Edição: 288

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/11/21

Em alternativa a uma oferta centrada num novo Hospital do Oeste

Iniciativa Liberal de Alcobaça propõe alternativa de cuidados de saúde que integre toda a oferta existente na região

Miguel Silvestre

O Núcleo Local de Alcobaça da Iniciativa Liberal considerou, no dia 28 de fevereiro, que a Câmara Municipal de Alcobaça tem uma posição isolada sobre este tema, correndo o risco da população do município ficar com serviços ainda mais distantes do que os atuais, especialmente as freguesias a sul do concelho. Com o cenário político atual, questiona porque razão o presidente da Câmara de Alcobaça não tomou partido, com os seus congéneres de Caldas da Rainha, Óbidos e Rio Maior, na defesa de um hospital em Caldas da Rainha.

A IL quer também saber se o presidente da Câmara pode garantir que o terreno Quinta da Cela, na freguesia de Alfeizerão, tem as condições geotécnicas mínimas para que a construção de uma unidade hospitalar, cumprindo as Recomendações e Especificações Técnicas para Edifícios Hospitalares da ACSS e como pensa defender os direitos de acesso à saúde dos cidadãos do sul do concelho e, nomeadamente, se não deveria a Câmara de Alcobaça auscultar os munícipes das freguesias a sul sobre o que de facto necessitam e defendem.

A confirmar-se a opção Bombarral, a IL quer saber “que contrapartidas estão a ser negociadas pela Câmara de Alcobaça para mais um distanciar dos cidadãos do concelho de serviços fundamentais.”

Os liberais querem ainda saber a posição do presidente da Câmara quanto à criação de uma Unidade Local de Saúde no Oeste e por que não é estudado, analisado e implementado um plano estratégico para os cuidados de saúde, centrado no cidadão, para o concelho de Alcobaça.

A Iniciativa Liberal de Alcobaça considera que a discussão política sobre um novo Hospital do Oeste tem sido “habilmente manipulada para que não se questione e proponha um modelo de cuidados de saúde verdadeiramente centrado nas necessidades dos cidadãos. Antes virou um jogo político regional que só prejudica a região e permite ao governo protelar decisões com os custos inerentes para os cidadãos.” Considera também que “a política de obras (mais ou menos) faraónicas não é a que responde aos interesses do país, sem que seja sustentada em factos e argumentação técnica.”

Nesse sentido, questiona o Ministério da Saúde se o Governo garante que um grande hospital terá os recursos humanos necessários para funcionar face à atual e expectável carência de profissionais.

O Núcleo Local de Alcobaça da Iniciativa Liberal  interroga-se como pode promover o Governo modelos urbanos com serviços de proximidade e colocar um novo hospital entre os dois principais centros urbanos da região e, no caso de se avançar para a construção de um grande hospital, pretende saber quais são as valências que terá e que não obrigarão a deslocações a outros hospitais, como os de Lisboa.

Além disso, questiona porque não estamos a debater a criação de um novo modelo de cuidados complementares de saúde centrado nos utentes e nas capacidades de resposta atual como, por exemplo, através de meios de telessaúde, alertando para as dificuldades que um modelo centralizado e distante dos dois centros urbanos trará por exemplo para os doentes crónicos.

A Iniciativa Liberal de Alcobaça propõe em alternativa uma oferta de cuidados de saúde que integre toda a oferta existente na região, quer seja privada, pública ou social, considerando que “não o fazer será um desperdício de recursos inaceitável quando a nossa preocupação deve ser resolver os problemas de acesso aos cuidados de saúde dos nossos cidadãos.”

“Não aceitamos que o acesso e os cuidados de saúde dos cidadãos sejam relegados para segundo plano, à espera de algo que demorará décadas a planear e executar. Não consideramos o Governo como uma entidade confiável que executará as suas promessas. Não foi assim no passado e dificilmente será assim no futuro”, acrescenta.

Nesse sentido, exigem que as respostas sejam imediatas e que o Governo faça da região um exemplo de serviço ao público independentemente de quem o presta. “Alcobaça já foi iludida no passado, o que levou o município a fazer um investimento ruinoso de cerca de 2,5 milhões de euros na aquisição de um terreno em Alfeizerão para a construção do Hospital que agora se defende para o Bombarral. Está mais que na hora do concelho ter uma posição diferente e justa e tratado da mesma forma”, sublinham.

Com tudo isto, a IL de Alcobaça alerta para a necessidade de se definir um Plano Municipal de Saúde estratégico, com uma visão integradora elencada nas necessidades e expectativas dos cidadãos, em articulação com as respostas disponíveis de cariz social, público e privado, de cuidados primários, diferenciados e de continuidade. Só desta forma, defendem, se poderá garantir um melhor e sustentado acesso a cuidados de saúde a toda a população concelho de Alcobaça.

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