Edição: 289

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/12/6

Marinha Grande, Leiria, Alcobaça, Batalha e Porto de Mós

PCP realizou jornada em defesa do sector dos moldes e confirmou a sua importância para a região e o País

Reunião na CEFAMOL

A Direção da Organização Regional de Leiria do PCP promoveu, no dia 11 de maio, uma jornada em que analisou a situação do sector dos moldes, confirmou preocupações e reafirmou a urgência de medidas que dinamizem o sector e salvaguardem os direitos dos trabalhadores.

Uma delegação do PCP composta por Agostinho Lopes, responsável da Comissão para os Assuntos Económicos do PCP, Luís Caixeiro, membro do Comité Central e responsável pela Direção Regional de Leiria, e João Norte, responsável pela organização da Marinha Grande reuniu com João Faustino e Manuel Oliveira respetivamente presidente e secretário-geral da Cefamol – Associação Nacional da Indústria de Moldes.

Foi também realizada uma visita à empresa TJ Moldes. A mesma delegação do PCP reuniu, igualmente, com Carlos Marques e Victor Varela, dirigentes do SITE-CSRA – Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente – Centro Sul e Regiões Autónomas.

Estas reuniões decorreram, não só pelo normal acompanhamento que o PCP realiza a sectores destacados da indústria nacional, mas também pela necessidade de um conhecimento mais rigoroso sobre os atuais problemas com que se confrontam dezenas de pequenas e médias empresas e os trabalhadores do sector dos moldes.

Reunião no SITE-CSRA

As MPME representam a quase totalidade da indústria de moldes, cerca de 70% das empresas têm um volume de negócios abaixo de um milhão de euros. O sector atravessa um período de turbulência com desenvolvimentos que começaram a manifestar as primeiras evidências no final do ano de 2018.

Entre os elementos que se avançam para justificar este momento de incerteza na indústria de moldes, muito dependente da indústria automóvel (>85%), são: as indecisões na indústria automóvel decorrentes das opções em torno do tipo de combustível que vai prevalecer no futuro e as alterações por via da digitalização que reduziu o número de peças em plástico (logo as encomendas); o esmagamento de preços pelos clientes (cujo poder tem crescido) e o pagamento muito tardio das encomendas; as crescentes dificuldades de acesso ao crédito e o aumento galopante das taxas de juros; a concorrência internacional de diversos países da União Europeia e da Ásia, bem como dos Estados Unidos da América que contam com fortes linhas de apoio que não se verificam em Portugal.

A queda das exportações, cerca de 25% desde 2018, tem impedido diversas empresas de satisfazerem os compromissos com o serviço de dívida e acrescentado problemas de tesouraria.

O sector dos moldes, que emprega quase 10 mil trabalhadores e que representou, em 2022, mais de 400 milhões de euros em exportações, está substancialmente fixado no distrito de Leiria com especial incidência nos concelhios da Marinha Grande, Leiria, Alcobaça, Batalha e Porto de Mós.

A mão de obra do sector é altamente qualificada e especializada e deve ser preservada. Fortes abalos no sector poderiam, para além dos problemas que colocariam aos trabalhadores e suas famílias, ter fortes consequências na perda de conhecimento acumulado e na fixação de profissionais para o futuro.

Também na semana passada, o PCP interpelou na Assembleia da República, pela voz do deputado Bruno Dias, o ministro da Economia sobre a situação do sector e a necessidade de medidas específicas. O ministro nada respondeu, mas o PCP voltará a questionar o Governo, desta vez por escrito.

Para o PCP, o desenvolvimento do distrito e do País exigem a assunção de uma política patriótica e de esquerda que aposte na produção nacional, apoie as pequenas e médias empresas sobretudo em sectores tão exigentes e competitivos, valorize o trabalho e os direitos dos trabalhadores.

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