Edição: 281

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/4/19

Frotas tecnologicamente mais avançadas começam a navegar já em 2023

Cruzeiros procuram combustíveis mais sustentáveis e equipam navios para se conectarem à eletricidade em terra

Carregamento elétrico de um navio de cruzeiro

A frota de cruzeiros de 2023 dos membros da Associação Internacional de Cruzeiros (CLIA) é uma das mais avançadas tecnologicamente e energeticamente eficientes. Os 14 navios lançados este ano, que incluem navios que são os primeiros da sua classe ou o primeiro navio de novas linhas de cruzeiro a entrar no mercado de cruzeiros marítimos, são indicativos dos avanços que os cruzeiros estão a fazer na mudança de um setor que utilizava um combustível único para a capacidade de utilização de combustíveis diversificados.

Como parte desta transformação, as companhias de cruzeiro estão à procura de uma variedade de fontes de energia alternativas mais inovadoras e sustentáveis, o que inclui a preparação dos seus navios para a utilização de baterias elétricas, biocombustíveis avançados e células de combustível de hidrogénio, como foi explicado no dia 2 de março numa conferência realizada em Lisboa.

As companhias de cruzeiros estão a investir na inovação como parte da ambição da indústria para alcançar a navegação zero emissões até 2050.  Há vários projetos-piloto em curso por companhias de cruzeiro para testar baterias, tecnologia de células de combustível, biocombustíveis avançados e combustíveis sintéticos.

Para depois de 2023, estão a ser planeados e instalados novos motores e tecnologias de propulsão para novos navios que entrem no mercado até 2028.  Até 2028, a frota de cruzeiros da CLIA incluirá 38 navios de cruzeiro movidos a gás natural liquidificado, considerado como um combustível de transição, mas que também tem benefícios ambientais significativos. Mais de 15% das companhias de cruzeiro que entrarem em serviço nos próximos cinco anos estarão equipadas para incorporar células de combustível ou baterias.

Estão também a ser feitos investimentos para reduzir as emissões enquanto os navios estão nos portos, para benefício das comunidades locais.  Até 2028, prevê-se que 85% (209) dos navios de cruzeiro membros da CLIA estejam equipados com a capacidade de ligação à eletricidade em terra, reduzindo as emissões enquanto se encontram nos portos. Atualmente, já há cerca de 40% (mais de 80 navios) da frota de navios de cruzeiro da CLIA equipados com este sistema, estando planeada a sua instalação em ações de modernização de 83 navios.

Como o turismo de cruzeiro sustentável requer um esforço coletivo, o setor dos cruzeiros está a trabalhar em colaboração estreita com as autoridades municipais e portuárias em Portugal continental e nas regiões autónomas, Madeira e Açores, bem como com os agentes portuários e o Governo a nível local e nacional. Com o lançamento de 14 navios das companhias de cruzeiro associadas da CLIA em 2023, a frota da CLIA, no final do ano, incluirá 293 navios, e 38 mil milhões de euros serão investidos em 62 navios com entrega prevista até 2028, sendo quase todo o volume de investimento proveniente da Europa.

No âmbito da BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa, e a propósito do turismo de cruzeiros, o administrador do Porto de Lisboa, António Hugo Lindo Santos Caracol, referiu que “o Porto de Lisboa está focado na implementação de boas práticas ambientais, investindo em tecnologia que nos permita reduzir o impacto das actividades portuárias na cidade. As várias ações ambientais que estamos a realizar têm como objetivo tornar o negócio dos cruzeiros cada vez mais sustentável, de acordo com os regulamentos da UE, e encorajar um crescimento sustentável”.

Sascha Gill, vice presidente para a Sustentabilidade da CLIA, afirmou que “as linhas de cruzeiro estão a liderar o caminho para um futuro sem emissões de carbono em viagens, reduzindo as emissões no cais, no mar, e durante as operações dos navios.  Os navios que atualmente são lançados estão entre os mais avançados tecnologicamente e há muito mais por vir.  A indústria dos cruzeiros é um impulsionador de inovação”.

   Fonte: OPR

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