Edição: 288

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/11/21

Aljubarrota Medieval está de regresso – a História ao Vivo

Dezenas de figurantes vão recriar a Batalha de Aljubarrota 637 anos depois

Cartaz

Aljubarrota Medieval está de regresso, de 12 a 15 de agosto, no ano em que se celebram 637 anos da Batalha de Aljubarrota, com muita animação e boa gastronomia.

Um dos momentos altos deste evento é a Recriação da Batalha de Aljubarrota, com dezenas de figurantes, que encena a vitória militar portuguesa, encabeçada por Nuno Alvares Pereira, sobre os castelhanos invasores. Esta Batalha representa a afirmação da independência de Portugal e da sua gente. Atualmente, na vila de Aljubarrota, ainda podemos viver e sentir o espírito desses portugueses lutadores, que não desistiram de lutar para preservar a nossa identidade. A afirmação de Portugal como nação deu-se nestas terras.

“Cumpridos que estão 637 anos da famosa Batalha que nos preservou livres e independentes, a Aljubarrota Medieval será o momento ideal para a celebrar, ao sabor da nossa melhor gastronomia e com muita animação. Visite as tabernas medievais, saboreie os petiscos e  divirta-se com a grande recriação histórica da batalha”, propõe o presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, Hermínio Rodrigues.

Batalha de Aljubarrota: 14 de agosto de 1385

Nesta época, em plena Idade Média, Portugal vivia um clima de tensão política e social. Por um lado, durante a Crise de 1383, subsistia dentro da corte o desejo da união a Castela. Por outro, muitos lutavam para defender a independência de Portugal. O povo português não aceitava perder a sua nacionalidade.

O rei, D. João I, Mestre de Avis, há muito que preparava a defesa de Portugal. Do lado de Castela, D. Juan I planeava tomar o trono português e opta por fazer um cerco a Lisboa. E assim foi. O cerco durou 3 longos meses e só terminou quando Almada se rendeu por falta de água.

A Batalha foi-se aproximando dos Coutos de Alcobaça e viria a decorrer entre os campos de S. Jorge e os de Aljubarrota. Frei João de Ornelas, Abade do Mosteiro de Alcobaça, foi uma preciosa ajuda para o exército de D. João I. Enviou cerca de 300 homens para combater os castelhanos e, defendendo a ponte de Chiqueda, fez com que o exército de D. Juan I se atrasasse.

Mesmo em desvantagem numérica no número de cavaleiros e com a população fragilizada, D. João I decidiu avançar e elegeu D. Nuno Álvares Pereira como o estratega para comandar o destino dos portugueses.

Para este combate, D. Nuno criou uma prática militar, a técnica do quadrado, que impulsionou a vitória portuguesa. Para esse dia, na charneca de S. Jorge, posicionou os cavaleiros em quadrado para criar uma ilusão de que existiam mais homens. Conseguiram assim atrair os invasores para dentro do quadrado atacando-os de todas as frentes. Os numerosos fossos e covas-de-lobo, cobertos com abatises foram autênticas armadilhas.

Portugal venceu quando estava em clara desvantagem. A diferença numérica não ditou o seu destino.

A Batalha representa a afirmação da independência de Portugal e da sua gente.

Padeira de Aljubarrota: a Heroína do Povo

No final da Batalha de Aljubarrota, muitos castelhanos, depois de vencidos, fugiram temendo pelas suas vidas.

Conta a lenda que sete fugitivos ao tentarem encontrar abrigo e mantimentos, entraram em casa de Brites de Almeida, a Padeira de Aljubarrota. Os homens encontraram a casa vazia, quando Brites teria ido ajudar a população de Aljubarrota a expulsar os invasores.

Brites de Almeida, mulher forte, alta, feia de aspeto, com uma força e coragem admirável, ao chegar a casa naquela noite, encontrou a porta fechada e desconfiou. Deu de caras com sete castelhanos famintos dentro do seu forno e não esteve com meias medidas. A Padeira e a sua gente, com a pá apontada pelo ferro afiado do raer, que utilizava para afastar as brasas do forno, mataram os sete castelhanos de uma só vez.

Assim se eternizou a lenda Padeira de Aljubarrota: heroína e mulher do povo, símbolo do patriotismo e do nacionalismo português. Defendeu a independência nacional com as suas próprias mãos, e, por isso, permanecerá no imaginário dos portugueses.

“Em Aljubarrota, Portugal descobriu um dos seus símbolos máximos de heroicidade e de exemplo de resistência popular, a sua Forneira ou Padeira, modelo popular de Joana de Arc à portuguesa exemplo da força e das convicções firmes de outras mulheres lusitanas, como Maria da Fonte, capazes de mudar o rumo da história do seu país”. (Saul António Gomes, “Aljubarrota, uma freguesia”, 2019)

Aljubarrota Medieval
12 a 15 de agosto de 2022
Vila de Aljubarrota – Alcobaça
Entrada livre
Organização: Câmara Municipal de Alcobaça e Junta de Freguesia de Aljubarrota

      Fonte: GAP|CMA

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