O Mercado Medieval de Óbidos foi visitado, este ano, por mais de 150 mil pessoas. A edição de 2023 teve como tema “A Guerra das Rainhas”, ou seja, a disputa entre D. Matilde II e D. Beatriz de Castela, ambas casadas com D. Afonso III, naquele que foi o escândalo de bigamia do século XIII. A edição de 2024 já tem data marcada, será de 18 a 28 de Julho, e promete uma mão cheia de novidades.

“Estamos extremamente satisfeitos com a edição deste ano do Mercado Medieval”, afirma o presidente da Câmara Municipal de Óbidos. Para Filipe Daniel, “este é um dos eventos mais conhecidos de Óbidos e tem esta particularidade de ser feito para e com a comunidade. É isso que lhe dá alma e é isso que faz com que se sinta um ambiente de festa em todas as pessoas.”

“Óbidos está de parabéns, durante 11 dias mais de mil pessoas representaram as cerca de 25 coletividades do concelho e puderam mostrar o melhor do nosso território, com destaque para as que asseguraram as tasquinhas (e não só), assim como todas as equipas da organização, que conseguiram montar um evento que é um exemplo nacional”. “Já estamos a pensar em 2024 e, como sempre, prometemos uma mão cheia de novidades, as quais vamos começar a trabalhar”, conclui Filipe Daniel.

Por seu lado, o administrador executivo da empresa municipal Óbidos Criativa, responsável pela organização do evento, destaca “a forte aposta na animação, com cerca de 250 animadores, assim como o rigor na recriação histórica”. Ricardo Duque sublinha a “dedicação que todos deram ao evento, mesmo em ocasiões onde a gestão de visitantes foi mais necessária, nomeadamente no sábado à tarde [dia 29], onde fomos obrigados, por questões de segurança e conforto dos visitantes, a fechar a Cerca do Castelo por duas horas”.

Aliás, “a elevada afluência de público é a prova que estamos no bom caminho e que vamos continuar a apostar neste modelo de trazer partes da História de Portugal para o Mercado Medieval e, com isso, podermos todos aprender, ao mesmo tempo que nos divertimos”, defende.

Novidades de 2023

Uma das grandes novidades desta edição foi a experiência exclusiva que permitiu ao visitante integrar a Corte do Rei e, com isso, poder assistir ao casamento de D. Afonso III e de Dona Beatriz de Castela e à sua coroação. Cada comensal poderia participar nesta recriação histórica de perto, tendo acesso exclusivo ao Banquete Real e experimentando toda a euforia e ostentação desta cerimónia de forma privilegiada.

O evento teve, ainda, mais associações envolvidas. Ao todo, foram 19 (tenho ideia do Ricardo me ter falado em 25, no entanto devemos ser coerentes em cima caso se confirmem as 19) tabernas no recinto com iguarias da Idade Média e de Óbidos, asseguradas pelas coletividades de todas as freguesias do concelho. Outras associações apresentaram-se com novas formas de participar, como a associação Óbidos Hub que, pela primeira vez, fez o papel de “Aguadeiros de El’Rei”, ou seja, um grupo de “contrabandistas” que vendiam bebidas de forma ambulante, “especialmente cerveja, como se fosse algo muito bom, raro de encontrar e ilegal”, dizem.

A Associação Espeleológica de Óbidos foi responsável pelo Acampamento Civil e Militar da Guarda do Alcaide, com 4 áreas distintas, nomeadamente cozinha medieval em ambiente de acampamento, ofícios de carpintaria, ferreiro, couros e mercador, área pedagógica com exposição de armas, alusiva ao reinado de D. Afonso III, e área lúdica com diversas atividades militares medievais adequadas para crianças.

Por seu lado, a Associação Josefa de Óbidos esteve, como sempre, no aluguer de trajes e ao serviço dos Banquetes Reais, sendo que a associação Bordar Óbidos esteve no Mercado Medieval com artesãos a fazer grinaldas de flores secas. Houve ainda um acampamento Civil e Militar, na Praça de Santa Maria, com exposição de armas e carreira de tiro com arco, pela Nostra Collegiorum.

     Fonte: DV|GCD|CMO