Edição: 281

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/4/19

Cinco anos dos Incêndios de Pedrogão Grande

PSD alerta para perigos da regeneração natural desordenada da floresta na zona de Pedrógão Grande

Mata ardida na zona de Pedrógão Grande em 2017

Os deputados do PSD e da Comissão Política Distrital do PSD Leiria emitiram um comunicado a propósito dos cinco anos dos Incêndios de Pedrogão Grande, recordando que “depois dos incêndios de 2017, o Governo prometeu uma verdadeira Reforma Florestal que mudaria o paradigma existente e, tornaria a floresta mais resiliente aos fogos, reduzindo o número de ignições e a área ardida.”

Contudo, se reconhece que “algo foi feito no que diz respeito ao combate aos fogos florestais, dotando o dispositivo de combate com mais meios materiais e recursos humanos”, alerta que, “relativamente a processos de ordenamento, de reflorestação, de organização da produção florestal, de mudança da paisagem rural, de reintrodução de espécies autóctones mais resistentes e de crescimento lento (em mosaicos florestais), tudo está por fazer.”

Os sociais-democratas consideram que, “para “inglês ver”, o Governo procedeu à assinatura de protocolos com Câmaras Municipais e Organizações de Proprietários e Produtores Florestais, visando a criação de AIGPs (Áreas Integradas de Gestão da Paisagem) que previssem a implementação de operações integradas de gestão da paisagem (OIGPs). Contudo, nada está feito, nada está implementado exceto aquilo que já estava feito pelas ZIFs e outras organizações já anteriormente existentes.”

Segundo o PSD, “a floresta está abandonada e a teimosia do Governo em defender a primazia da floresta de conservação, desvalorizando a floresta de produção, leva cada vez mais ao seu abandono e, consequentemente ao aumento dos níveis de perigosidade de ocorrência de incêndios rurais. O problema não está na forma, nos planos e estudos existentes ou em elaboração, o problema está na prática, pois estas políticas governamentais têm uma fraquíssima orientação para a produção, uma falta de visão empresarial, o que as torna erradas pois no terreno não há quem as implemente.”

O PSD defende que “é preciso envolver os proprietários, capacitá-los, colocar técnicos especializados no terreno e para colaborar na organização e implementação de entidades gestoras, apoiá-los financeiramente, sob pena de perdermos mais uma oportunidade, agora mais grave dado que, com o PRR e o próximo Quadro de Apoio, nunca houve tantos recursos financeiros para pôr a Reforma da Floresta no terreno. A Floresta gerida empresarialmente é a floresta que menos arde, por ser a mais bem ordenada e mais limpa, e por isso mais resistente aos fogos.”

Os sociais-democratas alertam que “nos territórios que arderam em 2017, assistimos a uma regeneração natural totalmente desordenada e não controlada, com espécies exóticas e invasoras a ocupar os melhores solos e, ao aumento da carga térmica e biomassa, que os torna autênticos “barris de pólvora”, podendo transformar-se novamente no “inferno de Pedrógão” com as consequências materiais e humanas infelizmente conhecidas.”

Assim, o PSD espera “que a culpa não volte a ser atribuída aos Autarcas ou aos Bombeiros, pela inação e incompetência do Governo na reabilitação, transformação e progresso destes territórios. Esta inação é uma inaceitável e gritante falta de respeito a todos os que perderam a vida, ou ficaram feridos, ou viram todo o seu património desaparecer em cinzas.”

O Partido Social Democrata (PSD) lamenta o que considera “desprezo do Governo para com aquelas populações e manifesta a sua disponibilidade para lutar pelo seu direito a uma floresta ambientalmente equilibrada e economicamente produtiva, bem como a sua solidariedade a todas as famílias vítimas dos incêndios de 2017.

Recorde-se que a primeira visita do novo presidente do PSD, Luís Montenegro, se realizou esta segunda-feira, dia 5 de junho, precisamente ao concelho de Pedrógão Grande.

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