Edição: 281

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/4/27

No Centro de Artes e Criatividade

Tubista Sérgio Carolino e grupo Ensemble Darcos juntam-se em concerto em Torres Vedras

Cartaz

No âmbito da “Temporada Darcos”, o Centro de Artes e Criatividade, em Torres Vedras, acolhe, no dia 17 de novembro, pelas 21h30, um concerto que será levado a cabo pelo tubista Sérgio Carolino e pelo grupo de música de câmara Ensemble Darcos.

Programa:

Krzysztof Penderecki (1933-2020)
Capriccio para Tuba Solo

  1. Schvetz (n. 1955)
    Tetralogia Rioplatense (2015 / versão para tuba e quarteto de cordas 2023 – estreia)
  2. Breve monólogo
    II. Una Soledad
    III. Um Pirilampo assim
    IV. Moderado Tangabile

Anne Victorino D’Almeida (n. 1978)

Quinteto para Tuba e Cordas – estreia absoluta – encomenda para o Ensemble Darcos

  1. Elgar (1857 – 1934)

Quarteto de cordas em Mi menor, op. 83

  1. Allegro moderato
    II. Piacevole (poco Andante)
    III. Allegro molto

Relativamente ao instrumento utilizado por Sérgio Carolino, refira-se que a tuba, patenteada em 1835 por Wilhelm Wieprecht (1802-1872) e Johann Moritz (1777-1840), caracteriza-se por ser extremamente versátil e o seu âmbito de timbres e de dinâmicas absolutamente notável. Só muito recentemente se tem vindo a chamar a atenção para as suas potencialidades, sendo que de algum tempo a esta parte a tuba tem sido alvo de atenção redobrada por parte dos compositores contemporâneos, que veem este instrumento, justamente, como um dos instrumentos mais eloquentes do universo musical. Não será despiciendo afirmar que Sérgio Carolino tem sido um dos seus maiores paladinos. Reconhecido internacionalmente como virtuoso da tuba, Carolino não só desenvolveu um domínio técnico absoluto deste instrumento, como encetou uma carreira assente no princípio da versatilidade e cruzamento de estilos.

Relativamente ao programa do concerto Sérgio Carolino & Ensemble Darcos, é de realçar a estreia de duas obras. Uma delas, intitulada Tetralogia Rioplatense, é da autoria de Daniel Schvetz (n. 1955), um argentino radicado em Portugal desde 1990, que se tem notabilizado por uma ação pedagógica notável e por um corpus musical diversificado e apelativo. Essa obra, resultado de uma adaptação para tuba e quarteto de cordas, inspira-se no tango, estilo musical típico do “país das pampas”. Já a outra obra a estrear – o Quinteto de Anne Victorino D’Almeida (n. 1978) para Tuba e Cordas – é uma encomenda do Ensemble Darcos, escrita em estreita colaboração com Sérgio Carolino. De frisar que Anne Victorino D’Almeida, reconhecida além-fronteiras pelo seu estilo eclético, é uma das compositoras portuguesas mais prolíferas da sua geração.

A abrir o concerto Sérgio Carolino & Ensemble Darcos será interpretada uma obra para tuba a solo do compositor polaco Krzysztof Penderecki e, a terminar, o Quarteto de cordas em Mi menor, op. 83, de Sir Edward Elgar (1857-1934), o qual faz parte de um conjunto de obras compostas em simultâneo, entre 1917 e 1919. Concluído após o Armistício da I Guerra Mundial, esse quarteto é pautado, em cada um dos seus três andamentos, por um pressentimento de uma ânsia atribulada, um desalento esperançoso, travestidos de um lirismo ultrarromântico de pendor idílico que caracteriza boa parte do discurso musical do seu autor.

No concerto Sérgio Carolino & Ensemble Darcos este agrupamento musical será constituído por Gaël Rassaert (violino I), Ana Madalena Ribeiro (violino II), Reyes Gallardo (viola) e Filipe Quaresma (violoncelo).

As entradas no Centro de Artes e Criatividade para se assistir ao concerto Sérgio Carolino & Ensemble Darcos são gratuitas, mas sujeitas à apresentação de bilhete (que pode ser levantado no Centro de Artes e Criatividade e nos postos de turismo de Torres Vedras e Santa Cruz).

O mesmo concerto será apresentado no dia 18 de novembro, pelas 19h00, no Anfiteatro Chimico do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, em Lisboa.

De recordar que a “Temporada Darcos” constitui-se como uma iniciativa singular no panorama musical nacional, na qual se divulga a música clássica segundo as suas diversas abordagens e matizes estilísticas, sendo dirigida pelo compositor e maestro torriense Nuno Côrte-Real. Os espetáculos desta temporada são na sua maioria interpretados pelo grupo Ensemble Darcos, um dos mais prestigiados grupos de música de câmara portugueses da atualidade, o qual é dirigido também por Nuno Côrte-Real e apresenta uma formação que varia consoante o programa de concerto. De realçar que têm participado nos concertos da “Temporada Darcos” aclamados solistas e orquestras nacionais e internacionais, bem como proeminentes figuras do panorama musical nacional como comentadores. Sendo coorganizada pela Câmara Municipal de Torres Vedras e pela Darcos – Associação Cultural, a “Temporada Darcos” tem como ponto de partida o concelho de Torres Vedras. Em 2023 tem a sua 16.ª edição.

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