos desta pandemia.”

Paulo Batista Santos sublinhou ainda que estão em curso ou contratualizadas ações ao nível das infraestruturas, da juventude, desporto, qualidade de vida dos cidadão, parques verdes, mas também ações para o envelhecimento ativo da nossa população e, reconheceu como provavelmente uma das falhas do seu Executivo, a redução da natalidade, pedindo como meta, conseguir fixar mais população, “de forma a que as famílias que têm filhos possam encarar essa opção, não como um encargo, mas como uma oportunidade para a sua qualidade da sua vida.”

Presidentes da Câmara, Assembleia Municipal e vereadores

O autarca recordou também o processo de descentralização da educação, por si iniciado, defendendo que deverá ser continuada, considerando ter trazido benefício para alunos e famílias.

Paulo Batista Santos recordou que o povo é soberano e fez as suas escolhas políticas, promete continuar a colaborar sem acrimónia. Contudo, anunciou que, “por razões de natureza pessoal e profissional, irá pedir a suspensão do seu mandato, dando a oportunidade a outros membros das listas, conforme foi decidido na concelhia do PSD, de forma a que todos possam, mesmo pontualmente, ter a oportunidade de exercer o cargo a que concorreram.

O edil cessante deixou ainda uma palavra de apreço aos colaboradores da Câmara Municipal da Batalha, “pelo papel e colaboração que prestaram e, sobretudo, o serviço que conferem todos os dias ao nosso município”, pedindo uma salva de palmas, a que o público que lotou o auditório correspondeu. Paulo Batista Santos deixou votos de que os novos eleitos façam o concelho engrandecer e tragam o progresso ao concelho, garantindo que “os nossos eleitos têm essa capacidade e vontade de fazer do concelho da Batalha um grande concelho.”

Por sua vez, Raul Castro começou por referir que “estamos cá para falar menos e fazer mais. Queremos desenvolver parcerias com todos os agentes da comunidade, sejam empresas sejam instituições porque, ninguém terá dúvidas se eu disser, sozinhos não vamos chegar a lado nenhum.”

Público presente no Auditório Municipal da Batalha

O presidente eleito defendeu que “o desenvolvimento poder dar-se com as pessoas, e pessoas são postos de trabalho e postos de trabalho são empresas. Temos de ter atenção às empresas, temos de dar novas condições e criar condições para as pessoas poderem vir para aqui viver. É assim que nós vamos trabalhar, de forma transparente. Vamos desencadear alguns procedimentos em termos de enquadramento daquilo que são os próprios serviços da autarquia”, de forma a poder proporcionar melhor qualidade de vida aos batalhenses.

“Uma característica nossa é que nas campanhas não prometemos coisa alguma, aquilo que dissemos é que estaremos disponíveis para dar o melhor de nós próprios, com dedicação e esforço para o bem comum. E é isso que vamos continuar a fazer”, acrescentou.

Raul Castro espera contar com a colaboração do seu antecessor e de todos os vereadores para que “a única bandeira possível nestes quatro anos se chame Batalha.” O edil pede tempo para concretizar os projetos e admite que “não é fácil transformar de imediato o PDM, vai demorar algum tempo”, e que não é fácil corrigir algumas direções dos sectores da autarquia.

Contudo, “temos as nossas próprias ideias, este é um projeto que veio de baixo para cima, com a colaboração das pessoas, das instituições e todos os agentes da comunidade que nos ajudaram a desenvolver um projeto e é esse que vamos tentar concretizar”, adiantou o edil, pedindo “que haja a devida calma e entendimento porque nem tudo é possível fazer”, mas que “conto com todos, estamos de porta aberta, para acolher sugestões ou alguma reclamação que é normal acontecer.”

Raul Castro terminou com uma alusão aos funcionários municipais: “Quero acreditar que todos os funcionários, devidamente sensibilizados, vão conseguir ir um pouco mais além, porque o que está aqui em causa é a defesa dos nossos clientes que são os munícipes e, por isso, espero contar cm a colaboração de todos.”

Para a Câmara Municipal da Batalha, o Movimento Independente “Batalha é de Todos” conta com maioria absoluta, tendo elegido quatro elementos para a Câmara Municipal e o PSD três elementos.

Para a Assembleia Municipal da Batalha, o Movimento Independente “Batalha é de Todos” conta também com maioria absoluta, com 10 eleitos, a que se juntam três presidentes de Junta com assento no órgão, por inerência (Batalha, Golpilheira e Reguengo do Fetal). A oposição conta com 11 eleitos, oito do PSD, a que se junta o presidente de Junta de São Mamede, um do CDS, um do Chega e um da Iniciativa Liberal.

Joaquim Ruivo foi eleito presidente da Assembleia Municipal da Batalha, na primeira sessão reunida para o efeito, sucedendo assim a Júlio Órfão. A lista única apresentada pelo Movimento Independente obteve 17 votos favoráveis e 8 abstenções, tendo elegido também Armando Rosa e Célia Cadima, como secretários da Mesa.

    Mário Lopes

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