Edição: 289

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/12/7

Alcobaça

Grupo de amigos promove Homenagem Nacional a Maximino Serra - Herói de Portugal

Comissão classifica Maximino Serra de Herói Nacional

Um grupo de amigos do saudoso Maximino Serra entendeu, recentemente, organizar-se em Comissão e promover uma Homenagem Nacional a um dos maiores símbolos da resistência à ditadura.

Tendo visto tombar alguns companheiros, durante o desastrado assalto ao Quartel de Beja, ainda assim Maximino Serra logrou escapar-se a ciladas e traições e abrigar-se, durante mais de um ano, na Embaixada do Brasil. Daí, sairia a sós, pela calada da noite, para se apoderar de um pequeno avião em Tires, conseguindo pousar na Argélia.

Considerado suspeito pelas autoridades locais e vítima de intrigas, Maximino Serra acabaria detido e depois expulso para Marrocos, que também o considerou um espião. Na condição de “sem abrigo”, e depois de ter escapado a ameaças de fuzilamento, conseguiria depois estreitar laços com algumas das mais proeminentes personagens da resistência portuguesa da época. Entre outras, salienta-se Humberto Delgado que só foi assassinado por desprezar os seus insistentes avisos.

Entretanto, participaria no célebre assalto ao paquete Santa Maria e foi também autor do primeiro desvio de um avião comercial em todo o mundo, unicamente para sobrevoar Lisboa e distribuir um Manifesto contra o regime.

Exemplo de coragem e de abnegação, e “guerrilheiro” que nunca colocou a vida de inocentes em perigo, conquistada a liberdade e cumprido o seu dever, o Homem que a PIDE nunca conseguiu prender retirou-se dos palcos da fama, evitando exposições públicas ou mordomias, para si ou para os seus.

Incansável defensor dos princípios que presidiram à formação do PS, Maximino Serra seria expurgado seu Partido de sempre, em 2022, vítima do “crime” de ter ousado subscrever o último lugar, enquanto suplente, de uma lista autárquica que se opunha ao PS do seu concelho, gente em que não confiava.

Face ao clamor levantado por ilustres socialistas, e não só, dias depois Maximino Serra foi informado que tão absurda sentença iria ser revertida. E no dia do seu funeral, a família até recebeu essa garantia, traduzida em mensagens pessoais do Largo do Rato e num funeral em que os seus despojos foram inocentemente envoltos na bandeira do PS.

Infausto acontecimento que, contudo, não evitou que logo o dirigente Carlos César saltasse sinistramente a terreiro, para esclarecer o país que, por decisão sua, o PS confirmava a expulsão de Maximino Serra. E tudo isto sem que o Primeiro-Ministro António Costa, ou qualquer outro atual alto responsável, esboçasse o mínimo gesto de condolências pela morte deste livre pensador.

Assim sendo, e no cumprimento de um dever de elementar justiça, e de respeito pela memória de um povo que sofreu as agruras da privação da liberdade, entendeu um grupo de cidadãos convidar Cândido Ferreira, um dos mais presentes amigos ainda vivos deste herói e patriota, para coordenar uma Homenagem Nacional a Maximino Serra, que passará por lhe erguer um monumento condigno, em local ainda a designar.

Num momento em que já proeminentes figuras de diversos setores da vida nacional, políticos e não só, nos honraram com a sua integração numa futura Comissão de Honra, a Comissão Organizadora vem anunciar que, no próximo dia 25 de Abril, dará conta ao país do andamento deste projeto.

 

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