Edição: 289

Diretor: Mário Lopes

Data: 2024/12/8

6.ª edição do FÓS

Festival de Órgão de Santarém celebra a música antiga tocada em órgãos históricos

Conferência de imprensa de apresentação do FOS

Santarém recebe a 6ª edição do FÓS — Festival de Órgão de Santarém entre os dias 10 de novembro e 1 de dezembro com muita música, cinema, poesia e dança. Este evento anual colocou Santarém no mapa do circuito dos festivais de música antiga realizados em Portugal, dando destaque à cidade que constituiu um espaço único a nível nacional, ao reunir na área do seu centro histórico um maior número de órgãos em boas condições de funcionamento. Em 2024,Santarém acolhe novamente um dos mais importantes eventos do país dedicado a divulgar a música antiga tocada em órgãos históricos. O FÓS- Festival de Órgão de Santarém regressa no mês de novembro e traz consigo muitas novidades pelas mãos de organistas portugueses e internacionais.

A festa do órgão histórico regressa em 2024 para celebrar a música antiga, com a direção artística de Rui Paulo Teixeira, que este ano programou nomes de destaque no panorama organístico, como ÁdámTabajdi, Ludovice Ensemble, Afonso Torres, Orquestra Clássica do Centro, Ensemble Quarto Tom,Musurgia Ensemble, Coro Ricercare, entre muitos outros intérpretes de relevo.

A 6.ª edição do FÓS — Festival de Órgão de Santarém é um evento organizado pelo Município de Santarém, em parceria com a Diocese de Santarém e a Santa Casa da Misericórdia da cidade, que teve o mérito de colocar este festival entre os mais importantes do género que se realizam de norte a sul de Portugal.

In Vino Música – Recital Enológico | Capital do Vinho 2024

A edição de 2024 doFÓS – Festival de Órgão de Santarém estende-se a várias vilas que integram o Concelho de Santarém, onde vão ser apresentados recitais de órgão em locais que, por norma, não fazem parte do circuito de qualquer festival de música. Uma das grandes inovações do FÓS 2024, será a realização do projeto ‘In Vino Música – Recital Enológico’, uma iniciativa que vai levar a música de órgão histórico até algumas quintas produtoras de vinho. O Ensemble Quarto Tom, com direção de Luís Toscano e órgão executado por Ricardo Toste apresenta dois recitais, um primeiro na Quinta Monteiro de Matos, em São Vicente do Paúl, no domingo, 10 de novembro, pelas 15h, e um segundo na Quinta da Ribeirinha, na Póvoa de Santarém, no mesmo dia, a partir das 19h00.

O ensemble Quarto Tom é constituído por uma formação base de quatro cantores profissionais com vasta experiência em performance a cappella, com destaque na interpretação de polifonia renascentista. Com a

sua origem há mais de uma década, este quarteto vocal desenvolve o seu trabalho em torno de obras fundamentalmente provenientes de fontes originais transcritas. Neste programa –In Vino Musica – o grupo  complementa-se no órgão com Ricardo Toste, com quem se tem cruzado em inúmeras ocasiões musicais.

In VinoMúsica, ‘Vinho, inspiração na música nos séculos XV e XVI’

Os frutos da estreita relação entre a Música e o Vinho são audíveis ao longo de toda a História da MúsicaOcidental, num caminho de profícua inspiração mútua. Queremos celebrá-la em concerto, num localpróximo à origem do Vinho, interpretando obras essencialmente dos séculos XV e XVI. Nos textos das obras selecionadas afirma-se o valor do Vinho pelo louvor da sua sacralidade e através do enaltecimento da sua capacidade de “diluição das inibições” e de ser “a voz e o coração da coragem”.

O reportório integra obras de compositores de referência e convida o espectador a degustar auditivamente sonoridades musicais distintas, ora no sabor aveludado de peças de música sacra, ora no aroma frutado de obras musicais de carácter jocoso e alegre, que equilibram o concerto.

À Volta do FÓS | Organalis – Ciclo de Órgão

Outra das novidades do FÓS para esta edição de 2024 será a apresentação de recitais em algumas das vilas que integram o Concelho de Santarém. ‘À Volta do FÓS’ é uma dessas inovações que se apresenta como ‘Organalis – Ciclo de Órgão’, sendo uma iniciativa que passa pela oferta de concertos em igrejas localizadas em vilas como Alcanede, Alcanhões, Pernes, Tremês e Vale de Santarém, que vão receber recitais interpretados por nomes como Rute Martins, Lídia Correia, Davide Barros, Marta Cruz e David Paccetti.

A igreja Paroquial de Tremês recebe Rute Martins, com um concerto a solo de órgão, na noite de sexta-feira, 15 de novembro, a partir das 21h30.

Também a solo, Lídia Correia apresenta-se na Igreja Matriz de Alcanede no dia seguinte, sábado, 16 de novembro, a partir das 15h30. Depois das 21h30 será vez da Igreja da Misericórdia de Pernes escutar o órgão de Davide Barros.

Para domingo, 17 de novembro, Marta Cruz toca na Igreja Paroquial de Alcanhões, a partir das 11h30, enquanto David Paccetti atua pelas 15h00 na Igreja Nossa Senhora da Expectação, no Vale de Santarém.

David Paccetti Correia diplomou-se em órgão pelo Conservatório de Música de Saragoça, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, sob a orientação de José Luís González Uriol, e em Música – Órgão pela Universidade de Évora, sob orientação de João Vaz. Foi gestor dos órgãos históricos de Santarém e director do Ciclo de Órgão de Santarém. Participou em oito edições do Ciclo de Concertos na Basílica do Palácio Nacional de Mafra. É organista titular da Igreja Catedral de Santarém e da igreja adjacente de NossaSenhora da Piedade. É director artístico, professor de órgão e organista titular da ScholaCantorum da Catedral de Santarém e vice-director pedagógico do Conservatório de Música de Santarém. É presidente da Associação Schola Cantorum e da Federação Portuguesa de Pueri Cantores.

José Davide Pereira de Barros nasceu em 1998, em Amarante. Ingressou na ESML em 2019, tendo concluído este ano a Licenciatura em Órgão, na classe de órgão do Professor João Vaz. É organista do Santuário de Fátima desde 2017, membro do grupo Ricercare e membro fundador do Laetare Ensemble. Tem tido a oportunidade de se apresentar a solo ou com grupos em alguns lugares emblemáticos deste país e no estrangeiro, como Mosteiro dos Jerónimos, Convento de Mafra, Igreja dos Clérigos, Casa da Musica, CCB, Basílica de São Pedro (Roma), entre outros. Atualmente é aluno de Mestrado em Improvisação ao Órgão, na classe do Professor Theodore Flury, no Pontifício Instituto de Música Sacra, em Roma.

 

Lídia Correia, natural de Vila Nova da Barquinha, é diplomada com o curso de Órgão da Escola de Música do Conservatório Nacional na classe do Prof. Rui Paiva e licenciada pela Universidade de Aveiro (performance Órgão) onde estudou com Edite Rocha. Fez cursos e masterclasses com José Luís Uriol, Graham Barber, Nicholas Roger, Franz Stoiber, Hans-Ola Ericsson e Johannes Landgren. Colabora com diversas paróquias do distrito de Santarém no âmbito do acompanhamento litúrgico e apresenta-se em diversos eventos e concertos promovidos pelos conservatórios onde leciona sendo de destacar a obra Gabriel`s Message de Miguel Diniz e Magnificat de John Rutter com o Conservatório de Música de Santarém, ambos na Sé Catedral de Santarém. Acompanhou o Coral Concórdia da Associação Concórdia Música do Entroncamento em vários concertos, sendo de destacar a obra Trinity te Deum de Eriks Esenvalds e recentemente o Glória de Vivaldi. Participou no Festival Internacional do Carrilhão e do Orgão (II FICOC em 2017 e no VII FICOC 2023) e no FÓS (Festival de Órgão de Santarém) desde 2018 a 2023.  É docente da disciplina de Órgão e Baixo Contínuo no Conservatório de Música de Santarém e Conservatório Regional de Castelo Branco desde 2010 e no Conservatório de Música do Choral Pydellius desde 2016.

Marta Cruz é Mestre em Ensino da Música, na Área de Especialização – Órgão, Universidade de Aveiro, onde estudou com Edite Rocha e António Mota. Diplomada em Órgão (Escola de Música Canto Firme, Tomar) e em Piano (Escola de Música do Conservatório Nacional, Lisboa). É docente de Órgão no Conservatório de Música de Santarém. É organista na Igreja Evangélica Alemã em Lisboa e na Igreja Paroquial do Cartaxo.

Rute Martins desde cedo começou a estudar órgão com Antoine Sibertin-Blanc. Mais tarde ingressou na Escola Superior de Música de Lisboa, terminando a Licenciatura em Órgão em 1999, sob a orientação do mesmo professor. Para além da actividade de docente tem realizado como concertista inúmeros recitais a solo e com várias formações instrumentais não só a nível nacional como europeu. É também um dos membros do Grupo Liz Concert, um trio de professores SAMP. Pela dedicação à escola, aos alunos, pelo seu empenho ao que adora: reconhecemos um grande espírito de amizade, entrega e muito trabalho sobre cada desafio. É docente da Classe de Órgão da Escola de Música do orfeão de Leiria e da nossa Escola de Artes SAMP.

Afonso Torres, organista residente do FÓS 2024

A Igreja Misericórdia recebe um recital de Afonso Torres ao final da tarde de sexta-feira, 22 de novembro, a partir das 19h00. No domingo, 24 de novembro, a partir das 12h30, a Igreja de Nossa Senhor da Piedade, acolhe uma conversa didática óH! Tubos, Teclas e Música, iniciativa que se repete no sábado, 30 de novembro, também pelas 12h30, na Igreja de São Nicolau, com coordenação de Afonso Torres. Ainda no sábado, 30 de novembro, pelas 15h00, na Igreja de Nossa Senhora da Piedade pode-se assistir a mais uma prestação de Afonso Torres. O organista residente do FÓS 2024, é ainda responsável por acompanhar os encontros didáticos, designados como ‘À Volta do FÓS’ em Santarém.

Afonso Torres frequenta a classe de Órgão de Olivier Latry e Thomas Ospital no Conservatório Superior de Paris. Natural de Paredes, aí recebeu as primeiras lições de música — piano com Marco Oliveira e Joana Moreira, órgão com Rui Soares. Aos 15 anos, ingressou no Conservatório do Porto, onde prosseguiu os estudos com Paulo Alvim. Iniciou em 2018 a licenciatura na Universidade HfMT em Hamburgo, classe de Wolfgang Zerer e em 2023 pôde aprofundar durante um ano o seu conhecimento do repertório organístico francês com Yoann Tardivel e Michel Bouvard em Toulouse. Ganhou em 2021 o segundo prémio no XV Concurso Internacional Gottfried-Silbermann em Freiberg (não foi atribuído primeiro prémio). Graças a este prémio, tem tocado desde então em festivais de renome (Bachfest Leipzig, Heinrich-Schütz-Musikfest, Silbermann-Tage) e em órgãos históricos importantes (Alkmaar, Altenburg, Arnstadt).

Free OrganDay | Conservatório de Música de Santarém

No sábado, 23 de novembro, a partir das 10h00, realiza-se o Free OrganDay, um percurso de audições com alunos e professores da classe de órgão do Conservatório de Música de Santarém que vai passar por vários monumentos do centro histórico de Santarém. O evento começa na Catedral de Santarém, pelas 10h00, segue para a Igreja de Nossa Senhora de Marvila, pelas 11h00, depois a Igreja da Misericórdia, pelas 12h00, encerrando a manhã. De tarde, a ação começa a partir das 15h30, na Igreja de Santa Maria de Alcáçova, continua na Igreja de Nossa Senhora da Piedade, pelas 16h30, terminando pelas 17h30 na Igreja de São Nicolau.

Concerto Liberdade – Missa Ad Astra | Catedral de Santarém

Obra composta pelo diretor artístico do FÓS, Rui Paulo Teixeira, a Missa Ad Astra é uma estreia absoluta que integra o Concerto Liberdade que pode ser visto na Catedral de Santarém na noite de sábado, 23 de novembro, a partir das 21h30. O espetáculo conta com a presença de um coro e de uma orquestra, acompanhando a música de órgão histórico. Pedro Teixeira dirige o Coro Ribcercare, que vai acompanhar a Orquestra Clássica do Centro na execução da Missa Ad Astra.

Antecedendo o Concerto Liberdade – Missa Ad Astra, na Catedral de Santarém, realiza-se no dia anterior, sexta-feira, 22 de novembro, pelas 17h00, uma mesa redonda sobre a estreia da missa, que terá lugar na Sala dos Actos, e que se integra nos encontros designados como ‘À Volta do FÓS’ em Santarém.

 

Com uma duração aproximada de 25 minutos, a Missa Ad Astra é uma obra para solos, coro e orquestra, com baixo contínuo a ser realizado no órgão, sobre uma criação literária, em latim, de Álvaro Áspera. Musicalmente, dado o compositor ter escolhido musicar a versão do texto em latim criada pelo escritor, a composição foi abordada em estilo livre que lhe é próprio mas segundo a escrita musical estilística do classicismo assumidamente inspirada na escrita mozartiana tardia, nomeadamente ao nível do estilo da orquestração.

A instrumentação da Missa Ad Astra conta com o clássico quarteto de solistas, coro misto e orquestra, com o coro dobrado por trombones, uma orquestra constituída por cordas com baixo cifrado (órgão), a que se junta um trio de madeiras, e um trio de metais bem como tímpanos e um inesperado set de copos com água afinados. Passível de ser executada por uma formação com instrumentos antigos, a instrumentação específica está, pois, cingida a esta intenção.

Sustentado nos eixos estratégicos criados e desenvolvidos propositadamente para o FÓS desde a ediçãode 2021, a VI edição pauta-se por dar continuidade à identidade artístico-musical marcadamente diferenciadora, segundo os dois conceitos identitários de Santarém aplicados novamente como referência inspiracional na conceção da programação do FÓS 2024: uma história de liberdade.Sempre procurando insuflar no evento a criação de uma imagem de marca distintiva associada a um modernismo artístico relacionado com a tradição histórica musical fundamentada, continua-se a apostana divulgação dos Órgãos Históricos de Santarém pela sua associação à Arte, nomeadamente à criaçãode novas obras musicais onde o órgão também tem presença. Sendo a Diocese de Santarém integrante do Conselho de Parceiros dos Órgãos Históricos de Santarém, está contemplado na programação do FÓS um momento muito especial que se associa à celebração do Jubileu dos 50 anos da criação da Diocese de Santarém. Para tal, contemplou-se um grande concerto com estreia absoluta de uma obra Coral-Sinfónica, uma reflexão literária e musical sobre os conteúdos dos cinco textos do Ordinário da Missa.

Poetralinho | Recital e Encenação para Crianças

A Igreja de Santa Maria de Alcáçova recebe na tarde de domingo, 24 de novembro, a partir das 15h00, uma ação destinada ao público infantil, o Poetralinho – Recital e Encenação para Crianças, dinamizado por Sofia Vieira, na companhia da música de órgão tocada por Liliana Duarte.

Liliana Duarte é licenciada em Música, performance em órgão pela Universidade de Aveiro, sob a orientação do professor António Mota no ano de 2017. É mestre em Ensino de Música pelo Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, onde defendeu a dissertação “Introdução ao estudo de pedaleira: proposta de caderno de exercícios para a compreensão de aspetos técnicos até ao século XVIII”, sob a orientação científica da professora Shao Xiau Ling. Atualmente, leciona órgão na escola de música São Teotónio em Coimbra e no Conservatório de música da JOBRA na Branca. Frequentou e continua a participar em cursos de aperfeiçoamento no âmbito da música antiga, em órgão, direção coral e composição para órgão. Para além do ensino artístico, desempenha funções de organista em algumas paróquias de Viseu, colabora como organista no projeto Iberian Ensemble desde 2020 e é membro do ensemble vocal Auri Voces. Participou ativamente em algumas Master-Classes orientadas por organistas internacionais e nacionais como Johann Vexo, Martin Baker, José Luiz Goncalez Uriol, João Paulo Janeiro e Edite Rocha.

 

Sofia Vieira nasceu em Santarém, em 1979. É licenciada em Psicologia Educacional pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada (Lisboa) e formada em Educação pela Arte e em Arte Terapia. Desde 2007, é promotora do projeto “Aqui há Gato” (www.aquihagato.org), uma Livraria infantil com um plano educativo e artístico dinamizado em jardins de infância, escolas, bibliotecas e teatros, com várias valências, entre as quais livraria infantil, companhia de teatro, e oficinas de arte para bebés e crianças até aos 12 anos. Salienta a importância do livro infantil recorrendo a técnicas dramáticas, permitindo às crianças entrarem no mundo mágico e deixarem-se estimular pelas personagens que habitam nos livros infantis. Desenvolve trabalho como atriz, cenógrafa, animadora, contadora de histórias. Como intérprete, já participou em várias produções, entre as quais “Princesa porque bocejas tu?”, “Trono do Rei”, “200 amigos (ou mais) para uma vaca”, “Pássaro da Alma”, “Nos mares do fim do mundo – de Bernardo Santareno, adaptação para crianças”, “Ninhos”, teatro para bebés, “Viagem ao Centro da Terra, Teatro de Luz Negra”, “Tejo por um Fio”.

Concertos Históricos na Capela Dourada

Conhecida como Capela Dourada, a Capela da Venerável Ordem Terceira de São Francisco, contígua à igreja do Hospital de Jesus Cristo, é dos mais emblemáticos monumentos da cidade, passou igualmente a integrar a programação do FÓS. Este ano, a Capela Dourada vai receber no domingo, 24 de novembro, pelas 16h30, um primeiro Concerto Histórico, com órgão, voz e viola de gamba, dedicado à música dos séculos XVII e XVIII, a cargo do Ludovice Ensemple, com Eduarda Melo, soprano e Sofia Diniz, viola de gamba, sob a direção Fernando Miguel Jalôto, também responsável pela execução do órgão.

A segunda data na Capela Dourada acontece na tarde de sábado, 30 de novembro, também a partir das 16h30. Desta vez, o Concerto Histórico incidirá sobre a música dos séculos XVI e XVII, através da atuação do Musurgia Ensemble, com direção de João Francisco Távora e Helder Sousa, no órgão e igualmente direção.

Fernando Miguel Jalôto completou os diplomas de Bachelor of Music e de Master of Music no Departamento de Música Antiga e Práticas Históricas de Interpretação do Conservatório Real da Haia (PaísesBaixos), na classe de cravo de Jacques Ogg, e estudando também órgão barroco, fortepiano e clavicórdio, como bolseiro do Centro Nacional de Cultura. Frequentou masterclasses com Gustav Leonhardt, Olivier Baumont e Ilton Wjuniski, entre outros. É Mestre em Música pela Universidade de Aveiro e presentemente é Doutorando em Ciências Musicais | Musicologia Histórica na Universidade Nova de Lisboa, como Bolseiro da FCT. É fundador e diretor artístico do Ludovice Ensemble, um dos mais activos e prestigiados grupos nacionaisde Música Antiga, membro do REMA e já com 18 anos de existência. Colabora com grupos especializados internacionais tais como VoxLuminis, Oltremontano, La Galanía, Capilla Flamenca, Collegium Musicum Madrid, Allettamento, entre outros. Em Portugal é também membro do Ensemble Bonne Corde e da Real Câmara Baroque Orchestra. Apresentou-se em vários festivais e inúmeros concertos em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Reino Unido, Irlanda, Noruega, Alemanha, Áustria, Polónia, Estónia, Bulgária, Israel, China e Japão. Toca com as orquestras Gulbenkian e Metropolitana de Lisboa, e foi membro da Académie Baroque Européenne de Ambronay (França), da Academia MUSICA de Neerpelt (Bélgica) e das orquestras barrocas Casa da Música e Divino Sospiro. Trabalhou sob a direcção de vários dos maiores diretores especializados, como Koopman, Onofri, McCreesh, Christophers, Rousset, Alessandrini, Nicquet, Parrott, Pluhar, Corboz, Staier, entre muitos outros.

Como maestro dirigiu grandes obras do repertório barroco como as Vésperas de Monteverdi, várias missas ecantatas de Bach, oratórias de A. Scarlatti, óperas de Lully, Charpentier e Bourgeois, bailados, óperas e motetos de Rameau, em salas como a Fundação Gulbenkian e o CCB, e os festivais especializados de Utrechte Bruges. É o director artístico e pedagógico e professor da Academia Ludovice, curso e festival internacional dedicado ao ensino e divulgação das práticas históricas interpretativas da música, dança e teatro barrocos. Édirector musical e um dos tutores do curso de ópera barroca do centro musical Benslow, em Hitchin (Reino Unido) e convidado para dirigir os ensembles 258 (Lisboa), Mezzo (Tel-Avive) e o projecto Lisboa 1740(Catalunha). Interessa-se particularmente por projectos transversais envolvendo dança, declamação eencenação históricas.

Colabora regularmente com os serviços educativo e editorial da Casa da Música, onde é regularmente convidado para escrever notas de programa, orientar cursos livres de História da Música, e comentar concertos. Como musicólogo publicou artigos na Revista Portuguesa de Musicologia e na coleção «Studiesin the Enlightenment» da Voltaire Foundation/Liverpool University Press (Oxford), participando em conferências e mesas redondas em Lisboa (ENIM, Gulbenkian, CCB, Universidade Nova), Madrid (Universidade Complutense) e Roterdão (The International Society for Eighteenth-Century Studies).

O Ludovice Ensemble é um grupo especializado na interpretação de Música Antiga, sediado em Lisboa, e criado em 2004 por Fernando Miguel Jalôto e Joana Amorim, com o objectivo de divulgar o repertório de câmara vocal e instrumental dos séculos XVII e XVIII através de interpretações historicamente informadas e usando instrumentos antigos. O nome do grupo homenageia o arquitecto e ourives alemão Johann Friedrich Ludwig (1673-1752) conhecido em Portugal como Ludovice. O grupo trabalha regularmente com os melhores intérpretes portugueses especializados, e também como prestigiados artistas estrangeiros. O Ludovice Ensemble apresentou-se em Portugal nos principais festivais nacionais e é uma presença regular nas duas principais salas de Lisboa: o CCB e a Fundação Calouste Gulbenkian. Apresentou-se no estrangeiro nos mais prestigiantes festivais de música antiga, na Bélgica (Bruges, Antuérpia); Países Baixos (Utrecht); França (La Chaise-Dieu, Bordéus); República Checa (Praga); Israel (Telavive, Jerusalém); Irlanda (Dublin); Estónia (Tallinn); e Espanha (Aranjuez, El Escorial, Vitoria-Gasteiz, Lugo, Badajoz, Jaca, Daroca, Peñíscola, e Pirenéus catalães). Gravou ao vivo para a RDP-Antena 2, a Rádio Nacional Checa (ČRo) e a Rádio Nacional da Estónia, bem como para o canal de televisão francês MEZZO. O seu primeiro CD, para a editora Franco-Belga Ramée/Outhere foi nomeado em 2013 para os prestigiados prémios ICMA na categoria de Barroco Vocal.

Do seu trabalho mais recente destacam-se a apresentação no CCB de Le Bourgeois Gentilhomme de Moliére/Lully, das monumentais Vésperas de Nossa Senhora de 1610 de Monteverdi, da oratória Cainovveroil primo omicidio de Scarlatti, e de Timão de Atenas de Shakespeare e Purcell, em colaboração com o mediático Teatro Praga. Ao Grande Auditório da Fundação Gulbenkian levou as óperas Idyllesur la paix de Lully e Les Arts Florissants de Charpentier, bem como um original programa de música barroca judia sefardita.

Em 2023 regressou ao festival Felicja Blumenthal em Telavive (Israel) para uma antologia de música portuguesa desde as Cantigas de Amigo até Lopes-Graça; apresentou a integral da Oferenda Musical deBach no Festival de Marvão; os concertos para órgão de Corrette em Mafra; as Leçons de Ténèbres de DeLalande no Festival Arte Sacro de Bilbau; uma tournée de cinco concertos em Espanha com música francesa de influência espanhola (Lully, Charpentier, Couperin, e Campra) na Quincena de San Sebastian, Santander, Jaca e Casalarreina; um programa natalício com obras de Giovanni Giorgi na Temporada Música em São Roque de Lisboa; música sacra francesa na igreja do Menino de Deus, também em Lisboa; e música sacra italiana e alemã do século XVII no Barreiro. Regressou ainda a Aveiro para a realização da sua segunda Academia Ludovice, um inovador curso e festival de Verão dedicado às práticas históricas interpretativas damúsica, dança e teatro barrocos, este ano dedicada a François Couperin.

 

Eduarda Melo, soprano, é formada em Canto pela ESMAE do Porto, Eduarda Melo integrou o Estúdio de Ópera da Casa da Música e o elenco do prestigiado CNIPAL em Marseille. Foi galardoada com o 2º prémio do concurso internacional de Toulouse. É convidada para numerosos festivais na Europa e canta sob a direcção de maestros tais como Marc Minkowski, Jérémie Rohrer, Ton Koopman, Hervé Niquet, Jean-Claude Casadesus, Antonello Allemandi em prestigiadas casas de ópera (Glyndebourne, Marseille, Lille, Nice, Caen, Dijon, Paris, Lisboa). Em ópera destacam-se os papéis de Soeur Constance (Dialogues des Carmelites), Corinna (IlViaggio a Reims), La princeses Laoula (L’Étoile), Rosina (Il Barbiere di Seviglia), Elvira (L’Italiana in Algeri), Norina (Don Pascuale), Musetta (La Bohème), Despina (Cosi Fan Tutte), Erste Dame (Die Zauberflöte), Rinaldo (Armida/Myslivecek), Stéphano (Romeo et Juliette), Frasquita (Carmen), Gabrielle (La Vie Parisienne), Valencienne (La Veuve Joyeuse), Noémie (Cendrillon), Spinalba (La Spinalba), Fedra (L’Ippolito/Almeida), Ascanio (Lo Frate Nnamorato), Zemina (Die Feen), Vespina (L’Infedeltà Delusa), Euridice (Orfeo ed Euridice) e Elle (La voixhumaine). No âmbito da música contemporânea tem participado em criações de António Pinho Vargas, Nuno Côrte-Real, Luís Tinoco e Nuno da Rocha. No âmbito da música antiga colabora regularmente com Le Concert de la Loge (JulienChauvin), Divino Sospiro e Ludovice Ensemble.

Sofia Diniz, viola da gamba, diplomou-se em violoncelo em 1998 na Escola Superior de Música de Lisboa. Como bolseira do Centro Nacional de Cultura e do programa Nuffic-Huygens do estado holandês concluiu os diplomas de Bachelor of Music em violoncelo barroco com Rainer Zipperling na Musikhochschule em Colónia e de Master of Music no Departamento de Música Antiga e Práticas Históricas de Interpretação do Conservatório Real da Haia (Países Baixos) e de Bruxelas (Bélgica) em viola da gamba com Wieland Kuijken e Philippe Pierlot. Sofia trabalha com vários grupos conceituados da música antiga como Ricercar Consort, Il Fondamento, Collegium Vocale Gent, Hespèrion XXI, The Spirit of Gambo, Ludovice Ensemble, Sete Lágrimas, e o Concerto Köln, entre outros. Apresentou-se em importantes festivais como o Bach Festival en Vallée Mosane (Bélgica), Folles Journée (Nantes) ou o Festival Oude Musik de Utrecht. Gravou a Missa Salisburgensis de Biber para a Alia Vox com Hespèrion XXI sob direção de Jordi Savall; Schwanengesang de Schütz para Harmonia Mundi com o Collegium Vocale Gent e o Concerto Palatino, sob direção de Philippe Herreweghe; a Ópera Dido and Aeneas de Purcell com o Ricercar Consort e Collegium Vocale Gent para o canal ARTE, sob direção de Philippe Pierlot; as Fantasias de H. Purcell e a Cantata BWV 198 de J. S. Bach para a editora MIRARE com o mesmo agrupamento; obras de Forqueray e Couperin, com Rainer Zipperling; e os álbuns Terra, Vento e Pedra com os Sete Lágrimas. Tem lançado vários álbuns a solo, incluindo a 1ª gravação mundial completa do Premier Livre de Pièces de Violle de Jacques Morel para a editora alemã Conditura Records, e a 1ª gravação mundial completa do Op.9 de Johann Schenk, «L’échoduDanube» para a editora holandesa Challende Records, e que foram bem recebidos pela crítica especializada em França, Alemanha, Espanha e Países Baixos.

O Musurgia Ensemble, sob a direção artística de Helder Sousa e João Francisco Távora, é um grupo especializado na interpretação de música instrumental dos séculos XVI, XVII e XVIII. Desde a sua fundação, em 2020, o agrupamento tem se apresentado em concerto com uma formação instrumental variável e, por vezes, em parceria com grupos como O Bando de Surunyo e o Quarto Tom Ensemble. Na sua atividade recente destaca-se o projeto “Solfa tangida, Solfa cantada”, desenvolvido em parceria com o projeto Mundos e Fundos do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra, com um programa de música instrumental e outro com música para as vésperas do Corpus Christi, através de fontes musicais dos séculos XVI e XVII provenientes do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Em 2024, o Musurgia Ensemble participou no Festival “Além Mar” (Açores) e prepara-se para participar das próximas edições do FÓS – Festival de Órgão de Santarém e Cáster Antiqua – Festival de Música Antiga de Ovar. No campo do teatro e ópera participou em 2023 na produção da ópera Dapnhiset Églé, de J.-Ph. Rameau, que teve lugar no Teatro Diogo Bernardes (Ponte de Lima), e irá produzir em 2025 o Auto do Fidalgo Aprendiz (1665) de Francisco Manuel de Melo. Em 2025 prepara-se para a realização do projecto discográfico “Ad vesperas – música para as vésperas solenes do Corpus Christi” em parceria com o Quarto Tom Ensemble.

Notas sobre o programa a apresentar na segunda data de Concerto Histórico na Capela Dourada, sábado, 30 de novembro, 16h30, com música dos séculos XVI e XVII, e atuação do Musurgia Ensemble, com direção de João Francisco Távora e Helder Sousa, no órgão e igualmente direção.

O estudo e prática das obras dos principais compositores é desde sempre apontado como uma das melhores formas de aprender e dominar a arte musical. O século XVI não foi uma excepção sendo o seu repertório instrumental porventura uma das ilustrações mais evidentes dessa premissa. De facto, a prática instrumental europeia parece ter conhecido um período, sobretudo na primeira metade de Quinhentos, de abundante recurso à produção vocal de compositores então identificados como de referência, em particular do Norte da Europa, como sejam Josquin Desprez, Claudin de Sermisy, Clément Jánequin, Thomas Crecquillon, Orlande de Lassus, entre outros.

Esse empréstimo regular à polifonia terá sido fundamental para a forte afirmação da música instrumental que o século XVI virá a conhecer, com um crescente número de obras originalmente compostas para tecla, harpa, viola de mão, viola de arco, consort instrumental, etc., acompanhado da publicação de numerosos tratados ou manuais destinados à aprendizagem e aperfeiçoamento de diferentes instrumentos musicais. À transferência do modelo vocal para o suporte instrumental (que era sempre mais do que o decalque literal do original, adicionando-se ornamentação e variantes), acrescem tentos, obras, fantasias recercadas, ricercari, termos similares e transgeográficos para uma construção musical idiomática “que sólo procede de la fantasía y industria del autor que la hizo” (Luis de Milán, El maestro, 1536).

O espaço funcional deste repertório é, desde logo, o secular onde serve de entretenimento da nobreza e burguesia (com um consumo amador potenciado pelo advento da imprensa musical, desde 1501). Mas é também o religioso, com função litúrgica em momentos da Missa como a Elevação, o Ofertório ou a Comunhão, ou do Ofício (Vésperas, Laudes, Matinas, etc.) na interpretação dos Salmos ou Hinos (alternatim entre versos ou estrofes). Dito isto, é igualmente interessante notar que as fontes musicais que nos chegaram de instituições como, por exemplo, o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, nos parecem mostrar que também no espaço religioso, o conhecimento e prática do repertório instrumental iria para além da função litúrgica, servindo como ferramenta de aquisição e prática das técnicas composicionais da época. Este é o contexto que forja o alinhamento do concerto de hoje. A par de obras recopiadas, para estudo e/ou interpretação, em manuscritos do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra (Buus, Fuenllana, Carreira, Lassus), são-nos oferecidos testemunhos coetâneos da prática instrumental em Braga (Pedro de Araújo) ou Lisboa (Manuel Rodrigues Coelho), seguramente do conhecimento dos músicos conimbricenses. A extraordinária produção musical de D. Pedro de Cristo, um dos compositores mais destacados do Mosteiro de Santa Cruz, é um fabuloso ponto de partida para a experimentação da transferência do modelo vocal para um conjunto instrumental, um exercício que o Musurgia Ensemble nos propõe para três peças (dois motetes e um responsório) do compositor crúzio.

Os contrapontos concertados de Fr. Teotónio da Cruz ou D. João de Santa Maria, do Mosteiro de Santa Cruz, mostram-nos que a fantasia de um compositor dos séculos XVI ou XVII assentava, sobretudo, num trabalho continuado sobre as várias técnicas composicionais da época, confundindo(-nos) entre a ambiguidade de um exercício ou de uma obra destinada à execução musical. O programa completa-se com as duas peças finais ([Obra] e Tarambote), ambas presentes em manuscritos crúzios do século XVII, que nos ilustram na perfeição uma arte instrumental seiscentista já plenamente madurecida. Em suma, ser-nos-á oferecida uma pequena janela sobre um repertório fascinante que, na realidade, nunca se fecha, estando constantemente sujeito, tanto ontem como hoje, à renovada fantasia dos seus intérpretes.

Masterclass – No Órgão Histórico

Concerto Master – Música e cinema

Na tarde de sexta-feira, 29 de novembro, pelas 15h00, a Igreja da Misericórdia recebe uma Masterclass – No Órgão Histórico, para pianistas e amantes de música, com o húngaro o ÁdámTabajdi responsável pela conversa que se vai desenvolver dedicada ao tema.

Na mesma data, na mesma Igreja da Misericórdia, a partir das 21h30, tem lugar um Concerto Master – Solo Tabajdi, onde o músico húngaro vai acompanhar com música de órgão histórico a projeção de um filme com o apoio do cineclube de Santarém

Concerto Scalabitano na Catedral de Santarém

Na noite de sábado, 30 de novembro, a Catedral de Santarém será palco de um dos maiores eventos do FÓS 2024, com a atuação de Sílvio Vicente, no órgão. A partir das 21h30 realiza-se o Concerto Scalabitano – Família, uma performance multidisciplinar que envolve música de órgão histórico, dança e poesia. Conta com o apoio do Círculo Cultural Scalabitano, nomeadamente da sua Academia de Dança, com direção de Encarnação Noronha & Mafalda Murta, e do Veto Teatro Oficina do.

 

Sílvio Vicente é organista do Santuário de Fátima desde 2009, compositor e diretor artístico do ensemble vocal profissional Auri Voces desde 2012. É Mestre em Música pelo Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, onde defendeu a dissertação “Louis Vierne – Do estudo da narrativa musical à performance do seu legado para Órgão”, sob a orientação científica de António Mota.

Além da vertente técnica, interpretação e improvisação neste instrumento, estudou também Composição com Isabel Soveral e Direção coral e de orquestra com António Vassalo Lourenço. Tendo iniciado o seu percurso musical aos 8 anos, foi admitido, em 2001, na Escola de Música do Santuário de Fátima, na classe de Órgão de Nicolas Roger.

No ano de 2010, participou num estágio intensivo sobre técnicas de construção e manutenção de Órgãos, em Barcelona, na oficina Gerhard Grenzing. Tem participado em diversas Master-Classes de aperfeiçoamento orientadas por diversos organistas internacionais, como Montserrat Torrent, Juan de la Rubia, Franz JosefStoiber e Johann Vexo.

Paralelamente à sua atividade de organista, é também compositor e maestro. Em 2012, fundou o ensemble vocal Auri Voces, formação dedicada à interpretação de música contemporânea. Além do conjunto de obras instrumentais que assinou, para este ensemble compôs várias obras, algumas de temática sacra, a cappella.

 

OBallet da Academia de Dança e Expressão Corporal do Círculo Cultural Scalabitano regista já, uma longa existência. Principiou a sua actividade em Outubro de 1955, sob a direcção artística da professora Bruna Barocchi. No ano seguinte, assumiu a responsabilidade do ensino da dança clássica, a professora Wanda Ribeiro da Silva, que se destacou no país pelo papel importante na divulgação desta arte através do ensino, tendo sido professora e directora da Escola Superior de Dança. Santarém, beneficiou da sua dedicação, empenho e inovação. Sob a sua iniciativa, numa atitude pioneira, criou a partir de 1959 uma classe de rapazes, rompendo com o preconceito arreigado de uma cidade de província. Um desses rapazes escalabitanos bailarinos, António José Simões, foi ainda um profissional no grupo de Bailado do Verde Gaio.

Pela sua direcção passou ainda outro grande nome do bailado nacional que foi Ana Máscolo. Ana Pereira Caldas, aluna de Wanda Ribeiro da Silva, no Círculo Cultural Scalabitano, prosseguiu a grande missão do ensino e foi substituída por Fátima Sampaio, sua aluna, para ascender a outros lugares de destaque, tendo sido eleita directora da Escola Superior de Dança, em 1985, e em 2001 foi nomeada directora da Companhia Nacional de Bailado.Fátima Sampaio, também ela aluna e, mais tarde, coreógrafa e professora desta secção de Dança, e um grupo de colegas bailarinos do Círculo Cultural, impulsionados pelas políticas de descentralização da dança, criaram o Grupo Experimental de Bailado, em 1981, integrando, pela primeira vez, a vertente do espetáculo de dança no Círculo Cultural. Este projeto desenvolveu-se e culminou com a formação de uma companhia profissional de bailado – Companhia de Dança do Tejo – que trabalhará até 1992, em constante e frutuosa colaboração com a vertente do Ensino do CCS.

Em 1986, regressou ao Círculo Cultural Scalabitano, onde tinha iniciado os seus estudos, a bailarina, professora Encarnação Noronha que dá um novo impulso à Academia de Dança, provocando um aumento significativo de novas adesões à prática desta disciplina das artes, que é o Bailado. No início dos anos 90 são adotados os Syllabus da RAD. Atualmente as classes de bailado contam com mais de uma centena de alunas.

Anualmente são submetidos a exames e audições da Royal Academy of Dance, a prestigiada academia inglesa, após seleção pela responsável pedagógica, Encarnação Noronha, membro registado da RAD e Vítor Murta, também membro registado da referida academia. Para além dos programas da Royal Academy of Dance (Graus e Vocacionais), dedicados à aprendizagem do Ballet (Técnica de Dança Clássica), a ADEC oferece ainda Dança Contemporânea para mais de 12 anos, e Ballet para Adultos.

O Veto Teatro Oficina nasceu em outubro de 1969, quando José Ramos, José António de Oliveira Beja, Nuno Netto de Almeida, António Júlio, ex-alunos do professor Carlos de Sousa e, Carlos Oliveira, deram força a um projecto, começando por representar teatro para crianças, aos domingos de manhã. Espectáculos com entradas gratuitas, no Teatro Taborda a que se seguiam representações em itinerância. É nesta altura que surgem, no Círculo Cultural Scalabitano, pela segunda vez os palhaços, interpretados agora por António Júlio e Carlos Oliveira, o Pantufa e o Farófias.

Até Maio de 1973, viveu-se um período de grande entusiasmo, sendo montadas 12 peças de teatro para crianças, apesar das muitas dificuldades e da total falta de apoio oficial, próprio da época que se vivia. A 5 de Julho de 1973, o grupo assume o nome de Veto Teatro Oficina, estreou-se um espectáculo de grande ousadia política, dirigido e representado por Carlos Oliveira, Gomes Vidal, Maria João, Helder Santos, Nuno Domingos, José Ramos e António Batalha. Um ano mais tarde, houve conhecimento do processo instaurado pela polícia política (PIDE) e das graves consequências que nos atingiriam em Maio, se não tivesse acontecido a alvorada de Abril de 1974.

Finalmente, começou a representar-se em liberdade e, desde então, nestes últimos trinta anos, assistiu-se ao mais intenso período de produção teatral, desde que esta arte teve início no teatro Taborda.

A este respeito, realça-se a organização do “Encontro de Mãos Dadas”, acção de formação dedicada a grupos de teatro, entre outros projectos.

O Veto foi fundador da APTA – Associação Portuguesa de Teatro de Amadores, da ARSTA – Associação Regional de Santarém de Teatro de Amadores, do CPTIJ – Centro Português de Teatro para a Infância e a Juventude, instância que juntava actores profissionais e amadores. As produções do Veto puderam ser vistas em países como os Estados Unidos, Republica Checa, Inglaterra, França, Finlândia, Espanha e Brasil.

Missa Dominical na Catedral de Santarém

No último dia da VI edição do FÓS, 1 de dezembro, a Catedral de Santarém, recebe uma Missa Dominical, a partir das 11h00, com acompanhamento musical proporcionado pelo coro Schola Cantorum da Catedral de Santarém, com direção do organista David Paccetti Correia.

A Schola Cantorum da Catedral de Santarém (SCCS) foi fundada em Agosto de 2012, sendo uma escola de música composta pelas secções de pequenos cantores, cantores profissionais e coralistas adultos não profissionais. Desempenha a tarefa de realizar acompanhamento na Sé de Santarém, de assegurar os serviços musicais solenes.

Participou nos congressos internacionais de Pueri Cantores em Paris, em 2014, e Roma, em 2015. Liderou a constituição da Federação Portuguesa de Pueri Cantores, em 2015.

A SCCS é um projeto da Paróquia do Divino Salvador – Sé e da Câmara Municipal de Santarém e funciona em parceria com o Conservatório de Música de Santarém. Tem como director o Padre Joaquim Ganhão, e como director artístico e organista titular David Paccetti Correia, e maestrina principal Rosário Correia e maestro adjunto Miguel La Feria.

Concerto Liberdade encerra FÓS 2024

A 6ª edição do FÓS — Festival de Órgão de Santarém despede-se na tarde de domingo, 1 de dezembro, com o Concerto Liberdade, que decorre na Igreja Nossa Senhora de Marvila, a partir das 16h30. O encerramento fica a cargo do organista FÓS 2024, Afonso Torres, com um concerto de órgão solo, acompanhado pela Orquestra de Sopros de Ourém, tudo sob a direção de Alberto Roque.

O Maestro Alberto Roque iniciou os seus estudos musicais na SAMP, Pousos – Leiria, onde atualmente integra a Direção Pedagógica da Escola de Artes e leciona saxofone e classes de conjunto. É Licenciado em Direcção de Orquestra pela Academia Nacional Superior de Orquestra. Obteve o grau de Perfectionnement, na classe de Direcção de Orquestra do Maestro Jean-Sébastien Béreau, no Conservatório de Dijon (França) e é detentor do “Título de Especialista” em Música na área da Direcção, conferido pelos Politécnicos de Lisboa, Porto e Castelo Branco.

Em 1998 foi-lhe atribuído o 1º Prémio do Concurso Internacional Fundação Oriente para Jovens Chefes de Orquestra.

Entre 2004 e 2021, foi maestro titular da Orquestra de Sopros da Escola Superior de Música de Lisboa (ESML) e Diretor Artístico da Camerata de Sopros Silva Dionísio, assumindo também a coordenação e docência da Licenciatura em Direção de Orquestra de Sopros. Atualmente é docente e coordenador da Pós-Graduação em Direção de Bandas e Ensembles de Sopros da ESECS no Instituto Politécnico de Leiria.

É diretor artístico e maestro titular do Ensemble de Sopros da AFCL com o qual gravou música para sopros de L. V. Beethoven, Alfred Reed e Serge Lancen estando esses registos disponíveis em diversas plataformas digitais.

Como maestro convidado dirigiu já diversas orquestras e Bandas Sinfónicas nacionais e internacionais tais como Orquestra Metropolitana de Lisboa, Filarmonia das Beiras, Orquestra do Algarve, Orquestra Clássica da Madeira, Banda Sinfónica Portuguesa, Orquestra Regional Lira Açoriana, Banda Sinfónica de Madrid, Israel National Youth Wind Orchestra, Blasorchester Südwind, entre outras. Dirigiu também vários solistas tais como Haken Rosengren (Suécia), Jeremy Lake (E.U.A), Claude Delangle (France), James Houlik (USA), Pedro Carneiro (Portugal), Mário Laginha e Maria João (Portugal), Julian Elvira (Espanha), Irene Lima (Portugal) e Roger Hodgson (Ex. vocalista Supertramp).

Desde 2016 integra o corpo docente da Sherborne School of Music. Exerce funções de diretor Musical e saxofonista nos “Concertos para bebés” da companhia Musicalmente.

A Orquestra de Sopros de Ourém é uma das valências da Academia de Música Banda de Música de Ourém (AMBO), com estreia em 1985. Apresenta-se em concerto por todo o país, tendo também realizado alguns concertos no estrangeiro: França (1998 e 2017), Espanha (2002, 2003, 2008 e 2012), Grécia (2020) e nos Países Baixos (2022).

Ao nível discográfico, estreou e gravou com o Chorus Auris a obra Apollinis de Jorge Salgueiro. Gravou também os Cds Despertar dos Sons (2003) e Sons dos Ventos (2010).

No âmbito da sua participação em concursos, destaca-se a participação no World Music Contest Kerkrade (2022), o mais prestigiado concurso mundial para orquestras de sopros, tendo alcançado um notável 6º lugar na sua categoria, destacando-se a obtenção de um prémio especial atribuído pelo júri designado de “award for a musical promise or remarkable music achievmen” (prémio para uma promessa musical ou por realizações musicais notáveis).

Relativamente aos projetos artísticos desenvolvidos mais recentes, destacam-se a “Ópera para Todos” (2019, 2020 e 2023), o projeto artista emergente com o violoncelista Fernando Costa (2021), o concerto sinfónico com a Banda de folk-rock Quinta do Bill (2021), o bel-canto operático e o teatro musical com Sofia Escobar e Carlos Cardoso (2023), o Blues como pianista Mário Laginha (2023).

No contexto pedagógico, será de referir a realização de dois cursos internacionais de direção de orquestra, em 2021 sob a orientação do maestro neerlandês Alex Schillings e em 2024, com o maestro norte-americano T. André Feagin. Desde dezembro de 2022, a Orquestra de Sopros de Ourém tem direção artística do maestro Alberto Roque.

Todas as atividades que integram a programação da 6ª edição do FÓS — Festival de Órgão de Santarém são de entrada livre

O programa integral do FÓS 2024 pode ser consultado na internet em www.santaremcultura.pt

 

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