Edição: 289

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/12/3

José Maria Costa participou na Conferência Economia do Mar, em Peniche

Secretário de Estado do Mar enaltece visão do Politécnico de Leiria pela sua ligação ao mar

José Maria Costa

O secretário de Estado do Mar, José Maria Costa, enalteceu a visão do Politécnico de Leiria pela sua ligação ao mar, com a criação da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM), em Peniche, no âmbito da sua intervenção na Conferência Economia do Mar sob o tema “Formação, Ensino, Estágios e Certificação”, uma organização da Câmara de Comércio Portugal-Moçambique (CCPM) e da ESTM, que decorreu esta terça feira, dia 7 de junho, no auditório desta Escola. «A rede de universidades e politécnicos do país são âncoras e fatores de desenvolvimento, de cooperação e oxigenação dos próprios territórios, contribuindo para que o País se possa desenvolver de forma igual», afirmou ainda o secretário de Estado do Mar.

A Conferência Economia do Mar – Formação, Ensino, Estágios e Certificação reuniu diversos especialistas, investigadores e atores da Economia Azul, com o objetivo de promover a investigação, o debate e a partilha de experiências sobre a economia do mar em Moçambique e em Portugal, além de construir e reforçar as relações com as empresas do setor, a academia e as instituições moçambicanas e portuguesas.

«Quem está à frente de uma instituição de ensino superior tem de olhar para o mundo, o conhecimento é global. Precisamos de ter uma visão global do mundo e uma visão global do conhecimento, e acima de tudo não perder a tradição de cooperar na qualificação de recursos, porque estamos todos a crescer em conjunto», defendeu José Maria Costa. O secretário de Estado explicou ainda que, para o Ministério da Economia do Mar, «uma das preocupações é privilegiar o conhecimento, a investigação sobre o mar», destacando a importância da Conferência Economia do Mar, que «visa aprofundar laços de cooperação para a investigação e para a qualificação dos recursos».

Para José Maria Costa a articulação de Portugal com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), é natural e algo que está intimamente ligado aos oceanos: «todos os países da CPLP estão ligados ao mar, é algo que nos une», tendo destacado a atenção que todos estes países estão a dar à sustentabilidade dos oceanos. Por outro lado, recordou a necessidade de «aumentar a literacia dos oceanos no nosso país e trabalhar para que a economia do mar seja mais falada e discutida em todas as áreas. Estamos em fase de preparação do novo quadro comunitário e precisamos de ter bons projetos na área da investigação, mas, sobretudo, projetos que associem a investigação às empresas e à transformação. Precisamos cada vez mais de projetos colaborativos entre centros de conhecimento, centros de competências e empresas».

Por sua vez, Rui Pedrosa, presidente do Politécnico de Leiria, assumiu que «o mar tem centralidade na atividade do Politécnico de Leiria» e destacou que a instituição que lidera, se pauta por «colocar o conhecimento ao serviço da sociedade, gerando impacto no território e nas pessoas, através das empresas desta região». O presidente referiu que «temos feito um investimento muito grande na economia do mar», destacando a importância da ESTM, «que é cada vez mais uma referência no contexto regional, nacional e internacional», além do centro de investigação CETEMARES, «que tem uma atividade ímpar no país, na valorização dos recursos marinhos», e da criação de uma associação para a constituição de um parque de Ciência e Tecnologia do Mar, o Smart Ocean, juntamente com a Câmara Municipal de Peniche, com a Docapesca e com o Biocant, com o objetivo de fazer do porto de Peniche «um verdadeiro ecossistema na área do mar, com formação por via da ESTM, com dimensão científica do CETEMARES e uma estrutura de incubação de empresas».

Rui Pedrosa explicou que o Politécnico de Leiria «tem foco no desenvolvimento regional, mas é altamente global e multicultural», contando com «1.600 estudantes internacionais de 70 nacionalidades diferentes». O presidente defendeu ainda que, «no âmbito da internacionalização e multiculturalidade, temos duas dimensões fundamentais: a cultura dos valores europeus e a cooperação para o desenvolvimento, e esta conferência assume essa visão da cooperação para o desenvolvimento numa relação direta com Moçambique».

Sérgio Leandro, diretor da ESTM, recordou que «economia e empreendedorismo não se fazem sem pessoas e é por isso que trabalhamos ao nível da formação dos jovens, neste caso com uma estreita cooperação com Moçambique, pois se quisermos explorar de forma eficaz aquilo que é o nosso recurso de mar, temos de ter os profissionais com as competências e conhecimento adequados». O diretor explicou que na ESTM «olhamos não só para setores tradicionais já estabelecidos, como a pesca, e como esta pode ser novamente atrativa para os jovens, mas temos de olhar igualmente para setores que estão a emergir na economia do mar. Falamos das novas tecnologias aplicadas aos oceanos, mas também da biotecnologia, da farmacêutica, da medicina. Ou seja, de todo um conjunto de atividades que podem conferir valor aos nossos oceanos».

Para Pedro Rebelo de Sousa, presidente do Conselho Geral da CCPM, «esta iniciativa não podia ter uma ocasião mais apropriada», antecipando a United Nations Ocean Conference, que decorre em Lisboa no final deste mês que abordará os temas: Sustainable Oceans, Smart Oceans e Social Responsibility. Porém, o presidente do Conselho Geral da CCPM, considerou que os temas Formação, Ensino, Estágios e Certificação são também «profundamente matriciais em toda esta temática da Economia do Mar que, creio, a sociedade portuguesa e a sociedade moçambicana estão numa tentativa de abraçar cada vez com maior entusiasmo, porque é verdadeiramente a aposta do século XXI, uma aposta de futuro».

Convidado a intervir fora da agenda, Eurico Brilhante Dias, deputado eleito pelo círculo eleitoral de Leiria, antigo secretário de Estado da Internacionalização, e atual líder parlamentar do PS, lembrou que «a Economia do Mar tem grande convergência da esquerda à direita», e afirmou que ser secretário de Estado de área de enorme convergência política permite desenvolver políticas públicas que têm estabilidade e continuidade, quer na área da captação de investimento direto estrangeiro, quer na área da promoção e aumento de exportações. O deputado socialista entende que «a grande vantagem de construir políticas públicas desta forma é termos pilares bastante fundos na sociedade portuguesa. Todos somos a favor do desenvolvimento da Economia do Mar e sabemos que temos um conjunto de vantagens de partida, e temos protagonistas políticos capazes de executar essas políticas, temos uma boa base».

Na sessão de encerramento da Conferência Economia do Mar sob o tema Formação, Ensino, Estágios e Certificação, Bernardo Ivo Cruz, secretário de Estado da Internacionalização de Portugal, defendeu que «é integrando a Ciência, o planeamento e o investimento que poderemos avançar num modelo sustentável apostando em áreas inovadoras de grande potencial de crescimento como a biotecnologia, as energias renováveis, a aquacultura ou o ecoturismo». O secretário de Estado da Internacionalização destacou ainda o papel de instituições como a ESTM do Politécnico de Leiria, «de enorme relevância», e através do qual, a colaboração entre estudantes portugueses e os estudantes moçambicanos contribui «para a sua ação e para o desenvolvimento de competências essenciais para garantir o futuro da Economia Azul sustentável em ambos os países». O governante concluiu afirmando que a «articulação entre a academia, as empresas e a sociedade é um elemento-chave», e encorajou «a câmara e as empresas a apostar fortemente nesta ligação entre a academia e o setor privado, entre a formação e a inovação, entre a ciência e a tecnologia».

Rui Moreira de Carvalho, presidente da direção da CCPM, juntamente com Joana Frazão, secretária geral da CCPM, proferiram a mensagem final de agradecimento a todos os participantes na Conferência Economia do Mar – Formação, Ensino, Estágios e Certificação, anunciando a data de 22 de junho para a realização da segunda Conferência Economia do Mar, subordinada ao tema Negócios, Investimento e Parcerias, no Auditório da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, além da replicação da Conferência Economia do Mar – Formação, Ensino, Estágios e Certificação em Moçambique, entre os meses de outubro e novembro deste ano. «No âmbito da CCPM temos tido uma atividade que nos dá bastante gosto», partilhou Rui Moreira de Carvalho, sublinhando que «é muito importante que tenhamos esta intervenção, que, além de cívica, é também empresarial».

Fonte: Midlandcom

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