Edição: 281

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/4/19

Alvaiázere, Ansião, Condeixa-a-Nova, Penela, Pombal e Soure

Terras de Sicó organiza jornadas para revisitar projetos em curso e antecipar novos desafios

Autarcas das Terras de Sicó

A Terras de Sicó – Associação de Desenvolvimento, no âmbito da sua tradicional metodologia de monitorização dos projetos em curso e antecipação de trabalho para novos desafios, organizou no Hotel Duecitânia, em Penela, as suas Jornadas Internas de Avaliação Progresso. Revisitar os projetos em curso e antecipar trabalho para novos desafios foi a motivação que reuniu autarcas, equipa técnica e pontos técnicos focais dos municípios.

A agenda, composta por seis painéis, permitiu a revisitação dos atuais projetos em curso e a antecipação de trabalho técnico e político para estruturar novos desafios, enquadrados em temáticas de intervenção como as abordagens territoriais e o desenvolvimento local.

Dos trabalhos resultaram algumas conclusões, tendo sido retidas as seguintes informações:

Painel 1. “A arte dos Muros de Pedra Seca a Património Cultural e Imaterial da Humanidade”

Neste painel foi apresentada a estrutura da equipa técnica interdisciplinar que será coordenada pelo Arq.º Nuno Ribeiro Lopes, a equipa técnica focal dos Municípios, bem como a proposta de trabalho e cronograma que tem como alinhamento iniciar o processo conducente à inscrição da “Arte de construção de muros em pedra seca” no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, fase essencial e obrigatória para a aspiração maior de inscrição na Lista do Património Imaterial da Unesco.

A inscrição desta manifestação no referido inventário, e posterior candidatura à Unesco, pretende afirmar o valor do saber local de raízes ancestrais e, ao mesmo tempo, salvaguardar a paisagem desta unidade geológica e combater o abandono e a desertificação crescentes.

Painel 2. Projeto “Lab SICO”

Neste painel foi apresentado o “Roadmap – 2023” no âmbito do protocolo de colaboração entre o dARQ da Universidade Coimbra e a Terras de Sicó, que tem permitido a realização trabalhos académicos sobre as aldeias de calcário.

Desde então, está em curso uma ação piloto centrada na Rede de Aldeias de Calcário (RAC), com o ensaio de uma estratégia de desenvolvimento integrado, cujo mote é tornar as Aldeias de Calcário em Polos de multifuncionalidade, Agregadores Sociais, Centros de Saber e Experiência, e visa reforçar a atratividade da rede urbana no espaço rural de Sicó́ para a instalação de novas atividades geradoras de emprego e para a residência.

Com diferentes abordagens e resultando em diversas atividades, os trabalhos têm sido desenvolvidos por docentes, investigadores e estudantes da UC, de diferentes unidades orgânicas, centros de investigação e cursos; por representantes e técnicos da TS e das seis Câmaras Municipais parceiras da associação; moradores e outros atores das aldeias que integram a Rede de Aldeias de Calcário (RAC).

Os impactos das atividades desenvolvidas podem ser ampliados e, por isso, ambas as partes consideram que os trabalhos a desenvolver no âmbito do Protocolo que celebraram podem e devem ampliar o seu escopo e diversificar as atividades, nomeadamente em articulação com o projeto de Candidatura Arte de Construção de Muros em Pedra Seca. Maciço de Sicó́ a Património Cultural Imaterial da Humanidade.

Deste modo, para o período 2022/2023, foi aprovado:

  1. A publicação de um livro, bilingue, dedicado aos projetos e estratégia desenvolvida para a Rede de Aldeias de Calcário pelos finalistas do Mestrado Integrado em Arquitetura da Universidade de Coimbra. Os trabalhos a incluir serão os dos estudantes que já defenderam as suas teses e dos que, entretanto, defenderão;
  2. A realização de um evento dedicado à valorização do património construído vernáculo de Sicó, em articulação com o processo em curso da classificação de Sicó com Área de Paisagem Protegida e, sobretudo, com o projeto de candidatura Arte de construção de muros em pedra seca. Maciço de Sicó́ a Património Cultural Imaterial da Humanidade.;
  3. Workshops centrados nos saberes tradicionais em Sicó – nomeadamente de queijo, pão, mel, construção vernácula – com a participação de moradores das aldeias na qualidade de formadores e das associações comunitárias, e dirigidos especialmente a jovens.

Paralelamente às ações identificadas, realização de uma candidatura EEA Grants com um projeto visando o intercâmbio de práticas de divulgação da arquitetura vernacular como veículo da sustentabilidade dos territórios.

Objetivo agregador será a futura constituição do Laboratório – LAB SICÓ.

Painel 3. “A dimensão cultural de uma paisagem protegida”

Neste painel foi revisitado o processo da proposta de paisagem protegida, tendo sido apreciados os novos documentos de trabalho, após introdução de sugestões rececionadas. Uma vez que foram eleitos novos autarcas para o território, e porque poderão trazer novas propostas ao projeto, foi entendido reunir com cada município no sentido de ouvir opinião sobre a atual proposta e introduzir nos atuais documentos as alterações emergentes. Neste percurso será feita, ma vez mais, uma discussão pública, no sentido de também receber novos contributos para se avançar para o processo final de validação junto das entidades competentes.

Painel 4. Rede de Aldeias do Calcário – ARUS e PERUS

Foi realizada uma breve síntese dos trabalhos em curso nas seis aldeias da Rede de Aldeias do Calcário – RAC, para que os programas estratégicos (PERUs) de cada aldeia sejam aprovados e uniformizados os procedimentos.

Nesta fase pretende-se fechar os programas com as medidas que serão aplicadas em cada aldeia, para que os documentos sejam apresentados às entidades competentes, seguindo-se a discussão pública e posterior ponderação para proposta de decisão final.

Painel 5. Estratégia de Desenvolvimento Local Terras de Sicó 2030

Foi desenvolvido um primeiro documento de trabalho com uma abordagem à futura estratégia integrada para o desenvolvimento territorial para 2030.

A estratégia foi estruturada em domínios estratégicos e eixos. Definiu também projetos estruturantes e projetos complementares, sendo decisivo que o documento seja versátil para acomodar a futura candidatura ao aviso do PDR para credenciação da Terras de Sicó enquanto GAL para gestão do DLBC 2030.

Painel 6. Cooperação institucional e promoção territorial

Neste ponto foi apresentada a rede de Mercados de Sicó, enquadrada no modelo das “cadeias curtas” e resposta de oferta direta dos produtores ao consumidor final, que visa ter em cada Município um espaço de promoção/comercialização dos produtos endógenos e em complementaridade um ponto físico de promoção do território de intervenção. Participaram as organizações de produtores do território e foi avaliada a capacitação de uma empresa veículo (SICOGEST) que assuma a dinamização desta cadeia com a participação de todos no capital social.

Encerramento

Reunião de trabalho

Presidiu ao encerramento o Dr. Jorge Brandão, vogal da Comissão Diretiva da CCDRC, que apresentou no quadro do Centro 2020 a dinâmica gerada no território por protocolo de articulação funcional com a Terras de Sicó, revelando os dados do apoio às empresas nos programas SI2E e +Co3SO, salientando o projeto da “Arte dos Muros de Pedra Seca a Património Cultural Imaterial da Humanidade | UNESCO”; financiado pela linha FEDER de apoio ao património.

Salientou também que a CCDR está em negociação com a CE para que o programa operacional possa ser aprovado até ao final do ano e deixou em aberto duas linhas de envolvimento/parceria com os GAL: as parcerias para a coesão territorial e as Estratégias de Eficiência Coletiva – PROVERE, tendo neste modelo sido recordado pelo Sr. Presidente do Município de Condeixa-a-Nova a necessidade de recuperar o antigo PROVERE dedicado ao território – Eixo da Romanização.

No rescaldo destas jornadas, saiu ainda mais fortalecido o compromisso dos seis municípios com as Terras de SICÓ e com a efetiva concretização dos vários projetos em curso e que têm como missão comum contribuírem para a afirmação e atratividade desta região tão especial.

O território “Terras de Sicó” situa-se na Região Centro de Portugal, englobando a totalidade da área dos Municípios de Alvaiázere, Ansião, Condeixa-a-Nova, Penela, Pombal e Soure em torno do maciço da Serra de Sicó, somando um total aproximado de 1.500 km2.

No território das Terras de Sicó habitam cerca de 121.000 habitantes (censos 2001), correspondendo a uma densidade populacional de 80,6 hab/km 2.

    Fonte: GI|TS

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