Edição: 281

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/4/20

Campanha irá rondar as 220 mil toneladas

Colheita de Pera Rocha cresce mas produtores receiam efeito da subida dos custos de produção

Colheita de Pera Rocha do Oeste

Na fase final da colheita de Pera Rocha, a ANP – Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha, duas cooperativas da Região Oeste, a Cooperfrutas e a Cooperativa de Fruticultores do Cadaval e alguns produtores fizeram um balanço da campanha de 2021. Apesar de ser um ano com boa produção, em que o fruto apresenta boa qualidade, estimando-se a apanha de cerca de 220 mil toneladas, a ANP mostra-se preocupada com o balanço económico da campanha uma vez que “foi um ano muito difícil para a produção, dado que existiu um aumento de custos muito significativo”. O produto será depois exportado na sua maioria para o Brasil, Reino Unido, Canadá, França, Marrocos, Espanha e Alemanha, entre outros.

Em declarações ao Tinta Fresca, Domingos dos Santos, presidente da ANP – Associação Nacional dos Produtores de Pera Rocha, referiu que a produção “ronda aproximadamente as 220 mil toneladas”, sendo que os concelhos do Cadaval e Bombarral “serão os que têm maior produção”.

Domingos dos Santos garante que a produção “é de muito boa qualidade, com bons brixes e bons calibres” e apresentando “mais pigmentação que no ano passado”. A colheita está na reta final prevendo-se “uma colheita a rondar as 220 mil toneladas”, em que cerca de 120 mil serão destinadas à exportação, sobretudo para Brasil, Reino Unido, Canadá, França, Marrocos, Espanha e Alemanha.

O presidente da Associação Nacional dos Produtores de Pera Rocha salientou que apesar de uma produção com boa qualidade, existe alguma preocupação no sector, porque “este foi um ano extremamente difícil para a produção dado que houve um aumento de custos muito significativo” nomeadamente “ao nível dos custos com combustíveis e energias, bem como bens de produção e consumíveis, além do aumento de custos de mão de obra para colmatar a carência da falta de mão de obra na região”.

Segundo Domingos dos Santos, “os custos da produção serão muito dificilmente refletidos no mercado” e “muitos produtores correm o risco de passar no vermelho, o que é dramático para a região, porque não permite novos investimentos  e reduz as verbas a circular na economia da região”.

Aristides Sécio presidente da Cooperativa de Fruticultores do Cadaval, referiu que “para a campanha 2020/2021 a colheita em curso, apresenta um aumento significativo de quase 50% em relação à campanha anterior que foi atípica, onde se registou uma quebra de cerca de 45%”, mas em comparação com à campanha 2018/2019 considerada normal, “houve um aumento de cerca de 7 toneladas”, sendo a “média dos anos anteriores de 21 toneladas e este ano serão colhidas 28 toneladas de pera”.

No que se refere à qualidade do produto, Aristides Sécio referiu que “a qualidade dos frutos que se tem vindo a colher indica-nos que estamos em presença de um ano de boa qualidade”, salientando que este ano a Pera apresenta uma característica denominada “Carepa” que lhe dá uma tonalidade mais dourada”, mas não afeta o seu sabor.

No que se refere à exportação do produto, Aristides Sécio explicou que “80% da produção da Cooperativa dos Fruticultores do Cadaval será exportada”, sendo que os destinos de maior exportação são Canadá, Brasil, Reino Unido, Marrocos, França e Alemanha.

Também Sérgio Pereira, presidente da direção da Cooperfrutas, cooperativa fundada em 1998, com cerca de 100 sócios, dos concelhos de Alcobaça e Caldas da Rainha, referiu ao Tinta Fresca que “estamos perante um ano bom, com uma produção acima da média”, registando-se “um aumento significativo na produção”.

Sérgio Pereira referiu que a Cooperfrutas terá uma produção de 8 mil toneladas de Pera “de boa qualidade” e “com bom calibre” e que “mais de 60% da produção será destinado à exportação”, sobretudo para países como Inglaterra, Brasil, Marrocos, Alemanha e França.

O Tinta Fresca ouviu também alguns produtores de pera do concelho de Alcobaça. António Salgueiro referiu que a produção deste ano “foi muito boa”, sendo que “a Pera apresenta um calibre maior do que nos últimos anos” e a sua “qualidade é boa”. O produtor, associado da Cooperfrutas, terá uma produção a rondar as 100 toneladas, que serão destinadas à exportação.

Olímpio Pereira, da empresa MPM – Maçãs e Peras dos Montes, referiu que “houve um aumento na produção em relação a 20202 e que “graças às temperaturas baixas, com um verão fresco, que foi muito bom para a pera” foi possível ter “um fruto de muito boa qualidade e de bom calibre”.

Olímpio Pereira estima ter uma produção superior a 300 toneladas de pera, que serão vendidas a um armazenista, sendo depois posteriormente colocadas à venda em cadeias de supermercados e exportadas.

      Mónica Alexandre

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