Edição: 281

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/4/24

Aveiro, Braga, Évora e Ponta Delgada pré-selecionadas para o título de Capital Europeia da Cultura 2027 em Portugal

Leiria afastada da candidatura a Capital Europeia da Cultura

Leiria foi afastada esta sexta-feira da lista de candidatos a Capital Europeia da Cultura 2027. As cidades de Aveiro, Braga, Évora e Ponta Delgada foram pré-selecionadas, no dia 11 de março, na competição para o título de Capital Europeia da Cultura 2027 em Portugal. Após uma reunião que se prolongou por quatro dias, um painel de peritos independentes recomendou a pré-seleção a partir de uma lista de 12 cidades portuguesas candidatas ao título.

Uma cidade estar pré-selecionada para o título de Capital Europeia da Cultura já é uma realização positiva e pode resultar em benefícios culturais, económicos e sociais significativos, desde que a proposta faça parte de uma estratégia de desenvolvimento a longo prazo orientada para a cultura.

Assim que as autoridades competentes portuguesas aprovarem formalmente a recomendação do painel, as cidades terão até ao outono de 2022 para completarem as suas candidaturas. O painel reunirá novamente até ao final deste ano para recomendar qual a cidade portuguesa que será Capital Europeia da Cultura 2027.

Em 2027, Portugal terá uma Capital Europeia da Cultura pela quarta vez, após Lisboa, em 1994, Porto, em 2001, e Guimarães, em 2012. Haverá ainda em 2027 outra Capital Europeia da Cultura na Letónia.

Todos os anos, duas a três cidades detêm o título de Capital Europeia da Cultura.

Portugal convidou as cidades interessadas a apresentarem candidaturas em novembro de 2020. Doze cidades apresentaram candidaturas até à data-limite de 23 de novembro de 2021: Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Leiria, Oeiras, Viana do Castelo, Ponta Delgada e Vila Real.

De acordo com o atual sistema de designação das Capitais Europeias da Cultura, a seleção divide-se em duas fases: uma fase de pré-seleção, na qual é elaborada uma lista com as cidades pré-selecionadas, e uma fase final de seleção, cerca de nove meses mais tarde. A cidade selecionada é então oficialmente designada pelo Estado-Membro a que pertence.

Leiria reage à decisão do Júri da União Europeia

A candidatura de Leiria a representar em 2027 Portugal no programa da Comissão Europeia denominado Capitais Europeias da Cultura foi tornada pública em 2016. De então para cá, recorda, “o Município de Leiria empenhou-se em construir um projeto de raiz, sólido, suscetível de ganhar a adesão de um vasto território social e institucional e de mobilizar e densificar a sua capacidade criativa.”

Este esforço foi discutido e mereceu a adesão de 25 municípios distribuídos por 3 comunidades intermunicipais distintas (Leiria, Oeste, Médio Tejo), 2 politécnicos (Leiria e Tomar), uma associação empresarial (o NERLEI) e a diocese de Leira-Fátima.

Em princípios de 2019, estas entidades formaram a Rede Cultura 2027, assinando um manifesto, constituindo o seu modelo de governação e realizando o seu primeiro Congresso no ano seguinte.

Foi já neste enquadramento que se constituíram as equipas de trabalho que escutaram os agentes e criadores do território, estabeleceram plataformas de ação e desencadearam a formação de redes específicas, daí resultando o programa de candidatura que foi submetido ao júri internacional nomeado pela Comissão Europeia para deliberar sobre aquela que virá a ser indicada por Portugal. Esse documento tem como título Cuidar do Comum.

A candidatura que tem Leiria como primeiro responsável assume que não foi umas das escolhidas pelo júri para ser sujeita a uma derradeira seleção, circunstância que naturalmente lamenta. “Refletiremos sobre os motivos desta decisão. Os proponentes e parceiros desta candidatura apreciarão o seu impacte no planeamento das atividades que estavam previstas”, adianta a organização.

O compromisso da Rede Cultura 2027 será ajustado, em função dessa reflexão, mas garante que “a responsabilidade assumida em 2019 não será afetada. O território envolvido terá o seu projeto do Cuidar do Comum. Nesse sentido, iremos em breve reconverter o documento apresentado ao júri num plano de ação da Rede para o período 2022-2027.”

Contudo, “sem a comparticipação dos fundos a que o título de Capital Europeia da Cultura daria acesso, teremos igualmente de rever o modelo de financiamento da Rede. O grande projeto de cuidar do nosso património artístico, cultural e de conhecimento assim o exige. As equipas de trabalho constituídas manter-se-ão, pois, em atividade, tal como até aqui”, revela a Rede Cultura.

“Uma palavra é devida a todos as cidades que connosco partilharam esta ambição de dar continuidade às honrosas Capitais Europeias da Cultura portuguesas: Lisboa (1994), Porto (2001), Guimarães (2012). Fomos solidários com todas elas em garantir a elaboração de projetos pertinentes. Damos os parabéns àquelas que prosseguem em competição”,conclui.

Fonte: RP|UE e Curioo

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