Edição: 299

Diretor: Mário Lopes

Data: 2025/10/16

Câmara de Leiria contesta tentativa de alteração do traçado da Linha de Alta Velocidade

Junta de Freguesia da Barosa

A Câmara Municipal de Leiria manifestou, no dia 25 de setembro, a sua firme e total oposição à tentativa de alteração do traçado da Linha de Alta Velocidade (LAV) Porto–Lisboa, que retiraria da Região de Leiria a estação projetada para a Barosa, em benefício de propostas alternativas sem fundamento técnico ou estratégico.

“Depois de anos de estudos, avaliações ambientais e decisões já validadas, não aceitaremos que Leiria seja prejudicada por lobbies, pressões de circunstância ou movimentos de natureza eleitoral. Esta infraestrutura é demasiado importante para o futuro do país e para o equilíbrio territorial para ser condicionada por interesses particulares”, defende.

A Região de Leiria e o Oeste aguardam há décadas por uma ferrovia que responda à sua dinâmica económica, industrial e demográfica. A Alta Velocidade é uma oportunidade de reposição de justiça territorial e de correção de um atraso histórico. Qualquer desvio do traçado agora definido significaria afastar a LAV de uma das regiões mais dinâmicas do país, prejudicando gravemente a coesão territorial e comprometendo a racionalidade técnica e económica do projeto.

Esta é uma causa que está a unir a Região: tanto a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) como a Associação Empresarial da Região de Leiria (NERLEI) já assumiram publicamente a sua total oposição a qualquer alteração do traçado, defendendo, lado a lado com o Município, os superiores interesses de Leiria e do Oeste.

Por isso, a edilidade presidida por Gonçalo Lopes considera “fundamental que todos os deputados eleitos por Leiria, independentemente da sua cor partidária, e todos os candidatos à Câmara Municipal de Leiria, se juntem também nesta posição firme, colocando os interesses do concelho e da região acima de qualquer agenda partidária ou eleitoral.”

“Leiria precisa de unidade, não de divisões. Leiria precisa de determinação, não de hesitações. Não aceitaremos ser marginalizados, quando é evidente que a Alta Velocidade tem de servir o território que, todos os dias, contribui com investimento, inovação, exportações e emprego para o desenvolvimento nacional”, recorda a Câmara Municipal de Leiria.

“O Governo e as entidades responsáveis têm de rejeitar de forma inequívoca qualquer tentativa de reabrir um processo que está definido e que deve agora avançar sem mais desvios. Estamos certos de que o Governo cumprirá os compromissos assumidos com a Região de Leiria e com o país, garantindo que a Alta Velocidade servirá Portugal, passando por Leiria”, conclui.

     Fonte: DCRP|CML

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Joao

A estação de Alta Velocidade, se for o plano previamente apresentado, nem estará no concelho de Leiria mas sim no da Marinha Grande. As pessoas nem terão comboio ("comboio urbano" (ou qualquer outro)) entre essa estação e o centro da cidade, logo na prática é como a actual estação da Linha do Oeste: as pessoas nem se lembram que existe o comboio, com a desvantagem de que com a Alta Velocidade a estação ainda ficará mais longe do centro da cidade. Se o acima for realmente verdade, no lugar do governo nem colocaria uma estação na Marinha Grande, talvez só colocasse uma entre Lisboa e Porto: em Coimbra, e mesmo isso já prejudica o conceito de comboio de Alta-Velocidade, mas em Coimbra com a Universidade e muita população ainda faz algum sentido (teoricamente) parar aí.