Edição: 281

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/4/27

Depois de trabalhador ter intervindo na Assembleia Municipal

Bloco de Esquerda denuncia precariedade laboral no Teatro José Lúcio da Silva

Teatro José Lúcio da Silva

Na sexta-feira, teve lugar no Teatro José Lúcio da Silva a última sessão do atual mandato da Assembleia Municipal de Leiria. No período antes da ordem do dia, um cidadão e trabalhador deste mesmo Teatro, Jorge Ferreira, interveio, segundo o Bloco de Esquerda, “num ato de coragem, veio expor a precariedade dos trabalhadores da Cultura” na cidade assim como o que considera “falta de transparência por parte do executivo na apresentação das contas do Teatro José Lúcio da Silva, falta de investimento nos mais emblemáticos equipamentos culturais do nosso município e ainda, a falta de diálogo do atual Executivo em funções com os trabalhadores do Teatro no âmbito da tão aclamada candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura.”

Ainda segundo o Bloco de Esquerda, “para espanto de todos, o presidente da Câmara Municipal de Leiria em funções, Gonçalo Lopes, retorquiu tentando descredibilizar a intervenção em causa afirmando que aquele não era o lugar próprio para a exposição de motivos apresentada”, pelo que considera que o autarca “demonstrou o seu desrespeito não só para com o cidadão em causa, como pela Assembleia Municipal dando a entender que um trabalhador do Teatro que está sob a sua tutela não tem nada que ir para AM expor a situação e falar do orçamento.” Ora, “a AM é precisamente o órgão fiscalizador da ação do executivo. O trabalhador foi ao lugar certo”, conclui.

O Bloco de Esquerda de Leiria repudia veementemente esta atitude e as declarações que considera “provocatórias do presidente Gonçalo Lopes que parece mais uma vez lidar mal com o escrutínio público.”

Para o BE, Gonçalo Lopes “não só não respondeu ao facto de os trabalhadores do Teatro José Lúcio da Silva não terem sido, até à data, consultados no âmbito da candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura, como justificou como natural a existência de vínculos precários no setor da Cultura”, e questiona: “Estará o executivo a fazer uma candidatura a Capital Europeia da Cultura com base no iluminismo de alguém, uma vez que os principais visados, os trabalhadores da cultura não foram envolvidos e são continuamente esquecidos?”

Quanto ao vínculo laboral, o Bloco de Esquerda considera que “é uma escolha que está ao alcance do executivo, assim como o salário. Este decidiu pela precariedade e assim se vê o quanto desvaloriza a Cultura ao contrário do que vem afirmando constantemente na comunicação social. Qualquer trabalho especializado necessita de estabilidade e carreira profissional, tudo o que o executivo não tem promovido.”

Segundo o Bloco de Esquerda, “Gonçalo Lopes tenta disfarçar o que se está a passar: a transferência de trabalhadores para empresas de trabalho temporário e chamando-lhes “empresas da especialidade” como ficou claro na sua intervenção”, considerando “um desígnio Fundamental que os trabalhadores sejam tratados com respeito e urbanidade e garantir trabalho com direitos e dignidade. “Um executivo municipal que quer afirmar Leiria como Capital Europeia da Cultura não pode fomentar a precaridade dos trabalhadores da Cultura e esquecer que estes, não são invisíveis e, têm um papel central neste desígnio”, conclui.

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