Edição: 293

Diretor: Mário Lopes

Data: 2025/4/1

Justine Dupont venceu o Tudor Nazaré Big Wave Challenge no feminino

Surfistas Nic von Rupp e Clement Roseyro venceram prova das ondas gigantes na Nazaré

Nicolau Von Rupp e Clement Roseyro (Foto: Pedro Mestre)

A Praia do Norte recebeu esta terça-feira, dia 18 de março, cerca de 50.000 pessoas para espetáculo de ondas grandes. A festa fez-se em português no Tudor Nazaré Big Wave Challenge, que decorreu na Praia do Norte. Nicolau Von Rupp e Clement Roseyro foram os grandes vencedores do evento, depois de somarem um total de 37,87 pontos, conquistando assim o prémio de melhor equipa em prova. “Foram 15 anos de suor, sangue e lágrimas. A Nazaré é tão importante para todos nós, que vamos para a água”, começou a dizer o surfista de 34 anos da Praia Grande.

Nic Von Rupp nasceu em 1990, cresceu em Sintra e é filho de pai alemão e mãe portuguesa. Desde os 9 anos que se dedica ao surf, tendo encontrado uma paixão: as ondas grandes. “Nos últimos tempos passámos por tudo… Há duas semanas tivemos o maior swell da temporada e fomos os primeiros a entrar na água… É sobre ir até ao limite… e o Clement é um surfista incrível… E esteve super bem no jet ski e na prancha… No ano passado não ganhámos, e devíamos ter ganhado! Este ano conseguimos. Obrigada a toda a nossa equipa. A todos os portugueses que têm estado por aqui! É por Portugal, vamos com tudo”, disse Nicolau von Rupp no pódio, carregando a bandeira portuguesa, perante todos aqueles que foram até à Praia do Norte assistir a este evento.

O Tudor Nazaré Big Wave Challenge Premiou ainda nas categorias individuais o melhor surfista masculino e a melhor surfista feminina. O parceiro de Nic von Rupp, Clement Roseyro, venceu a melhor Performance no masculino, tendo somado um score total de 21,83 pontos. Natural da cidade costeira de Anglet, França, Clément começou a surfar aos seis anos, alcançou ainda bons resultados no APP World Tour e no Mundial ISA, e já no ano passado tinha participado no evento da Nazaré com Nic von Rupp, terminando em segundo lugar.

“Ainda não consigo acreditar, no ano passado ficámos em segundo, vi do pódio os vencedores e agora estou no topo. O Lucas “Chumbo” e o Nic fizeram-me ser melhor. Eu e o Nic fazemos uma boa equipa! Estou muito ansioso por voltar já no próximo ano. E muito orgulhoso de estar aqui hoje”, disse o surfista francês de 25 anos.

Justine Dupont (Foto: Pedro Mestre)

No feminino foi Justine Dupont quem levou o prémio de melhor performance. A surfista francesa, que tinha como companheiro de equipa Éric Rebière, somou um score total de 19,06 pontos e estava, claro, feliz pela vitória, até porque se trata de um regresso à ação, após ter sido mãe.

“Passou um ano, que demorou a passar, não foi assim tão rápido o regresso, mas temos trabalhado muito, eu e o Éric Rebière, e estou muito feliz”, disse a surfista francesa de 33 anos. Com o filho ao colo, no pódio, acrescentou: “Estou muito bem rodeada. Obrigada à minha equipa, ao Éric, devia haver um premio para o melhor condutor de jet-ski, porque ele é o melhor! Obrigada por tudo, obrigada a todas as equipas de segurança e ao público”, concluiu Justine Dupont, que já venceu vários WSL XXL Awards, e que desde 2019 se tem destacado como uma das melhores surfistas femininas de ondas grandes do mundo.

Nota ainda para a participação do também português António Laureano. O jovem surfista de apenas 22 anos, já considerado por muitos uma das grandes promessas do Big Wave Surf Mundial, tinha como parceira de equipa a surfista do Reino Unido Laura Crane, que se lesionou logo na 3.ª bateria do dia, primeira em que participavam.

Laura lesionou-se quando faltavam 25 minutos para o final do heat, e não voltou a conseguir competir. A surfista, que havia substituído Maya Gabeira – que venceu no ano passado o evento, mas que recentemente anunciou o fim da carreira nas ondas grandes – caiu quando tinha feito apenas 4 ondas, o mesmo número de ondas do jovem surfista português.

Quanto a Pedro “Scooby” Vianna e Lucas “Chumbo” Chianca – também vencedores do ano passado -, ficaram em 2.º lugar no ranking de equipas. Lucas Chianca, que sempre ganhou títulos na prova, estava, claro, triste com a prestação deste ano.

“Dei o meu melhor, mas não foi o melhor ano para mim”, disse Lucas que venceu, entre outros títulos, a melhor performance no ano passado, e a melhor equipa nos últimos quatro eventos. Pedro Scooby acrescentou: “Este é só o início do ano! Claro que não estou feliz, mas demos o nosso melhor, mesmo com Lucas a recuperar de lesão e ao mesmo tempo a treinar. Parabéns aos vencedores!”

Entre o público na Praia do Norte estava Frederico Morais, surfista português que no ano passado competia no circuito mundial. “Vim apoiar o Nicolau, está a ser um dia divertido, estou a gostar muito”. O surfista de Cascais está atualmente lesionado, mas afirmou que, em breve, está de volta às ondas. “Tentei um aéreo e parti o tornozelo, mas já consigo andar e conduzir, sinto-me bem e devo voltar dentro de algumas semanas. Este ano, o plano é competir no Challenger Series e tentar requalificar-me para voltar ao CT”, referiu.

O Tudor Nazaré Big Wave Challenge (1 Novembro – 31 Março) faz parte do circuito WSL Big Wave, e reuniu na Nazaré a elite do surf de ondas grandes e vários apaixonados pelas ondas grandes.

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