De 10 a 18 de agosto
Fazunchar volta a afirmar Figueiró dos Vinhos como referência na arte urbana nacional
2024-06-20 13:25:11
O FAZUNCHAR, festival promovido pela Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos, irá decorrer este ano entre 10 e 18 de agosto, tendo como principal objetivo promover a arte e cultura no concelho. Figueiró dos Vinhos é uma referência no panorama da Arte Urbana Nacional, como galeria de arte viva a céu aberto, que em muito contribui para o desenvolvimento da região.
É um festival multidisciplinar que celebra a arte nas suas diferentes formas, promovendo a integração do público e dos artistas numa comunhão com o meio envolvente, e que recebe da parte dos residentes um carinho e sentimento de pertença muito grande.
Residências artísticas, concertos, workshops, visitas e exposições continuam a fazer parte da diversidade cultural apresentada pelo Fazunchar.
Na programação da edição do Fazunchar deste ano destaque para vários momentos. O primeiro é a Oficina Thrásos, o ficina de exploração artística multidisciplinar (escultura/pintura) de Ricardo Romero, onde vão ser trabalhados conceitos de criação artística, bem com o de ocupação em espaço público.
Partindo da peça escultórica Phobos (que significa medo), a Oficina Thrásos (que significa audácia) pretende numa primeira fase consciencializar os participantes para o poder de comunicação da arte urbana para defender direitos básicos ambientais e animais. Será a partir de um conceito discutido e trabalhado em conjunto com os participantes que serão criadas uma série de personagens tridimensionais (escala reduzida) e que, na presença da peça escultórica Phobos, ajudarão a decidir em grupo que tipo de intervenção será alvo a peça escultórica durante o festival.
O outro destaque é a Oficina de Serigrafia aberta a toda a comunidade com Dois Demónios (coletivo criativo composto pelos ilustradores e designers gráficos André e Laura). Com as suas coleções irreverentes que ganham vida em peças têxteis, Dois Demónios trazem a magia da serigrafia, de uma maneira acessível e divertida.
Neste workshop, aprenderão os fundamentos da serigrafia, utilizando materiais simples e facilmente encontrados em casa. A atividade é projetada para ser manual e criativa, permitindo que cada participante explore a sua imaginação enquanto aprende uma nova habilidade artística. Cada participante sai do workshop com uma peça única e personalizada, criada por ele!
Para além destas Oficinas, haverá dois tipos de Visitas Guiadas que irão decorrer no Fazunchar.
A visita pela “Rota de Arte Urbana na Vila de Figueiró” feita a pé num deambular pelo centro histórico em que mostra um roteiro que tem vindo a crescer devido ao acréscimo de pinturas de ano para ano. Nesta visita são revelados os artistas que passaram pelo Fazunchar, através das pinturas que vão deixando no festival. São contadas histórias e momentos relacionados com a sua passagem pelo festival, e até mesmo algumas confidências.
A outra visita, “A Rota dos Fregueses”, é de autocarro. Começa de manhã, com uma paragem para almoço e retoma à tarde. É uma visita que leva os visitantes ao interior profundo do concelho, às freguesias e mostra aldeias pitorescas, onde a água e os ribeiros ganham corpo, locais onde também as pinturas foram chegando, e onde os habitantes mais solitários encontraram companhia durante uma semana cheia de partilhas.
É nas freguesias que se criam mais rapidamente os laços, afetos e os momentos de partilha entre os que lá moram e os artistas. (O nome “Rota dos Fregueses” está relacionado com os comerciantes que existiam outrora e é uma alusão à rota que faziam para vender as suas fazendas e tecidos, umas vezes a pé, outras em burro).
Para finalizar, destaque para a Roda de Conversa com os Artistas. Os artistas falam da sua experiência e passagem pelo festival. Partilham a sua experiência desde o momento em que começaram a pensar no que iriam fazer no Fazunchar. O que leram, o que pesquisaram e o que foram descobrindo sobre Figueiró e o impacto que isso trouxe para o que executaram.
São cerca de 60 a 90 minutos de conversa, onde o espetador tem a liberdade para colocar questões e para conhecer um pouco mais do que foi essa semana de criação. Questões relacionadas com a arte na atualidade e o que ela nos pode oferecer, são alguns dos temas abordados.
Redesenhando mundos
Este ano pretende dar-se continuidade ao trabalho desenvolvido, projetando-o para o futuro, incluindo novas disciplinas como a dança, a escultura ou a animação que poderão ajudar no objetivo de fazer evoluir e continuar a projetar Figueiró dos Vinhos no mapa da arte, enquanto palco de atividade artística e cultural.
A arte urbana é uma poderosa ferramenta de promoção e desenvolvimento turístico, na transformação social, urbanística e económica de um qualquer território, para além de corporizar o sentimento de pertença da comunidade.
Pretende-se trazer à tona aquilo que é a Identidade Local com as manifestações artísticas, mantendo viva e não esquecendo a passagem por Figueiró dos pintores Henrique Pinto e José Malhoa e dos escultores Simões de Almeida Tio e Sobrinho. Todo o movimento naturalista presente no trabalho destes artistas continuará a ser a linha condutora de todas as disciplinas presentes no festival com o foco central na comunidade.
Esta nova edição do Festival, agora com um diferente ponto de vista, pretende renovar o interesse, revivendo-o noutro sentido: alargando o imaginário, aguçando a sensibilidade, experimentando novos pontos de vista, com um olhar pessoal e coletivo, criando um espaço de recolhimento e evasão, um lugar de criatividade onde nos refugiamos na intimidade do nosso imaginário num intercâmbio intergeracional, usando fragmentos da herança cultural local e reencontrando a admiração pela beleza do que nos rodeia.
FAZUNCHAR significa FAZER
O nome FAZUNCHAR significa Fazer. Pertence a um dialeto local, o laínte, usado outrora no território pelos comerciantes para que não fossem entendidos.
E é o que se pretende, fazer, redesenhar mundos com a curadoria de Ricardo Romero.
O festival contará com a presença de artistas portugueses e estrangeiros, assim como com diversas residências artísticas: Inesa Markava, Pedro Coquenão (Batida) e Sílvia Santos.
No primeiro dia do festival, dia 10 de agosto, terá lugar a inauguração de uma exposição de pintura, resultado da residência da edição anterior, da autoria do pintor Martinho Costa, que terá lugar no Museu e Centro de Artes. De seguida, haverá uma visita guiada pela Rota de Arte Urbana na Vila – esta visita será só para os artistas e não para o público.
Durante a semana, poderão ser contempladas pinturas murais pelo concelho da autoria de Fred Battle_Zoerism (FR), Manolo Mesa (ES), Regg Salgado (PT) e Mariana Santos (PT),para além de uma Open Call.A envolvência da comunidade, neste caso as crianças e jovens do concelho também terão uma palavra ativa no festival. Tendo uma primeira oficina em julho, cujo culminar terá lugar no dia 14 de agosto na Oficina Thrásos, de pintura/escultura com Ricardo Romero. No arranque do fim de semana, na tarde de sexta-feira dia16 de agosto, haverá uma visita guia da pela Rota de Arte Urbana na Vila.
Nessa noite será apresentado o resultado da residência artística de Pedro Coquenão (Batida) e uma Visita Dançada com Inesa Markava. E para terminar a noite um DJ Setdedjs locais.Na manhã e tarde de sábado dia17 de agosto, haverá a Visita “A Rota dos Fregueses” e a deslocação será feita num autocarro do município mediante inscrição prévia.
No início da noite teremos a Roda de Conversa Com os Artistas, de seguida o concerto de Mimicat, vencedora do Festival da Cançãoem2023, e ainda os Beatbombers, dupla constituída por DJ Ride e Stereossauro. A noite terminará com os DJs An Alpha Betos. O festival termina no dia 18 de agosto, domingo, com um Picnic Comunitário que envolve todos em espírito de festa e união, fortalecendo assim os laços entre os membros da comunidade, seguindo-se da Oficina de Serigrafia aberta a toda a comunidade com Dois Demónios.
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