No âmbito das comemorações do 140.º Aniversário da Associação Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro de Pragança, no sábado, 3 de dezembro, a Câmara Municipal do Cadaval fez a receção de uma das bandas convidadas para as festividades, ‘La Filarmónica de Olivenza’, proveniente da cidade espanhola de Olivença, que mantém uma geminação com o Cadaval desde 2007.

Passava pouco das 10 da manhã quando o autocarro proveniente da Estremadura espanhola chegou à vila. Depois de quatro horas de viagem, os membros da banda convidada foram recebidos nos Paços do Concelho do Cadaval pelo presidente da Câmara, José Bernardo Nunes; pelo presidente da Assembleia Municipal, Rui Soares; pela Presidente da União de Freguesias (UF) Lamas e Cercal, Amélia Silva; assim como por vários elementos da associação aniversariante.

Depois dos habituais cumprimentos, a comitiva seguiu para o Auditório dos Paços do Concelho, onde se realizou um breve momento de discursos iniciado por José Bernardo Nunes. O edil deu as boas-vindas a todos e destacou o agrado em recebê-los no Cadaval. Depois de fazer um breve resumo daquilo que já havia decorrido e do que estava por decorrer no âmbito do 140.º Aniversário da Banda de Pragança, o Presidente da Câmara fez referência à geminação entre as duas localidades, que já dura há quase 16 anos, mas lamentou o facto de não haver até agora “a interação que desejávamos”.

José Bernardo Nunes referiu que o Alcaide (equivalente a Presidente de Câmara) de Olivença “convida-nos sempre para ir à Festa do Touro, que decorre no mês de junho, mas por acontecer nessa altura, não nos tem sido possível marcar presença. É uma altura complicada aqui porque há muita atividade agrícola e não temos tido oportunidade de ir”. No entanto, manifestou a sua vontade em marcar presença antes de terminar o seu terceiro e último mandato.

A presidente da UF Lamas e Cercal antecipou o cenário idílico que os visitantes iriam encontrar na parte da tarde. “Quando chegarem a Pragança e posteriormente, ao alto da Serra de Montejunto, desfrutem bem da bela paisagem que temos”, assinalou Amélia Silva.

Ricardo Pinto, diretor da Associação Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro de Pragança, confessou que a direção que integra há já algum tempo abordava “esta questão da geminação que o nosso concelho mantém com Olivença. Nesse sentido, falávamos da possibilidade da Banda de Olivença fazer algum tipo de trabalho connosco”.

No ano de 2019, a banda espanhola atuou em Lisboa e foi nesse momento “que fiquei com a ideia de vos convidar a vir ao Cadaval. Entretanto, veio a pandemia, mas este ano é ano de festa. São 140 anos, estamos a fazer uma festa muito grande e queríamos muito que marcassem presença. Não foi fácil, mas estão cá todos e de certeza que nos iremos divertir muito” afirmou Ricardo Pinto.

Chegava o momento da intervenção da banda convidada. Javier Reyes Cebada, Presidente da direção da ‘Filarmónica de Olivenza’, começou por agradecer à Filarmónica de Pragança e ao Município pelo convite que lhes foi endereçado: “Sei que fizeram um grande esforço para nos ter aqui, custou, mas estamos cá e agradecemos muito”, acrescentando ainda que para a banda espanhola, “Portugal sempre foi um País onde fizemos muitas atuações, onde temos muita cumplicidade com outras bandas”, referiu.

O momento de discursos foi finalizado pelo presidente da Assembleia Municipal, Rui Soares, que começou por destacar a juventude predominante na banda raiana. “Apraz-me ver que a humanidade tem continuidade. A vossa banda é composta por muitos jovens e isso dá-nos esperança para o futuro”, assinalou Rui Soares. “Somos quase irmãos e devemos relembrar isto”, afirmou o Presidente da Assembleia ao abordar a questão da geminação existente, que pretende ver fortalecida. A sessão terminou com uma entrega de recordações alusivas ao concelho a todos os visitantes.

A comitiva teve direito a um pequeno beberete e seguiu para um pequeno passeio, onde visitaram alguns pontos de interesse da vila até ao final da manhã, como foi o caso da Igreja Matriz da vila, do Museu Municipal e do Moinho das Castanholas. À tarde, antes da atuação em Pragança, ainda conseguiram visitar o Centro de Interpretação Ambiental da Serra de Montejunto, a Real Fábrica do Gelo e a Capela de N. Sr.ª das Neves.

140.ª Aniversário contou com quatro dias de festa em Pragança

A Associação Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro de Pragança completou 140 anos de existência ininterrupta. Como forma de celebrar este simbólico marco, a coletividade organizou quatro dias de festa, que se estenderam entre os dias 1 e 4 de dezembro.

O primeiro dia da comemoração foi, precisamente, o dia do aniversário da filarmónica. O feriado começou com a cerimónia do Hastear da bandeira que antecedeu uma arruada pelas ruas da aldeia serrana. Seguiu-se a habitual missa em memória dos sócios e músicos da banda e a romagem ao cemitério, que encerrou a manhã.

Seguiu-se o almoço convívio que contou com mais de três centenas de sócios e amigos da associação, que antecedeu o descerrar da placa comemorativa dos 140 anos de atividade. Este ato foi protagonizado por José Bernardo Nunes, Presidente do Município, e por Joaquim Conceição Vicente, antigo clarinetista e ex-músico mais antigo da Banda Filarmónica 1.º de Dezembro. A parte da tarde foi brindada com o Encontro das Orquestras Juvenis de Cela (Alcobaça) e da Filarmónica de Pragança. Já a 2 de dezembro, passada sexta-feira, decorreu na sede da associação o espetáculo musical “Estado de Alma”, do pianista Gerardo Rodrigues.

No sábado, 3 de dezembro, a animação também ficou reservada para o final da tarde.  ‘La Filarmónica de Olivenza’ e a Sociedade Filarmónica Recreativa Gaeirense foram as bandas convidadas que desfilaram pelas ruas de Pragança e, posteriormente, atuaram na sede da filarmónica local. Seguiu-se o concerto da banda de covers “Brass Dass”, proveniente de Óbidos, que encerraram a noite. As comemorações terminaram na tarde de domingo, dia 4, com a atuação da Banda Filarmónica de Pragança que contou com a participação de antigos Maestros.

     Fonte: SCRP | CMC