Edição: 287

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/10/11

Armazém das Artes - Fundação Cultural

José Aurélio inaugura em Alcobaça a exposição “45/24 - Pratos da Guerra, Pratos de Paz”

Cartaz

A exposição “45/24 — Pratos da Guerra, Pratos de Paz” é uma iniciativa do Armazém das Artes — Fundação Cultural, com o apoio do Município de Alcobaça. “45/24” representa o binómio do fim da II Guerra Mundial (45) e da atualidade (24) em que propõe uma renovada reflexão sobre a guerra e a paz. De 20 de agosto de 2024 a 2 de março de 2025.

O objetivo desta exposição é colocar em diálogo os mais de 35 pratos, produzidos entre 1939 e 1945, que relatam sobretudo os avanços dos aliados durante a II Guerra Mundial, com a contemporaneidade, numa reflexão coletiva sobre a guerra e a paz, neste aparente binómio de dependência que afeta toda a história da Humanidade.

“Esta exposição é de enorme relevância no caminho que o Armazém das Artes se encontra a fazer: é simultaneamente um registo e uma afirmação do ato criativo na fixação da história e do legado alcobacense e, simultaneamente, um terreno de criação artística e de reflexão originais, novas e contemporâneas”, refere Maria Manuel Aurélio, gestora do espaço e da programação do Armazém das Artes.

Esta exposição tem inauguração prevista para 20 de agosto de 2024, dia da cidade de Alcobaça, às 15 horas, no espaço do Armazém das Artes, com término previsto para 2 de março de 2025.

Convidamo-lo a estar presente na conferência de imprensa e respetiva inauguração da exposição

A preponderância desta Exposição

Inspirado pela iniciativa da Olaria de Alcobaça nos idos anos 40 do século passado, que dava nota sobre os avanços dos aliados durante a II Guerra Mundial, e da admiração que José Aurélio nutre por esse movimento e respetivo resultado, o Armazém das Artes decide refazer a exposição “Pratos da Guerra – Pratos de Paz”.

No sentido de levar a cabo esta proposta, o Armazém das Artes, na pessoa do Presidente da Administração, José Aurélio, lançou o convite a artistas contemporâneos de referência na área da cerâmica, da escultura e da pintura para aceitarem este desafio criativo, nomeadamente ana+betância, Conceição Cabral, Liliana Sousa, Paulo Óscar, Sofia Areal, Thierry Ferreira, Virgínia Fróis e Wilson Esperança, sendo que também o próprio fez a sua contribuição.

Na linha do que esta exposição representa estão planeados projetos educativos para os próximos meses, a envolver escolas do concelho.

O binómio 45/24, que se adiciona ao tema principal, remonta a memórias de José Aurélio, abaixo explicadas para contexto.

    Contexto Histórico relatado por José Aurélio

Em 1945 — A grande guerra acabou e a paz festejou-se por toda a parte. Em Alcobaça, também!

Eu tinha 6 anos e lembro-me bem do que aconteceu: em frente ao Mosteiro, olhávamos transidos de medo, para alguém que tentava colocar uma bandeira na cruz central da fachada, ao nível das torres, por cima do nicho que abriga a imagem de Santa Maria. Um grito de júbilo, acompanhado de salvas de palmas, premiaram o feito, assim que a bandeira

Só passados 70 anos é que vim a saber que, para além desse ato temerário, a guerra tinha sido motivo de outras manifestações, igualmente significativas, na fábrica de loiça Olaria de Alcobaça, LDA., fundada por alguns alcobacenses republicanos. Os seus desenvolvimentos foram acompanhados e comentados por patrões e trabalhadores, em pratos pintados, com situações da guerra em louvor das proezas dos aliados. Desses pratos, que me dizem terem sido pintados centenas, apenas temos conhecimento da existência de 37, já expostos, em parte, no Armazém das Artes em fevereiro de 2012.

2024 — Volveram-se 80 anos desse momento que tão bem guardo na memória e vejo-me numa Europa e num Mundo em que a paz e a guerra ganham um protagonismo longe do desejável.

Vivenciamos muito próximo do nosso retângulo à beira mar plantado uma ordem em que o valor da vida humana parece ter pesos e medidas diferentes, em função da origem dessas vidas ou dos interesses políticos e económicos em torno de determinados territórios.

A pertinência do diálogo e da reflexão sobre este ímpeto bélico do ser humano, embora sempre pertinente, ganha na atualidade uma urgência existencialista gigantesca.

Visita Guiada às Exposições

Apenas 3 dias depois das suas inaugurações, o Armazém das Artes recebe a visita da Curadoria a ambas exposições: “José Aurélio – Uma Retrospetiva de Cerâmica” e “45/24 – Pratos da Guerra, Pratos de Paz”. Está agendada para o dia 23 de agosto, às 19H. Com José Aurélio, Alberto Guerreiro e Maria Manuel Aurélio. A entrada é livre ao público geral.

Comentários:

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Ainda não há comentários nenhuns.