Reconhecimento atribuído na prevenção secundária e reabilitação cardíaca
Unidade Reabilitação Cardíaca do Centro Hospitalar de Leiria acreditada na European Association of Preventive Cardiology
2022-02-27 16:08:51
A Unidade de Reabilitação Cardíaca do Centro Hospitalar de Leiria (CHL) foi recentemente acreditada pela European Association of Preventive Cardiology (EAPC) na área da prevenção secundária e reabilitação cardíaca. «Estamos muito orgulhosos com esta acreditação, que é exigente no processo de candidatura e apresenta uma fasquia muito elevada, o que nos permite afirmar que o que fazemos na nossa Unidade é bem feito e cumpre as recomendações internacionais», destaca João Morais, diretor do Serviço de Cardiologia do CHL.
«No território nacional apenas mais um centro tem este “selo” de qualidade. O sucesso desta Unidade no CHL resulta de termos constituído uma equipa motivada e entusiasmada pela área da Reabilitação Cardíaca», atesta João Morais. «Os estudos têm demonstrado múltiplas evidências que uma abordagem pluridisciplinar estruturada nos doentes coronários, com correção do estilo de vida, controlo adequado dos fatores de risco e doenças associados, e com a otimização terapêutica, pode diminuir a mortalidade, reduzindo em grande escala os gastos associados a esta patologia.»
Alexandre Antunes, médico cardiologista e coordenador da Unidade de Reabilitação Cardíaca do CHL, realça que «a acreditação europeia da nossa Unidade é um reconhecimento da qualidade do programa, segundo recomendações internacionais, não só perante os nossos pares – somos o segundo centro hospitalar acreditado em Portugal e o 10.º a nível europeu -, mas também perante os nossos doentes. Além disso, é uma enorme motivação para toda a excelente equipa multidisciplinar do CHL».
A Unidade de Reabilitação Cardíaca do CHL foi criada em setembro de 2017, pelo Serviço de Cardiologia em articulação com o Serviço de Medicina Física e de Reabilitação. O programa de Reabilitação Cardíaca do CHL pretende melhorar a vida dos utentes com doença coronária, contribuindo para a correção de estilos de vida e para o controlo dos fatores de risco dos doentes.
O programa apresenta quatro componentes essenciais para o doente: a educação, com o acesso a informação essencial para a sua reabilitação; o exercício físico, com ginásio próprio e profissionais especializados; o relaxamento, com sessões para reduzir os níveis de ansiedade; e a disponibilidade de uma equipa multidisciplinar. A frequência no programa e acompanhamento dos profissionais da Unidade permite aos doentes atingir as melhores condições físicas, psíquicas e sociais, para preservar ou melhorar a sua funcionalidade na sociedade.
O programa inclui duas fases, sendo a primeira a desenvolver durante o internamento após enfarte do miocárdio, que tem a duração de três a cinco dias, e a segunda fase tem 12 semanas, a decorrer no primeiro mês após a alta. Este projeto envolve uma abordagem estruturada e multidisciplinar que inclui um programa bissemanal de treino físico, associado a sessões educativas e de apoio psicológico, podendo ainda envolver, de acordo com as doenças associadas ou fatores de risco do utente, as consultas de Nutrição, Psiquiatria, Endocrinologia, Pneumologia, Urologia e Cessação Tabágica.
«Desde o início da Unidade já acompanhámos 135 doentes, dos quais 21 mulheres. A faixa etária predominante é a dos 50 aos 60 anos, dado que os síndromes coronários agudos são mais frequentes a partir dos 50 anos, e na impossibilidade de todos os doentes que sofrem de síndrome coronário agudo realizarem o programa de Reabilitação Cardíaca, privilegiamos os de faixas etárias mais jovens (40-50 anos), em que uma reabilitação pode ajudar a menor absentismo laboral e melhor funcionalidade no seio familiar ainda com dependentes a cargo; nos doentes mais idosos procuramos receber aqueles em que a ajuda otimizada e multidisciplinar da Reabilitação Cardíaca pode fazer a diferença para recuperarem a autonomia e evitar reinternamentos recorrentes por novos eventos», salienta Alexandre Antunes.
«Os doentes entre o final do programa (fase dois) e um ano depois do seu início, mantêm os indicadores de qualidade de vida e atividade física, bem como a capacidade de esforço», explica o coordenador da Unidade do CHL. «Para tal contribui o facto de termos um programa híbrido, em que os doentes mantêm o contacto com a equipa de Reabilitação Cardíaca através não só de consulta aos três meses, seis meses e um ano, mas também com uma aplicação interativa com prescrição de exercício, o MOVIDA.Eros.»
Alexandre Antunes mostra-se muito otimista com o futuro da Unidade. «A acreditação abre portas para recebermos internos de Cardiologia ou de Medicina Física e de Reabilitação para estágio opcional. Gostaríamos de poder aumentar o espaço de ginásio e para as sessões educativas e de relaxamento, por forma a incrementarmos o número de doentes incluídos. Perspetivamos ainda alargar o programa também a doentes sem doença coronária, incluindo doentes com insuficiência cardíaca, portadores de dispositivos como pacemaker ou desfibrilhadores, bem como doentes pós-cirurgia cardíaca.»
De acordo com João Morais, «a reabilitação cardíaca representa um estadio superior na organização de um Serviço de Cardiologia. O caráter multidisciplinar e o conteúdo eminentemente prático e educacional são o segredo do sucesso do nosso Programa».
Fonte: Midlandcom
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