Edição: 281

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/4/26

Com vista fantástica para o castelo de Porto de Mós

Miradouro do Chão das Pias inaugurado a 425 m de altura na Serra dos Candeeiros

Rui Basílio, Eusébio Calvário, Carlos Cordeiro, Jorge Vala e Rui Pombo

Foi inaugurado no dia 15 de novembro, o Miradouro do Chão das Pias e apresentado o Mural de arte urbana “Muros de Pedra Seca”, em Serro Ventoso, Porto de Mós. O miradouro, da autoria do arquiteto Eusébio Calvário, estende-se para lá do limite da serra, numa altura de cerca de 425m e tem uma vista fantástica sobre a vila de Porto de Mós, com destaque para o Castelo de Porto de Mós. O espaço envolvente foi também intervencionado, numa obra que custou quase 132 mil euros.

Estiveram presentes o presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós, Jorge Vala; o presidente da Junta de Freguesia de Serro Ventoso, Carlos Cordeiro, o diretor regional do ICNF, Rui Pombo; o arquiteto responsável pelo projeto, Eusébio Calvário, bem como o artista Rui Basílio, autor do mural “Muros de Pedra Seca”.

A obra, que representa um investimento de €131 993,77 consiste na transformação de um espaço junto à EM506, via que liga Serro Ventoso a São Bento, num verdadeiro lugar de contemplação. A obra esteve a cargo da empresa Miraterra, Lda, que além da construção do miradouro, através de uma estrutura metálica e deck, também foi responsável pela envolvente do espaço, com arranjos exteriores, pavimentos, lancis, jardins e mobiliário urbano.

Miradouro do Chão das Pias

Além do miradouro, o espaço foi também contemplado com uma obra de arte urbana, “Muros de Pedra Seca”, criada pelo portomosense Rui Basílio. O jovem artista de 30 anos, quis “criar um elemento em homenagem às atividades desenvolvidas na serra” mas também quis que o mural tivesse “uma componente educativa”, uma vez que contem elementos como “o saltadouro, a pedra seca, o guarda-lobos, a janela, as vacas e o pastor”, identificativos da cultura desta região.

Rui Basílio contou com a ajuda de três caboqueiros, durante quatro dias na construção do mural, que tem mais de 2 toneladas de pedra, e depois demorou cerca de um mês a ultimar e a decorar o mural construído com elementos naturais, como a pedra e o musgo seco, e representa as atividades económicas desenvolvidas na serra, como a pastorícia, ou a produção de carne, leite ou queijo.

Na ocasião, Carlos Cordeiro, presidente da Junta de Freguesia de Serro Ventoso, lembrou que este foi um projeto apresentado ao Município de Porto de Mós, no mandato anterior, e agora é “o miradouro mais bonito do concelho e do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros”.

Mural de Pedra seca, da autoria do artista Rui Basílio

Por sua vez, o diretor regional do ICNF, Rui Pombo referiu que este miradouro é “um exemplo do que se pode fazer e bem” e que “pode promover” toda uma região integrada no PNSAC – Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, através “da divulgação do que são as atividades tradicionais”, neste caso, os muros de pedra seca.

A finalizar Jorge Vala, presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós, referiu que esta obra está integrada numa estratégia mais alargada de dinamização turística, como o Miradouro da Fórnea ou a Praia Jurássica, também situados na zona serrana do concelho.

O edil lembrou que esta intervenção visa “valorizar este espaço que tem uma vista única sobre Porto de Mós e o seu castelo”, onde se integrou também os muros de pedra seca que, “são ancestrais, são cultura do nosso povo”. Segundo Jorge Vala, o município pretende através destas iniciativas “projetar o território e preservar as memórias da sua cultura”.

Espaço de acesso ao Miradouro

Na sua intervenção, o autarca deixou ainda várias críticas ao ICNF, referindo a demora na resposta a várias processos, tais como o Miradouro da Fórnea ou a Praia Jurássica, essenciais para a preservação destes espaços, que “se estão a degradar” mas também a dificuldade de cooperação em projetos como os PIER ou o PDM, deixando o apelo àquele instituto para que a sua participação seja mais ativa, mas sobretudo mais colaborante, considerando que “o município é o seu melhor parceiro”.

Mónica Alexandre

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