Visita noturna dramatizada a partir das palavras de António Patrício
“Pedro, O Cru” estreia no Mosteiro de Alcobaça, integrado nas celebrações do Dia de Portugal
2022-06-07 21:42:22
“Pedro, O Cru” estreará nos dias 9, 10 e 11 de junho de 2022, às 21 horas, no Mosteiro de Alcobaça, integrado nas celebrações do Dia de Portugal e contará a lenda da trasladação do corpo de D. Inez de Castro, de Coimbra para o Mosteiro de Alcobaça, onde se encontra ainda hoje, numa versão centrada na obsessão de D. Pedro pela vingança dos assassinos da sua amada e pela crueldade da coroação da mesma.
Integrado na iniciativa “Palco no Rossio”, dinamizada pelo município de Alcobaça, o interior do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça recebe a peça de teatro “Pedro, O Cru”, em estreia nacional. Encenada pelo batalhense Tobias Monteiro e produzida pela KBB – Kind of Black Box, com o apoio da DGArtes, a peça conta com a atriz Teresa Sobral, no papel de D. Pedro I, sendo esta a primeira vez que uma mulher interpreta o papel de um homem em Portugal.
Em declarações aos jornalistas, Tobias Monteiro referiu que com este espetáculo “o público irá beneficiar da história de uma lenda que se passou neste mesmo local”, que tem “uma carga mística com a figura de D. Pedro e D. Inês”, fazendo com que esta “seja uma das mais-valias do projeto” que trás até Alcobaça “uma estreia nacional de um espetáculo itinerante pelo mosteiro, dando oportunidade às pessoas de visitarem o mosteiro à noite”.
Em relação ao fato de ter escolhido uma mulher para interpretar D. Pedro I, o encenador referiu que “era de direito dar a oportunidade a uma mulher de vingar a morte de outra mulher, neste caso Inês de Castro”.
Por sua vez, Teresa Sobral afirmou ser “um privilégio incrível fazer este papel aqui dentro”. Para a atriz, “fazer o papel de um homem é a mesma coisa que fazer uma mulher, porque nós fazemos características de pessoas”, sendo que neste caso “o risco é fazê-lo bem” porque nesta peça “D. Pedro era esquizofrénico, não dormia há muitas noites, era gago e estava cego de raiva”, salientou.
Tobias Monteiro desafiou os alcobacenses a conhecer “esta lenda contada por um dos melhores dramaturgos do século XX, num ambiente mais intimista” reforçando que “está na altura de se começar a usufruir mais dos monumentos” porque “o monumento não está aqui só para ser visitado, está aqui para ser usado e vivido com espetáculos”.
Inês Silva, vereadora da Cultura do Município de Alcobaça, referiu esperar que as pessoas venham assistir e visitar o mosteiro, sendo este “um motivo de orgulho” para os alcobacenses, que esta peça decorra no Mosteiro de Alcobaça, que se espera ser “um espaço de coesão social e territorial”, trazendo mais pessoas à sede do concelho.
“Pedro, O Cru”, foi escrito pelo dramaturgo António Patrício e está integrado nas celebrações do Dia de Portugal. A peça conta a lenda da trasladação do corpo de D. Inês de Castro, de Coimbra para o Mosteiro de Alcobaça, onde se encontra ainda hoje, “numa versão centrada na obsessão de D. Pedro pela vingança dos assassinos da sua amada e pela crueldade da coroação da mesma”, revela a sinopse.
Ficha Técnica
Encenação: Tobias Monteiro
Interpretação: Catarina Guerreiro, David Esteves, João Araújo, Márcia Cardoso, Pedro Cardoso, Pedro Conceição e Teresa Sobral.
Cenografia e Figurinos: Isabel Finkler
Música Original e Espaço Sonoro: Tiago Inuit
Luz: Vasco Letria
Som: Gabriel Sotiry
Direção de Produção: Rita Lima
Produção: Ana Rebelo
Assistência de Produção: Patrícia Duarte
Fotografia Cartaz: João Dordio
Design Gráfico: Andrei Aguiar
Apoio: República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes
Apoio à Produção: Câmara Municipal de Alcobaça e Mosteiro de Alcobaça
Lotação por sessão: 120 pessoas | 80min | M/12
Entrada Gratuita mediante levantamento do bilhete no próprio dia do espetáculo entre as 19h00 e as 20h30 (Sala dos Monges – Praça D. Afonso Henriques). Não há reservas.
Início de entrada de público a partir das 20h30 pela Sala dos Monges – Praça D. Afonso Henriques.
Após o encerramento das portas, às 21h, não será possível a entrada de público.
Espetáculo não acessível a pessoas com mobilidade reduzida ou deficiência motora.
Espetáculo de carácter itinerante, aconselha-se levar agasalhos, roupa e calçado confortáveis.
Mónica Alexandre
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