Edição: 289

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/12/3

ALC contesta justificações do presidente da ULS Médio Tejo e exige transparência nos cálculos de custeio

Associação de Laboratórios Clínicos questiona internalização de análises clínicas no Médio Tejo

Nuno Marques

A Associação Nacional de Laboratórios Clínicos (ANL) expressou, no dia 8 de fevereiro, surpresa face às recentes justificações de Casimiro Ramos, presidente da Unidade Local de Saúde (ULS) Médio Tejo, e exige transparência aos cálculos dos custos laboratoriais no seguimento das alegadas poupanças decorrentes da internalização de análises clínicas. De acordo com as declarações, é estimada uma poupança de 1,756 milhões de euros no primeiro ano de atividade da ULS Médio Tejo, resultado dos avultados investimentos em mais de 300 mil euros, que permitiriam uma grande diferenciação técnica.

Neste contexto, a ANL recorda o estudo ‘Quantificação de custos de realização de análises clínicas’, conduzido pela consultora Roland Berger, com o apoio do Ministério da Saúde, que analisou os custos de realização de Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica (MCDT) em hospitais públicos, incluindo algumas ULS semelhantes à ULS Médio Tejo que já estavam estabelecidas nessa altura. A principal conclusão obtida nesta análise foi a ausência de racional económico de suporte à tomada de decisões de gestão, especialmente no que concerne à escolha entre internalização e externalização de serviços.

Nuno Marques, diretor-geral da ANL, reforça: “infelizmente, estamos uma vez mais perante um exemplo de ausência de racional económico em que a poupança é estimada através da simples eliminação da despesa estimada com o setor convencionado, em vez de ser contabilizada a real totalidade dos custos na realização dos atos.

A falta de transparência nos cálculos de custeio levanta questões sobre a veracidade das poupanças e a qualidade dos serviços prestados pela ULS Médio Tejo. “Estes cálculos devem abranger vários fatores, desde custos operacionais diretos até custos indiretos e encargos adicionais, como custos com pessoal, infraestruturas, equipamentos e licenças. É importante a conformidade com os regulamentos e normas estabelecidos no regime jurídico do licenciamento previsto no Decreto-Lei n.º 127/2014 aplicáveis à atividade laboratorial e a supervisão independente, a fim de garantir a qualidade e segurança dos serviços prestados à comunidade”, acrescenta Nuno Marques. 

A ANL reitera a importância de transparência e exige à ULS Médio Tejo uma apresentação detalhada dos cálculos de custeio relacionados com a atividade de análises clínicas e anatomia patológica.

Sobre a Associação Nacional de Laboratórios Clínicos

A ANL (Associação Nacional de Laboratórios Clínicos) foi fundada em 2005, com o objetivo de representar as entidades do setor privado que exercem atividades de análises clínicas/patologia clínica e de investigação biológica ou farmacêutica. Faz parte da Federação Nacional dos Prestadores de Cuidados de Saúde (FNS) e é uma associação de cariz empresarial, abrangendo entre os seus associados toda a tipologia de laboratórios, desde as pequenas e médias empresas até às maiores empresas que existem em Portugal.

A ANL defende a estabilidade e o progresso do setor, bem como a competitividade, a manutenção dos postos de trabalho e a excelência do serviço que os laboratórios privados prestam às populações. Para mais informações, consulte: https://www.anlc.pt/pt/home.

     Fonte: ANL

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