Edição: 284

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/7/27

Estudo aponta o Bombarral como a melhor localização

Localização do Hospital do Oeste preocupa deputados municipais de Alcobaça

Executivo Municipal

O estudo encomendado pela OesteCIM à Universidade Nova de Lisboa sobre “o Futuro da Política Pública da Saúde do Oeste”, que apontou o Bombarral como “a melhor localização” para o novo Hospital do Oeste, deixou os deputados da Assembleia Municipal de Alcobaça preocupados com a solução, uma vez que os cuidados de saúde dos utentes do concelho, nomeadamente, nas freguesias de São Martinho do Porto, Alfeizerão e Benedita, podem estar em causa, devido à distância. Os deputados solicitaram ao município uma tomada de posição mais forte e até pediram uma reunião de Assembleia Municipal extraordinária para discutir o assunto.

Os deputados José Canha (PS), José António Correia (Nós Cidadãos), António Raposo (CDU) e Pedro Guerra (PSD) foram os porta-vozes dos diferentes partidos, que mostraram a sua preocupação sobre o assunto. José Canha recordou que “o assunto já tem barbas” e apelou ao município que tome “uma posição junto da OesteCim para defender o concelho”, alertando que “os outros municípios estão a movimentar-se” e que Alcobaça não pode ficar parada.

Por sua vez, José António Correia (Nós Cidadãos) disse que “com a saúde não se brinca”. O deputado admite que o estudo apontou o Bombarral como aquele que apresenta maior centralidade, com base em dois parâmetros essenciais – o tempo e a distância a todos os concelhos-, mas defende que “não podem ser só esses os critérios”.

Para o deputado “se o novo Hospital do Oeste for deslocalizado para Sul (Bombarral), aumentando a distância e o tempo de acesso da população destas freguesias do Concelho, facilmente se percebe que o acesso aos cuidados de saúde urgentes vai piorar”, questionando que se “o Oeste em termos de Cuidados de Saúde Primários é servido pelo ACES Oeste Sul e o ACES Oeste Norte, porque não a criação de duas Unidades Locais de Saúde no Oeste?”.

A finalizar, José António Correia desafiou o presidente da Assembleia Municipal, Carlos Marques, a convocar uma Assembleia Extraordinária para discutir este assunto, de forma a esta Assembleia tomar uma posição para enviar à Assembleia da República, deputados, Governo e Partidos Políticos.

Reunião da Assembleia Municipal

Já António Raposo (CDU) referiu que o partido também considera “estranho que a localização só tenha em conta dois critérios” e questiona porque é que foi tomada aquela decisão, tendo em conta que, “em tempos, Alcobaça é que era a boa posição”. O deputado defende que “é importante clarificar a situação” e saber qual a posição da autarquia alcobacense. Também o deputado do PSD, Pedro Guerra usou da palavra para colocar as mesmas questões dos colegas deputados e lembrou da importância de uma posição conjunta sobre o assunto.

Em resposta aos vários deputados, Inês Silva, vice-presidente da autarquia, que substituiu o presidente Hermínio Rodrigues, lembrou que o estudo foi “encomendado pela OesteCim”, sendo “apenas indicativo, não é uma decisão final”. A vice-presidente lembra que “há anos que este assunto está em discussão. Não há planeamento e, não havendo planeamento, não há escolha”, acrescentando que no seu ponto de vista, “a decisão será política e cabe a quem está a governar. O governo e a ministra têm que ajudar a decidir. Tem que haver um entendimento e um planeamento nacional para esta questão.”

Recorde-se que o estudo sobre “o Futuro da Política Pública da Saúde do Oeste” abordou numa primeira fase a necessidade de construção de um novo hospital para o Oeste, e numa segunda fase, as conclusões sobre a localização do mesmo, com base numa auscultação aos presidentes das 12 câmaras, à comissão de utentes e aos profissionais de saúde.

As nove localizações sugeridas pelo estudo situam-se nos concelhos de Alcobaça, Caldas da Rainha, Torres Vedras, Cadaval e “várias no Bombarral”, a mais central situada “na Quinta do Falcão, junto a um dos nós da A8”, disse Pedro Folgado, presidente da OesteCim, aquando da apresentação do estudo. O autarca de Alenquer adiantou ainda que o mesmo será entregue a Marta Temido, ministra da Saúde, para que “seja a tutela a decidir a localização” do hospital, uma vez que esta tem sido reivindicada por vários concelhos.

Mónica Alexandre

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