Edição: 281

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/4/27

Com Luís Montenegro, Nuno Melo e Paulo Portas

AD junta nas Caldas 2500 militantes: 'O PS tem contactos curtos e intermitentes com a realidade'

Luís Montenegro

A Aliança Democrática realizou um jantar-comício nas Caldas da Rainha, no dia 5 de março, com a presença dos presidentes do PSD e do CDS, Luís Montenegro e Nuno Melo, e do ex-presidente do CDS e ex-ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas. Cerca de 2500 participantes encheram o pavilhão do Arneirense, com militantes e simpatizantes vindos de todos os concelhos do distrito de Leiria.

Telmo Faria, cabeça de lista da Aliança Democrática pelo Distrito de Leiria, foi o primeiro a intervir realçando ser a única lista partidária só com candidatos leirienses. O ex-presidente da Câmara Municipal de Óbidos elogiou Luís Montenegro, primeiro, pelo convite que lhe foi dirigido, e depois por ter iniciado a construção de um modelo assente em dois pilares: visão social e crescimento económico. “Enquanto o país mostrava um cartão vermelho nas ruas”, referiu, numa alusão aos protestos de polícias, agricultores, professores e médicos, “Montenegro pensava num cartão verde, um cartão de futuro e de esperança para o país.”

Segundo Telmo Faria, Luís Montenegro “foi o primeiro candidato a primeiro-ministro que fez dos jovens a centralidade da sua agenda. Hoje, não é emigração dos anos 70 marcada pela pobreza extrema, é a emigração marcada pela pobreza política, de quadros, de talentos e de futuro. Estamos a mandar para fora o futuro e um país que quer crescer e melhorar não manda o futuro fora.”

Seguiu-se Nuno Melo, ainda antes do jantar, realçando que “nesta Aliança Democrática temos orgulho de todos os ex-primeiros ministros e ministros de todas as AD. Gostava de saber se Pedro Nuno Santos tem o mesmo orgulho de todos os ex-primeiro-ministros e ministros dos governos socialistas. Duvido, mas até pode ser que sim”, ironizou.

Para o presidente do CDS, “esta não é uma disputa entre esquerda e direita, é uma luta entre aqueles que não se resignam e aqueles que acham que está tudo bem. Pedro Nuno Santos vai a debate explicar o que é que não funciona. O que nós temos de explicar a Pedro Nuno Santos é que, se o PS governou 20 dos últimos 27 anos, o que não funciona é mesmo o Partido Socialista. “

Paulo Portas

Após o jantar, Paulo Portas subiu ao palanque para apelar à mobilização do centro-direita nestas eleições. “Os portugueses dirão, se quiserem, que estão cansados de um estado partido e que defendem e querem uma democracia com alternância. As eleições ainda não estão decididas. Avançámos, mas não o suficiente para ter a certeza de que Pedro Nuno Santos não será o próximo primeiro-ministro. Precisamos de ter a ajuda de quem ainda não decidiu.”

O ex-presidente do CDS recordou que “esta eleição só aconteceu porque o primeiro-ministro se demitiu, ou seja, foi para o balneário antes do intervalo. Basta ler, dia após dia, as notícias do país, para perceber qual é o verdadeiro problema do Partido Socialista. Seis meses depois do início do ano escolar, há 40 mil alunos sem professor. O Partido Socialista não sabe prever, planear nem resolver. Os portugueses não almoçam ideologia e não jantam utopia. Querem simplesmente que na escola haja aulas, professores, avaliações, esforço e mérito.”

Paulo Portas pegou também na segunda notícia do dia. “Há 529305 portugueses sem médico de família, mais 500 mil do que em 2016. O número de portugueses sem médico de família cresceu 50% no consulado socialista. O problema dos socialistas não é a oposição, a justiça ou a comunicação social. O principal problema do PS é a realidade. O PS tem contactos curtos e intermitentes com a realidade”, criticou.

O balanço do estado da nação é, por isso, muito negativo para atual comentador político. Saúde, educação, habitação, polícias, justiça, mundo rural estão em crise. “A dívida melhorou”, admite, “ainda bem, mas os socialistas só acertam quando retificam.”

Por fim, Luís Montenegro garantiu que a Aliança Democrática não está a dividir os portugueses. “Nós temos respeito por aqueles que pensam diferente de nós. Temos respeito pelas intenções que as outras candidaturas têm relativamente às soluções que preconizam para o país. A nossa divergência não está nas intenções das outras candidaturas. A nossa divergência está mesmo nas políticas e sobretudo nos resultados que essas políticas trazem a vida do país. Aí sim nós temos uma grande divergência com o partido socialista, desde logo, e com todas as outras candidaturas. Mas é numa base de respeito e tolerância democrática.”

Pavilhão cheio no jantar-comício da AD nas Caldas da Rainha

Nós somos uma candidatura positiva e que propõe, não somos uma candidatura que apresenta a equipa. Nós somos uma candidatura que não tem uma liderança que anda aos ziguezagues nem anda no pingue-pongue. Nós somos uma candidatura que olha para a sociedade e que quer aproveitar o grande potencial que a própria sociedade tem”, realçou o presidente do PSD.

Luís Montenegro deixou ainda uma palavra para os potenciais eleitores do Chega, garantindo que compreende “o seu descontentamento e até a sua revolta” mas frisou que a única alternativa para o País é a Aliança Democrática e as suas soluções de Governo. Pelo contrário, assegurou que as propostas do Chega não são exequíveis e, portanto, não são solução para Portugal.

     Mário Lopes

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